Leyden – OS JOGADORES DE CARTAS

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Os Jogadores de Carta é uma obra do pintor e gravador holandês Lucas van Leyden (1494 – 1533), filho do pintor Hugo Jacobsz, com quem iniciou seus estudos artísticos, tornando-se depois aluno de Cornelis Engelbrechtscz. Na Antuérpia ficou conhecendo o pintor Albrcht Dürer e em Middleburg conheceu Jan Gossaert. É provável que tenha ido à Itália, pois em seu trabalho encontram-se a influência holandesa, a alemã e também a italiana. Sua obra é muito ampla, englobando pinturas religiosas, retratos, cenas de gênero e obra gráfica. Foi um dos pintores mais conhecidos de sua época.

A pintura apresentada acima se trata de uma cena de gênero. Oito personagens, em primeiro plano, usando roupas da época, encontram-se em volta de uma mesa. Quatro delas se encontram sentadas, sendo dois homens e duas mulheres, jogando cartas, enquanto o restante acompanha o jogo com atenção. Três dos jogadores trazem suas cartas na mão e olham para a assistência em volta, como se pedissem opinião. A jogadora à esquerda, usando luvas brancas, aponta para a mesa.  Um homem, debruçado sobre ela, participa de seu jogo, segurando suas cartas e voltando-as para si. O jogador de vermelho também aponta o dedo para as moedas, enquanto olha para o homem de pé, à sua frente. Somente a jogadora que ocupa o centro do grupo e que traz suas cartas debaixo da mão esquerda encontra-se voltada para seu parceiro de frente. A impressão que se tem é que cada jogador possui um torcedor.

A mesa redonda E forrada com um tecido escuro, onde se encontram os jogadores, está cheia de moedas, o que leva a crer que o jogo arrasta-se por um longo tempo. Há também, sobre ela, uma caixinha branca, possivelmente com moedas. No mesmo ambiente, à esquerda, em segundo plano, encontra-se uma mesa retangular, forrada com uma toalha branca. Sobre ela estão um vaso com flores, um jarro, uma caixa e o que parece ser uma fruta. Também, em segundo plano, existe uma abertura na parede, onde são vistos objetos parecidos com os da mesa retangular, excetuando o vaso branco coberto.

Ficha técnica
Ano: c. 1550 a 1599

Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 55,2 x 60,9 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann

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SÍNDROME DO PÂNICO – EXPLICANDO AO FILHO

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Autoria de Anna Paula Mattos

Minha história é como a de muitos aqui, cheia de profundo sofrimento.

Estava eu de férias, na praia com minha família, no início do ano. Estava tudo lindo, mas ao sair do mar tive um ataque de pânico. Visão turva, falta de ar e a sensação de morte, porém isto não foi o pior, pois após o ataque veio aquilo que minha médica chama de “ressaca pós-crise de pânico”.

Eu senti um vazio imenso, um medo tremendo, lágrimas que não paravam de vir e uma vontade de não viver mais, uma coisa horrível. Corri para o psiquiatra que me receitou fluoxetina, mas ao aumentar a dose não me explicou como devia tomar e eu, leiga no assunto, fiz uma super dosagem. Passei esse dia todo na cama, a voz não saia direito, meu corpo tremia e meu pai que é meu melhor amigo, permanecia ao meu lado, ouvindo da própria filha dizer que ela queria morrer.

Troquei de psiquiatra e também de medicação. Comecei a terapia e hoje posso dizer que minha vida já começa a caminhar para frente. Tenho um filho lindo de 10 anos e fui muito sincera com ele. Expliquei-lhe que eu tenho uma “doença” que não pode ser vista a olho nu, mas somente sentida. Disse-lhe que às vezes ele me veria chorar, mas que nesses dias eu precisaria de muitos abraços e carinho, pois esse seria “nosso remédio”. E assim foi feito. Ele entendeu perfeitamente. Percebeu que sua mamãe não chorava por causa dele e que ele, como parte de sua linda família, iria ajudá-la. Já se passaram 10 meses da crise mais forte da minha vida, mas posso dizer que não desejo esta dor a ninguém.

