Giovanni Bellini – O BANQUETE DOS DEUSES

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A tela intitulada O Banquete dos Deuses é uma das poucas obras mitológicas do pintor renascentista italiano Giovanni Bellini. É tida como o seu último grande trabalho, uma vez que o artista já tinha mais de 80 anos quando a executou, dois anos antes de morrer. Esta pintura tinha por objetivo adornar um dos aposentos de alabastro do castelo do duque Alfonso d’Este, em Ferrara. O duque em questão, anos mais tarde, recomendou duas mudanças nesta pintura.

A primeira foi feita pelo pintor italiano Dosso Dossi, responsável por uma alteração na paisagem, à esquerda, pela introdução de um faisão sobre o galho de uma árvore e a folhagem verde e cor de ouro, acima da ave, à direita. Ticiano, que fora aluno de Bellini, foi responsável pela segunda modificação. Refez a paisagem de Dosso, como agora a vemos, contudo, deixou o faisão (que também pode ter sido pintado pelo próprio duque) intacto. É possível que tenha feito tais mudanças para que a obra ficasse harmônica com sua pintura “Bacanal”, uma vez que ambas adornavam o mesmo ambiente.

Nem Dosso nem Ticiano mexeram nas figuras e nos elementos da obra de Belleni, permanecendo tais como foram pintadas pelo já idoso artista. Em razão do desbotamento, causado pelo tempo, foram restauradas as tonalidades originais e a intensidade das cores, o que deu à obra maior sensação de amplitude e profundidade.

A cena retratada, retirada de “Fastos” do poeta Ovídio, apresenta um grupo de deuses numa comemoração feita pelo deus Baco, ajoelhado sobre uma perna, próximo a um barril, enchendo uma jarra com vinho. Dentre eles estão Apolo (sentado à esquerda, bebendo vinho), Netuno (atrás da fruteira, abaixo de Pan, usando um manto vermelho), Mercúrio (com um elmo na cabeça e seu caduceu na mão) e Júpiter (com uma coroa de louros e um cálice sendo levado à boca) com a participação de ninfas e sátiros que os servem. O grupo encontra-se comendo e bebendo num ambiente pastoral, debaixo de densas árvores, num alegre festejo.

Na parte direita da composição está Príapo, deus grego da fertilidade, filho de Dionísio e Afrodite, tentando levantar a saia da ninfa Lotis. Mas, segundo a história de Ovídio, ele se viu frustrado em seu intento, pois a ninfa, que dormia sob o efeito do álcool, e por quem ele se apaixonara, acordou com o barulho feito pelo asno de Sileno (vestido de vermelho e com a mão sobre o animal), para o divertimento dos presentes. Como castigo, o pobre asno foi sacrificado ao deus do Helesponto. E Lotis, ao fugir, foi transformada num arbusto.

Chama a atenção a figura de uma ninfa, no centro da composição, com uma tigela de cerâmica branca e azul na mão. Trata-se da primeira descrição, até então conhecida, de porcelana chinesa na pintura europeia.

Ficha técnica
Ano: c.1514/1529

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 170 x 188 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.1138.html

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Veronese – JUNO DESPEJA SEUS PRESENTES…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

judesepre

A composição Juno Despeja seus Presentes sobre Veneza é uma obra do pintor maneirista italiano Paolo Veronese. Faz parte da decoração do majestoso Palácio Ducal. Fica sobre o teto da Sala do Conselho dos Dez. Ao artista cabia, com sua obra laudativa, simbolizar a pujança da cidade de Veneza. Como mostra a pintura em questão, o pintor aparece, que à época tinha apenas 21 anos, sobretudo, como um exímio colorista, encantando os venezianos.

Na pintura, a deusa romana Juno, esposa de Júpiter e rainha dos deuses do Olimpo, conhecida na mitologia grega como Hera, personifica a cidade de Veneza. Ela se encontra numa nuvem dourada, de onde arremessa, tirando de dentro do chapéu do doge (magistrado supremo da antiga república de Veneza), coroas de ouro e pedras preciosas, joias e moedas de ouro, sobre a cidade de Veneza. Uma coroa de louros simboliza a paz, enquanto as joias dizem respeito ao poder real, glória e riqueza.

Abaixo da deusa Juno encontra-se uma jovem loira, bela e rica, que é a alegoria de Veneza, sentada sobre um leão, que por sua vez é o símbolo tradicional de São Marcos.

Ficha técnica
Ano: 1553

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 365 x 147 cm
Localização: Sala do Conselho Dos Dez, Palácio Ducal, Veneza, Itália

Fontes de pesquisa
Veronese/ Abril Cultural

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Tintoretto – CRISTO NO MAR DA GALILEIA

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Cristo no Mar da Galileia é uma obra religiosa do pintor italiano Jacopo Robusti, conhecido como Jacopo Tintoretto, e tido como o mais importante artista do maneirismo veneziano. A temática desta pintura que retrata uma passagem da vida de Cristo está contida nos escritos dos evangelistas Mateus, Marcos e João, com pequenas variações.

