Tintoretto – CRISTO NO MAR DA GALILEIA

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Cristo no Mar da Galileia é uma obra religiosa do pintor italiano Jacopo Robusti, conhecido como Jacopo Tintoretto, e tido como o mais importante artista do maneirismo veneziano. A temática desta pintura que retrata uma passagem da vida de Cristo está contida nos escritos dos evangelistas Mateus, Marcos e João, com pequenas variações.

O pintor ilustra o momento mais tenso da passagem bíblica, quando os apóstolos, a mando de Cristo, dirigem-se para a outra margem do Mar da Galileia, sendo surpreendidos por uma violenta tempestade que deixa todos aturdidos. Segundo Mateus em seus escritos Pedro desafia o Mestre para que prove seu poder divino, andando sobre as águas. Jesus, então, aparece ao grupo em perigo, andando sobre as ondas turbulentas do mar revolto.

A cena mostra a natureza em grande fúria. O vento furioso agita as ondas que envolvem o barco e infla a vela, dobrando o mastro. No céu nuvens pesadas e baixas mostram-se ameaçadoras, como se fossem colidir com as ondas. Na terra as árvores dobram suas folhas. No barco são visto sete apóstolos tentando conter o frágil barco diante da tormenta.

Cristo de pé sobre as ondas bravias estende seu braço direito com o dedo indicador estendido em direção ao barco em perigo. Pedro, com a perna direita tocando a água, traz os olhos voltados para o Mestre, sendo aparentemente o primeiro a visualizá-lo, criando uma conexão entre o centro da composição, onde se encontra o barco, e a margem, onde está Jesus, em primeiro plano.

Em razão da violenta tensão expressa na pintura, alguns estudiosos de arte chegaram a atribuir o feitio desta obra ao pintor espanhol El Greco, tido como herdeiro de Tintoretto tanto no espírito quanto no estilo. Contudo, tal tese não se sustentou quando estudos mais elaborados foram feitos. A cor do mar e do céu numa mistura de verde e azul é típica do mestre italiano Jacopo Tintoretto.

Ficha técnica
Ano: c.1560

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 117 x 169 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.41637.html

Views: 27

Claude Lorrain – PASTORAL

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Claude Lorrain (1600 – 1682), cujo nome legítimo era Claude Gellée, tornou-se conhecido como “Le Lorrain”, nome relacionado com a região em que nascera. Ao mudar-se para Roma, o artista teve como mestre o pintor de arquitetura Agostino Tassi, vindo posteriormente a estudar com Gottfried Sals, pintor de arquitetura e paisagens, quando se encontrava em Nápoles.  Acabou se tornando um dos famosos paisagistas de Roma, tendo se inspirado, inicialmente, nas paisagens idealizadas de Annibale Carraci e na dos pintores holandeses que residiam naquela cidade. Embora seu estilo fosse lírico e romântico, acabou se aproximando de Nicolas Poussin, mais tarde.

A composição Pastoral, também conhecida por O Pastor, põe em evidência a capacidade que Claude Lorrain tinha para captar o sentido passageiro da hora fugaz, ao usar tênues matizes de luz. Esta obra, que se trata de uma paisagem nos arredores de Roma, cheia de encanto idílico, é considerada tão bela quanto uma sinfonia musical. A cena acontece no meio da tarde, quando a luz do sol cai sobre a paisagem, como se fosse uma névoa dourada.

Um pastor encontra-se à esquerda, sentado sobre a relva, munido de seu cajado, descansando debaixo de algumas árvores, enquanto observa seu rebanho a pastar, espalhado à sua frente. À direita, logo atrás de uma árvore com folhas rosadas, passa uma estrada, e por ela é possível divisar duas pessoas que por ali caminham. Ainda à direita, bem mais ao fundo, são vistos vultos de edificações de uma cidade. Um rio serpenteia em meio à paisagem idílica. Serras douradas são vistas ao longe. O céu parece feito de ouro, num tom mais claro.

Ficha técnica
Ano: c.1626

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 134,4 x 98 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fonte de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Pietro Longhi – CABRA-CEGA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Contemporâneo de paisagistas, Pietro Longhi poderia ser chamado mestre da paisagem humana. Seguiu a topografia dos costumes sociais, em lugar de descrever a psicologia. (Enciclopédia dos Museus)

O desenhista e pintor italiano Pietro Longhi (1702 – 1785) tornou-se famoso por seus retratos e cenas de gênero no estilo Rococó. Seu pai Alessandro Falca era ourives. Longhi iniciou seus estudos com o artista Antonio Balestra. Veio depois a estudar e trabalhar com Giuseppe Crespi, responsável por introduzi-lo no estudo da natureza e dos temas de gênero. Inicialmente sua criação estava ligada aos temas religiosos e aos mitológicos, mas, por influência de Antoine Watteau e de seus seguidores, enveredou-se pelas cenas de vida pública e privada, pintando, sobretudo, cenas da vida dos nobres da Veneza do século XVIII. Apesar da delicadeza de suas pinturas, essas traziam, muitas vezes, certa dose de humor. Seu filho, Alessandro Longhi, também se tornou um renomado pintor.