Todos nós, portadores de transtornos mentais, precisamos saber que a vida continua, temos que ter forças ao passar pelos momentos mais difíceis (sei que parece impossível), mas essa força nos ajuda a seguir em frente. E isso nos torna seres humanos melhores e mais sensíveis aos outros seres. Quando conheço alguém, que não tem vergonha de dizer que está passando por um problema psíquico, eu me solidarizo com ele, como se esta pessoa fosse da minha família. Sinto um orgulho enorme dela, pois sei que está lutando pela sua vida e está se fortalecendo e se transformando em alguém muito mais humano.

Ao final, tudo dará certo. Não devemos contar os dias para a cura (todos fazemos isso), mas viver um dia após o outro. Certamente uns dias serão bons e outros ruins, até mesmo de dar medo, mas todos passam. Tenhamos fé em Deus, na nossa família e principalmente em nós mesmos, pois todos nós somos capazes de vencer a batalha e encontramos  a paz.

Por aqui, comigo, a vida continua seguindo. Consegui um emprego novo onde me encontro muito feliz, vivendo um dia de cada vez, às vezes com pequenas angústias, mas isso é a vida. Sei que o que precisar encontro aqui no blog, conversando com os amigos e amigas de luta. Somos uma família POP e estamos sempre dispostos a ouvir e compartilhar os nossos desacertos e vitórias.

Nota: a ilustração é uma obra do pintor Edvard Munch.

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ESPERANÇAR DIFERE DE ESPERAR

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Esperança é acreditar na possibilidade de se ter resultados positivos na vida pessoal. A esperança requer perseverança e resiliência, ou seja, crer que algo seja possível mesmo quando há indicações apontando no sentido contrário. Você, caro leitor, tem esperança de que algo vai melhorar em sua vida? Acho que a maioria esmagadora diria que sim. Para termos esperança em algo é importante esperançar e não ficar esperando “as coisas caírem do céu”. O texto de hoje trata justamente na diferenciação destes dois padrões de comportamento – esperar e esperançar.

Esperar é deixar que os outros façam por você, que o problema se resolva por si ou deixar que a situação fique cada vez pior por falta de uma real atitude. Por quê? Porque a pessoa está esperando as coisas acontecerem, sem nada fazer. Já esperançar é agir, é fazer a sua parte, é ser responsável e dar o melhor de si, é ser um agente transformador da sociedade, aquele que faz as coisas acontecerem.

Uma passagem do escritor e filósofo Mário Sergio Cortella descreve com maestria sobre o tema: “Não se pode confundir esperança, do verbo esperançar, com esperança do verbo esperar. Aliás, uma das coisas mais perniciosas que temos neste momento é o apodrecimento da esperança; em várias situações, as pessoas acham que não tem mais jeito, que não tem alternativa, que a vida é assim mesmo… Violência? O que posso fazer? Espero que termine… Desemprego? O que posso fazer? Espero que resolvam… Fome? O que posso fazer? Espero que impeçam… Corrupção? O que posso fazer? Espero que liquidem… Isso não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo”.

A maioria de nós não sabe a diferença entre esperar e esperançar, e essa é uma das grandes razões pelas quais tão poucos têm real sucesso na vida, pois a maioria das pessoas fica apenas sonhando com ele. Já esperançar significa confiar, contribuir e agir verdadeiramente para que as coisas saiam da forma planejada. O primeiro é proativo, enquanto o segundo é completamente passivo. Em outras palavras, enquanto aquele que pratica o verbo esperançar tem confiança em um futuro de sucesso e se movimenta para que isso ocorra, o que espera apenas observa, sentado na plateia da vida, aguardando que algo de bom aconteça.

Esperançar significa, em última instância, levantar da cama todos os dias para fazer acontecer, cheio de esperança e força de vontade. É o verbo que caracteriza pessoas que arregaçam as mangas e caminham na direção de seus planos e sonhos. Esperançar é interferir ativamente na vida, mudando rumos e destinos finais. Enfim, é criar um futuro e não esperar por ele.