O pintor ilustra o momento mais tenso da passagem bíblica, quando os apóstolos, a mando de Cristo, dirigem-se para a outra margem do Mar da Galileia, sendo surpreendidos por uma violenta tempestade que deixa todos aturdidos. Segundo Mateus em seus escritos Pedro desafia o Mestre para que prove seu poder divino, andando sobre as águas. Jesus, então, aparece ao grupo em perigo, andando sobre as ondas turbulentas do mar revolto.

A cena mostra a natureza em grande fúria. O vento furioso agita as ondas que envolvem o barco e infla a vela, dobrando o mastro. No céu nuvens pesadas e baixas mostram-se ameaçadoras, como se fossem colidir com as ondas. Na terra as árvores dobram suas folhas. No barco são visto sete apóstolos tentando conter o frágil barco diante da tormenta.

Cristo de pé sobre as ondas bravias estende seu braço direito com o dedo indicador estendido em direção ao barco em perigo. Pedro, com a perna direita tocando a água, traz os olhos voltados para o Mestre, sendo aparentemente o primeiro a visualizá-lo, criando uma conexão entre o centro da composição, onde se encontra o barco, e a margem, onde está Jesus, em primeiro plano.

Em razão da violenta tensão expressa na pintura, alguns estudiosos de arte chegaram a atribuir o feitio desta obra ao pintor espanhol El Greco, tido como herdeiro de Tintoretto tanto no espírito quanto no estilo. Contudo, tal tese não se sustentou quando estudos mais elaborados foram feitos. A cor do mar e do céu numa mistura de verde e azul é típica do mestre italiano Jacopo Tintoretto.

Ficha técnica
Ano: c.1560

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 117 x 169 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.41637.html

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Claude Lorrain – PASTORAL

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Claude Lorrain (1600 – 1682), cujo nome legítimo era Claude Gellée, tornou-se conhecido como “Le Lorrain”, nome relacionado com a região em que nascera. Ao mudar-se para Roma, o artista teve como mestre o pintor de arquitetura Agostino Tassi, vindo posteriormente a estudar com Gottfried Sals, pintor de arquitetura e paisagens, quando se encontrava em Nápoles.  Acabou se tornando um dos famosos paisagistas de Roma, tendo se inspirado, inicialmente, nas paisagens idealizadas de Annibale Carraci e na dos pintores holandeses que residiam naquela cidade. Embora seu estilo fosse lírico e romântico, acabou se aproximando de Nicolas Poussin, mais tarde.

A composição Pastoral, também conhecida por O Pastor, põe em evidência a capacidade que Claude Lorrain tinha para captar o sentido passageiro da hora fugaz, ao usar tênues matizes de luz. Esta obra, que se trata de uma paisagem nos arredores de Roma, cheia de encanto idílico, é considerada tão bela quanto uma sinfonia musical. A cena acontece no meio da tarde, quando a luz do sol cai sobre a paisagem, como se fosse uma névoa dourada.

Um pastor encontra-se à esquerda, sentado sobre a relva, munido de seu cajado, descansando debaixo de algumas árvores, enquanto observa seu rebanho a pastar, espalhado à sua frente. À direita, logo atrás de uma árvore com folhas rosadas, passa uma estrada, e por ela é possível divisar duas pessoas que por ali caminham. Ainda à direita, bem mais ao fundo, são vistos vultos de edificações de uma cidade. Um rio serpenteia em meio à paisagem idílica. Serras douradas são vistas ao longe. O céu parece feito de ouro, num tom mais claro.

Ficha técnica
Ano: c.1626

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 134,4 x 98 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fonte de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Pietro Longhi – CABRA-CEGA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Contemporâneo de paisagistas, Pietro Longhi poderia ser chamado mestre da paisagem humana. Seguiu a topografia dos costumes sociais, em lugar de descrever a psicologia. (Enciclopédia dos Museus)

O desenhista e pintor italiano Pietro Longhi (1702 – 1785) tornou-se famoso por seus retratos e cenas de gênero no estilo Rococó. Seu pai Alessandro Falca era ourives. Longhi iniciou seus estudos com o artista Antonio Balestra. Veio depois a estudar e trabalhar com Giuseppe Crespi, responsável por introduzi-lo no estudo da natureza e dos temas de gênero. Inicialmente sua criação estava ligada aos temas religiosos e aos mitológicos, mas, por influência de Antoine Watteau e de seus seguidores, enveredou-se pelas cenas de vida pública e privada, pintando, sobretudo, cenas da vida dos nobres da Veneza do século XVIII. Apesar da delicadeza de suas pinturas, essas traziam, muitas vezes, certa dose de humor. Seu filho, Alessandro Longhi, também se tornou um renomado pintor.