A composição Cabra-Cega, nome de um jogo, é simples, mas de colorido refinado e de grande sensibilidade, tanto na narrativa quanto na pintura. O artista apresenta um grupo de cinco pessoas numa sala, sendo duas mulheres, dois homens e um menino. Todos estão vestidos pomposamente, de acordo com a moda da época.  O homem de verde, sentado numa cadeira de madeira, parece se divertir com as tentativas do garoto, que traz nos olhos uma venda e um bastão nas mãos, para quebrar o pote de barro, que se encontra no chão, com o prêmio dentro. Uma das mulheres, porém, mostra-se distraída, com o rosto voltado para outra direção.

Atrás do grupo, que se mostra bastante íntimo, encontra-se uma grande mesa forrada com uma toalha cor-de-rosa. Sobre ela estão duas garrafas de vidro, taças e uma bandeja com biscoitos. Acima da mesa, sobre a parede de revestimento verde-escuro, vê-se parte de um quadro com paisagem. Atrás do garoto existe uma porta que leva a outro ambiente, que se encontra separado por uma cortina verde.

Ficha técnica
Ano: c.1785

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 49 x 61 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fonte de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Louis Le Nain – A FAMÍLIA DE CAMPONESES

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Louis Le Nain (1593 – 1648), também conhecido por o Romano, ao chegar a Paris, vindo de Lyon, juntamente com dois irmãos, Antoine e Mathieu, abriu uma oficina de pintura em Paris. Anteriormente a isso, nada se sabe sobre sua formação artística, assim como é difícil, muitas vezes, saber qual foi a obra pintada por esse ou aquele irmão, pois os três costumavam trabalhar numa mesma tela. Mas não há dúvidas de que Louis foi o mais criativo dos três. Através do apelido recebido é provável que tenha ido a Roma. Fez parte da Academia Real de Pintura e Escultura, em Paris. Os irmãos deixaram uma pequena série de pinturas históricas, mas preferiram as cenas de vida no campo. Eles vieram de uma família rural.

A composição A Família de Camponeses, também conhecida como A Família de Camponeses num Interior, é tida como a obra-prima de Louis Le Nain. Nesta obra, em que estão presentes oito figuras humanas, um cachorrinho e um gato, predominam os tons de marrom, em suas gradações. Trata-se de uma de suas mais famosas cenas rústicas, também conhecida como pintura de gênero, que eram representações da vida cotidiana, especialidade a que o artista mais se dedicou e que se tornou muito popular no século XVII, principalmente nos Países Baixos, sendo Naim e seus irmãos os grandes representantes da França, no final desse mesmo século.

Numa ambiente escuro e humilde, com paredes sem qualquer tipo de ornamento e de chão batido, um camponês reúne-se com sua numerosa família em volta de uma mesa. Percebe-se que o jantar ainda não foi servido, pois o chefe da família parou de cortar o imenso pão que traz junto ao corpo, enquanto segura uma faca na mão direita. Naquela época, a comida dos camponeses limitava-se a uma sopa acompanhada de pão. Perto de um gatinho malhado, que parece posar para a pintura, no chão, está um caldeirão, provavelmente de barro, com uma concha de cabo de pau dentro, trazendo a tampa, de pé, recostada nele. Uma tosca frigideira e um cesto de vime, com um pano dentro, também jazem no chão.

A mesa está desarrumada, com uma parte coberta por uma toalha. Sobre ela se encontram uma tigela maior, provavelmente para colocar o pão, uma vasilha menor, para sal ou molho, e um castiçal sem vela. O velho camponês e sua filha (ou nora), provavelmente a mãe das crianças, encontra-se sentados à mesa. Mais distante, e sentada sobre uma cadeira, está sua esposa, uma senhora idosa que aparenta muita dignidade. Ela traz uma jarra de vinho apoiada no colo e um copo de vidro na mão esquerda, cuja base sustenta-se na jarra. O copo está quase cheio. Os três adultos e a criança menor, sentada no chão, estão voltados para o observador. Uma menina é vista atrás daquela que presumimos ser sua mãe.  Um garotinho, de pé de e de costas para o velho camponês, toca algo numa flauta de pastor. Um cãozinho, na base esquerda da tela, mostra-se atento, à espera dos restos da refeição. Próximo a ele está o que parece ser um cajado, que deixa sua sombra no chão.

Ao fundo, à esquerda, crepita no chão o fogo que serve para cozinhar, aquecer e iluminar o ambiente com sua luz bruxuleante, delineando a silhueta dos personagens mais próximos. Ali são vistos um caldeirão, lenha e outros objetos. Dois personagens são vistos lá dentro: uma jovem com a cabeça coberta, próxima à parede, e um garoto, voltado para o fogo que alumia parte do ambiente. Através das roupas grosseiras e rasgadas dos personagens, dos pés descalços das crianças e dos precários objetos, ali contidos,  é possível concluir que a família é muito pobre. (Os camponeses, até meados do século XX, andavam descalços). A pintura repassa a imagem de uma família unida, apesar da pobreza.

