Autoria de Lu Dias Carvalho
Para entender a originalidade que representava, em 1913, um quadro como “Baile à Fantasia”, é preciso um esforço para enxergá-lo com um olhar contemporâneo, e não através do filtro daquilo que veio depois. (Rafael Cardoso)
Incontestavelmente o quadro, que mais de pronto chama a atenção e a empolga, é o denominado “Baile à Fantasia”, do jovem artista Rodolpho Chambelland. É uma poderosa nota de cor, um magnífico espécime de técnica colorista executada com singular gosto e habilidade. (Crítico anônimo do Jonal do Commercio)
A composição Baile à Fantasia é uma obra do pintor brasileiro Rodolpho Chambelland e, como o próprio título indica, retrata um tema popular – o Carnaval – onde predominam a alegria, a liberdade trazida pelo anonimato, em razão do uso de fantasias, e a animação. A tela foi comprada pela Escola Nacional de Belas-Artes (ENBA).
O artista retrata uma festa carnavalesca. No baile à fantasia, inúmeros personagens encontram-se presentes, em pares ou sozinhos. A vibração parece ressoar de todos os pontos da pintura. O principal destaque é dado ao par composto por um pierrô e uma colombina trajando um esvoaçante vestido vermelho, em primeiro plano, à direita da composição. As demais figuras espalham-se livremente por toda a tela, sob uma chuva de confetes e serpentinas, que inunda todo o salão.
O historiador da arte Rafael Cardoso, afirma que, para a época, o tema era bastante moderno, “não uma modernidade programática, de manifesto intelectual, mas uma sensibilidade para os assuntos e as experiências da vida urbana, das novas classes operárias, da boemia e da multidão”. Não apenas a temática usada pelo artista como também o tratamento dado ao quadro eram inovadores à época.
O pintor, em sua tela, faz uso do “divisionismo”, ou seja, ele aplica toques de cores puras, próximos uns dos outros, com o objetivo de criar uma vibração ótica no observador. Vistas de uma certa distância, as cores fundem-se, dando maior claridade e brilho à obra como um todo. A pintura é, em todos os sentidos, uma explosão de alegria, movimento e cores.
O Carnaval tem sido, em razão de sua riqueza visual, uma das festas populares brasileiras mais representadas nas artes plásticas. São inúmeras as obras retratando a magia do universo carnavalesco.
Ficha técnica
Ano: 1913
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 149 x 209 cm
Localização: Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil
Fonte de pesquisa
A arte brasileira em 25 quadros/ Rafael Cardoso
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