A composição Cabra-Cega, nome de um jogo, é simples, mas de colorido refinado e de grande sensibilidade, tanto na narrativa quanto na pintura. O artista apresenta um grupo de cinco pessoas numa sala, sendo duas mulheres, dois homens e um menino. Todos estão vestidos pomposamente, de acordo com a moda da época.  O homem de verde, sentado numa cadeira de madeira, parece se divertir com as tentativas do garoto, que traz nos olhos uma venda e um bastão nas mãos, para quebrar o pote de barro, que se encontra no chão, com o prêmio dentro. Uma das mulheres, porém, mostra-se distraída, com o rosto voltado para outra direção.

Atrás do grupo, que se mostra bastante íntimo, encontra-se uma grande mesa forrada com uma toalha cor-de-rosa. Sobre ela estão duas garrafas de vidro, taças e uma bandeja com biscoitos. Acima da mesa, sobre a parede de revestimento verde-escuro, vê-se parte de um quadro com paisagem. Atrás do garoto existe uma porta que leva a outro ambiente, que se encontra separado por uma cortina verde.

Ficha técnica
Ano: c.1785

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 49 x 61 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fonte de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Louis Le Nain – A FAMÍLIA DE CAMPONESES

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Louis Le Nain (1593 – 1648), também conhecido por o Romano, ao chegar a Paris, vindo de Lyon, juntamente com dois irmãos, Antoine e Mathieu, abriu uma oficina de pintura em Paris. Anteriormente a isso, nada se sabe sobre sua formação artística, assim como é difícil, muitas vezes, saber qual foi a obra pintada por esse ou aquele irmão, pois os três costumavam trabalhar numa mesma tela. Mas não há dúvidas de que Louis foi o mais criativo dos três. Através do apelido recebido é provável que tenha ido a Roma. Fez parte da Academia Real de Pintura e Escultura, em Paris. Os irmãos deixaram uma pequena série de pinturas históricas, mas preferiram as cenas de vida no campo. Eles vieram de uma família rural.

A composição A Família de Camponeses, também conhecida como A Família de Camponeses num Interior, é tida como a obra-prima de Louis Le Nain. Nesta obra, em que estão presentes oito figuras humanas, um cachorrinho e um gato, predominam os tons de marrom, em suas gradações. Trata-se de uma de suas mais famosas cenas rústicas, também conhecida como pintura de gênero, que eram representações da vida cotidiana, especialidade a que o artista mais se dedicou e que se tornou muito popular no século XVII, principalmente nos Países Baixos, sendo Naim e seus irmãos os grandes representantes da França, no final desse mesmo século.

Numa ambiente escuro e humilde, com paredes sem qualquer tipo de ornamento e de chão batido, um camponês reúne-se com sua numerosa família em volta de uma mesa. Percebe-se que o jantar ainda não foi servido, pois o chefe da família parou de cortar o imenso pão que traz junto ao corpo, enquanto segura uma faca na mão direita. Naquela época, a comida dos camponeses limitava-se a uma sopa acompanhada de pão. Perto de um gatinho malhado, que parece posar para a pintura, no chão, está um caldeirão, provavelmente de barro, com uma concha de cabo de pau dentro, trazendo a tampa, de pé, recostada nele. Uma tosca frigideira e um cesto de vime, com um pano dentro, também jazem no chão.

A mesa está desarrumada, com uma parte coberta por uma toalha. Sobre ela se encontram uma tigela maior, provavelmente para colocar o pão, uma vasilha menor, para sal ou molho, e um castiçal sem vela. O velho camponês e sua filha (ou nora), provavelmente a mãe das crianças, encontra-se sentados à mesa. Mais distante, e sentada sobre uma cadeira, está sua esposa, uma senhora idosa que aparenta muita dignidade. Ela traz uma jarra de vinho apoiada no colo e um copo de vidro na mão esquerda, cuja base sustenta-se na jarra. O copo está quase cheio. Os três adultos e a criança menor, sentada no chão, estão voltados para o observador. Uma menina é vista atrás daquela que presumimos ser sua mãe.  Um garotinho, de pé de e de costas para o velho camponês, toca algo numa flauta de pastor. Um cãozinho, na base esquerda da tela, mostra-se atento, à espera dos restos da refeição. Próximo a ele está o que parece ser um cajado, que deixa sua sombra no chão.

Ao fundo, à esquerda, crepita no chão o fogo que serve para cozinhar, aquecer e iluminar o ambiente com sua luz bruxuleante, delineando a silhueta dos personagens mais próximos. Ali são vistos um caldeirão, lenha e outros objetos. Dois personagens são vistos lá dentro: uma jovem com a cabeça coberta, próxima à parede, e um garoto, voltado para o fogo que alumia parte do ambiente. Através das roupas grosseiras e rasgadas dos personagens, dos pés descalços das crianças e dos precários objetos, ali contidos,  é possível concluir que a família é muito pobre. (Os camponeses, até meados do século XX, andavam descalços). A pintura repassa a imagem de uma família unida, apesar da pobreza.

Ficha técnica
Ano: c. 1642

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 113 x 159 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.wga.hu/html_m/l/le_nain/p_family.html
http://www.louvre.fr/oeuvre-notices/famille-de-paysans-dans-un-interieur

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