Não permita que sua esperança acabe por se transformar em espera. Levante-se e faça com que o seu futuro aconteça conforme você imaginou. Chega de ser um mero espectador da vida. Saia da plateia e suba no palco como um ator participativo. Deixe a esperança ganhar vida.

Nota: imagem copiada de Consultório Psiquê?

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Constable – WIVENHOE PARK ESSEX

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Estou pintando uma vista do parque […] com um maravilhoso bosque e uma área com água. (Constable em carta à sua noiva)

 O céu é o principal instrumento para se expressar sentimento. (Jonh Constable)

A composição intitulada Wivenhoe Park Essex retrata uma paisagem inglesa. É uma obra excepcional do pintor romântico inglês John Constable, que amava a vida simples em contato com a natureza. É também uma das atrações da National Gallery of Art, em Whashington, EUA. Trata-se de uma das obras mais bonitas do artista, em que cada elemento dá a sua cota de poesia à pintura, num todo silencioso e calmo. Uma atmosfera dourada e líquida banha a composição. As longas horizontais, formadas pelas margens do lago, dão o ritmo da obra.

A paisagem é tão nítida que chega a parecer-se com uma fotografia. Dela emana uma sensação de prazer e harmonia. O céu é um deslumbramento à parte. As nuvens densas movimentam-se para a esquerda, como se fossem cortinas douradas bordadas com pontos pretos – as aves. A luz encontra-se no ar, na água e na terra. O artista dispôs com maestria as áreas ensombradas e as iluminadas pelo sol. Uma cerca de madeira delimita o espaço das reses, à esquerda. Três delas encontram-se a pastar e uma a tomar água. Mais para a esquerda,  Mary Rebow, filha de sete anos do major-general Rebow, que encomendou a pintura, brinca com uma amiga num carrinho puxado por um burro.

O lago espelha luz e também a sombra das árvores, que se distribuem em grupos, à direita, ao meio e à esquerda. Um casal de cisnes brancos passeia tranquilamente pelas águas. Mais atrás, um grupo de patos nada em fila indiana. Dois pescadores, num barco, lançam suas redes em busca de peixes. Na margem do lago, em oposição à que se encontra próxima ao observador, duas vacas descansam debaixo de uma árvore, aves domésticas e silvestres encontram-se na relva e na água, homens trabalham no que parece ser a pesca. Até mesmo os vultos de uma criança e de uma mulher podem ser divisados. Uma pequena ponte, mais à esquerda, permite a travessia do lago.

Ao fundo, ocupando a parte central da composição, vê-se a casa cor-de-rosa de dois pavimentos, com seu telhado inundado pela luz solar, principal edificação da propriedade. Um vulto parece surgir em uma de suas janelas.

Ao encomendar a pintura, o major-general Rebow transmitiu a Constable o que gostaria de ver incluído na composição. Em razão disso houve a necessidade de mudar a localização de alguns elementos da propriedade, de modo que tudo fosse visto numa única visão. A casa e o lago, por exemplo, fazem parte da necessária transposição.

Obs.: Para melhor visão e compreensão da pintura, o leitor deverá ampliar a imagem o máximo possível, ou acessar o link abaixo que, com zoom, permitirá que ele vasculhe cantinho por cantinho da obra. Enquanto houver uma lupa com o sinal +, significa que a imagem pode ser ampliada.

https://www.google.com/culturalinstitute/beta/asset/-/vAG0ovJU1U65Rw?hl=pt-BR

Ficha técnica
Ano: 1816

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 56 x 101 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/highlights/highlight1147.html

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A IMPORTÂNCIA DO CAFÉ DA MANHÃ

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Você, caro leitor, costuma tomar um bom café da manhã ou sai de casa sem comer nada? Pesquisas apontam no sentido de que quem se alimenta logo pela manhã tem mais saúde e mais disposição em relação aos jejuadores matinais, bem como tem menos eventos de mortalidade por doenças cardiovasculares.