Ficha técnica
Ano: c. 1642

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 113 x 159 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.wga.hu/html_m/l/le_nain/p_family.html
http://www.louvre.fr/oeuvre-notices/famille-de-paysans-dans-un-interieur

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Rafael – A LIBERTAÇÃO DE SÃO PEDRO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

[…] o horror da prisão, ao ver o ancião preso a correntes de ferro entre dois homens com armaduras; o profundo sono dos guardas; e o esplendor brilhante do anjo nas escuras sombras da noite, ilumina com destaque todos os detalhes da prisão e faz a armadura brilhar tão intensamente, tornando o reflexo mais polido do que se fosse real […]. E pelo fato de ter pintado a noite tão perfeitamente como nunca fora feito, este é o mais divino e considerado por todos como o mais excepcional. (Giorgio Vasari)

O afresco intitulado A Libertação de São Pedro é uma belíssima obra-prima do pintor renascentista italiano Rafael Sanzio e de seu assistente Giulio Romano. Foi executado com o objetivo de decorar os quartos do Palácio Apostólico, no Vaticano, em Roma, sendo hoje conhecidos como Stanze di Raffaello.

A cena dramática representa uma passagem bíblica retirada dos Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento, que conta como São Pedro foi libertado por um anjo, quando se encontrava preso, com sentença de morte, a mando do rei Herodes. Para impedir sua fuga, foi acorrentado a dois guardas, e vigiado por outros, fora da cela. Um gigantesco anjo com suas asas abertas e vestes revoltas passa a impressão que ali acabara de chegar, movido por um intenso vento. Seu corpo recurvado direciona-se para o de São Pedro. A composição está dividida em três cenas, dispostas em perfeito equilíbrio simétrico:

  • cena central – o anjo, envolto numa forte luz dourada circular, toca São Pedro, que se encontra dormindo, sentado no chão, acorrentado nos braços e nas pernas junto a dois guardas que continuam a dormir;
  • cena à esquerda – um dos guardas presentes na escadaria, ao notar a luz dourada advinda da cela, em razão da presença do anjo, acorda um companheiro, e aponta para o aposento do condenado, iluminado com a presença do mensageiro divino;
  • cena à direita – o anjo, envolto por uma intensa luz oval, conduz São Pedro pela mão e guia-o para a liberdade, passando em meio aos guardas que dormem.

Lá fora é noite. A lua caminha em meio a nuvens escuras. Sua luz reflete na armadura de dois dos soldados à esquerda, incumbidos de vigiar o preso, principalmente na do que se encontra de pé, de costas para o observador, com uma tocha na mão, alumiando em volta.

Rafael faz uso, pela primeira vez, de um “efeito noturno”, ao empregar a luz da lua, a da tocha acesa e a que vem do anjo, dando uma sensação de mistério à composição. E o efeito obtido pelo artista, ao postar a cena central atrás de grades escuras, é magistral, pois encobre parte do que está acontecendo, como se fora um sonho, e acaba por prender a atenção do observador.

Ficha técnica
Ano: 1514

Técnica: afresco
Dimensões: 660 cm de base
Localização: Museus do Vaticano, Roma, Itália

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirado

http://www.wga.hu/html_m/r/raphael/4stanze/2eliodor/3libera.html
http://www.cuf.org/2013/09/15205/

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Moroni – O ALFAIATE

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Autoria de Lu Dias Carvalhooalf

O maravilhoso retrato denominado O Alfaiate é uma obra do pintor italiano Giovanni Battista Moroni (c. 1530-1578). Presume-se que sua formação tenha se dado com o mestre Alessandro Moretto. Suas pinturas remetem às obras de Lorenzo Lotto e Ticiano. Embora Moroni tenha criado inúmeros retábulos, sua fama deveu-se, sobretudo, aos impressionantes retratos pintados por ele, cujas características principais eram a sensibilidade e a simplicidade, como as vistas nesta composição.

A obra em questão é tida como o mais famoso dos retratos do artista, não apenas por sua impressionante qualidade, como pelo modo como ele expôs o tema, ao pintar este jovem elegante, mas também meio triste. Se eliminada a tesoura de sua mão, dele não seria reconhecida a profissão de alfaiate.

O rapaz encontra-se de pé, diante de uma mesa de madeira, segurando a ponta de um tecido preto com a mão esquerda, e a tesoura com a direita. Existe um forte contraste entre suas vestes e o tecido escuro, marcado com linhas brancas de giz, que irá cortar. Sua cabeça está iluminada por uma luz que vem de cima, à esquerda. Seus olhos grandes chamam a atenção para ela. O alfaiate olha diretamente para o observador, como se estivesse a sondá-lo.

Ficha técnica
Ano: c. 1570

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 96,5 x 73,5 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/giovanni-battista-moroni-the-tailor-il-tagliapanni

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