No Brasil, boa parte da população não tem o hábito de tomar o café da manhã. No máximo o famoso e conhecido pão com manteiga e uma “media” (café com leite), e olhe lá! Falta de tempo, falta de costume, falta de fome logo pela manhã, “para não engordar” são algumas das desculpas para não se alimentar antes de sair de casa. O sujeito toma um cafezinho preto e logo segue pra rotina e correria do dia a dia.

Um estudo realizado pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos, dá conta de que infarto do miocárdio e o derrame cerebral são mais comuns em quem não toma café da manhã. Sabemos que ignorar essa refeição faz com que as pessoas belisquem, em especial no período da noite. Como nosso corpo não processa a glicose à noite tão bem como o faz durante o dia, ocorrem picos de glicemia nesse período com consequente alteração do metabolismo, resultando em aumento ponderal, inflamação celular e resistência à insulina. O final da história: ganho de peso.

Para explicar melhor como ocorre o processo, durante a noite entramos em jejum, claramente, pois vamos dormir. Entretanto, nosso organismo continua gastando energia para manter-se em funcionamento. É o que se chama de metabolismo basal, gastando energia com funções primárias, como respiração, batimentos cardíacos, circulação do sangue, etc. Ao acordar, nossa necessidade energética aumenta com a liberação de hormônios como a adrenalina e o cortisol e, portanto, o café da manhã se torna a primeira fonte de energia disponível para repor o que foi gasto à noite e para as nossas necessidades do dia que está chegando. Portanto, pular o café da manhã provoca baixo ânimo e uma indisposição geral. No médio e longo prazo, isso pode causar ganho de peso e não emagrecimento como pensa a maioria.

O mesmo estudo norte-americano lembra ainda que as emoções podem desencadear episódios de compulsão alimentar, ou seja, a não alimentação pela manhã provocará mais fome no decorrer do dia. E ninguém vai buscar uma maçã, uma pera ou um iogurte quando está estressado, desanimado e com fome. A tendência é partir logo para itens calóricos e de baixo valor nutricional – tipo uma coxinha de catupiry.

Para quem deseja emagrecer e ter uma saúde mais robusta, realizar o café da manhã está associado à diminuição da fome nas refeições seguintes, o que reduz o risco de comer excessivamente no meio do dia. Pessoas que costumam fazer o desjejum logo que acordam têm mais chances de controlar o peso. De quebra, o café da manhã dá mais ânimo e energia, além de melhorar o desempenho físico e intelectual. E, no longo prazo, confere proteção cardiovascular.

O desjejum deverá ser sempre variado. Se você não tem uma ideia como fazer a composição da primeira refeição do dia, recorra a um nutrólogo ou a um nutricionista.

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Murillo – MENINA E SUA AIA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Menina e sua Aia, ou  Duas Mulheres à Janela, e também Duas Mulheres e uma Janela é uma obra do artista espanhol Bartolomé Esteban Murillo, o pintor mais popular de Sevilha no final do século XVII, sendo conhecido, sobretudo, por suas obras de temática religiosa. Aqui, as cabeças das duas mulheres, perfiladas, formam uma diagonal, numa prova de sua grande habilidade técnica. Uma moldura dentro de outra era um dos recursos engenhosos de Murillo.  O fundo escuro da tela destaca as duas figuras femininas.

A cena apresenta uma garota e sua aia à janela, ambas voltadas para o observador. A menina, sorridente e expansiva, está recostada no parapeito da janela de madeira. Traz o rosto juvenil apoiado na mão direita. Seu cabelo escuro está enfeitado com flores, assim como o corpete de sua vestimenta. Sua dama de companhia, de pé, recostada na folha aberta da janela, mostra-se tímida, escondendo seu sorriso atrás do xale que lhe cobre parte do cabelo, mas seus olhos e bochechas mostram que ela está a sorrir. Segundo o comportamento da época, relativo à aristocracia, tapar o sorriso fazia parte da boa etiqueta.

Ficha técnica
Ano: c.1670

Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 127 x 106 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

http://www.wga.hu/html_m/m/murillo/2/214muril.html
https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.1185.html

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