Autoria de João Resende
A depressão e a fobia social sempre me trouxeram problemas. Desde muito jovem eu já sofria com isso, mas, há uns dez anos, eu tive uma crise depressiva mais séria e precisei procurar um psiquiatra, coisa que nunca tinha feito até então. Para o tratamento, o médico receitou rivotril em doses que chegaram a 6 mg por dia. O problema é que durante o tratamento eu tive uma série de situações ruins e acabei associando-as ao remédio. Eu tinha variações bruscas de humor, crises de raiva, irritava-me com qualquer coisa e, além disso, passava os dias com uma sensação de sono tão forte, que cheguei a dormir em reuniões de trabalho e cochilei também no volante (não sei como não sofri um acidente na época). No fim das contas, interrompi o tratamento e hoje vivo com os medos que sempre me acompanharam e também com medo de tentar um novo tratamento.
Eu sempre tive a esperança de que isso melhoraria com o passar do tempo, mas o problema é que já estou com quase 40 anos e, ao longo desse tempo, eu já perdi muitas oportunidades profissionais por causa da minha condição. Além de evitar todo o tipo de interações sociais, eu sofro especialmente com o medo de lidar com pessoas em posição de autoridade. Não consigo explicar este meu comportamento. O medo é tanto que quando eu preciso abordar pessoas em posições hierárquicas mais altas, a voz chega a sumir, o coração dispara, a respiração fica ofegante, o suor brota na testa e daí por diante a situação vai piorando. É como se fosse uma bola de neve. Falar em público também é uma situação impossível para mim. Prefiro a morte! Deve ser algum trauma vivido, mas tão forte que eu não consigo nem explicar sua origem.
Eu tento entender o que me leva a tal fobia, mas não consigo. Sei que, sob o viés da lógica, essas situações não oferecem perigo algum, contudo não consigo controlar as minhas reações. Tenho também muita dificuldade de concentração. Não consigo focar em nada sem que a cabeça fique pensando mil coisas ao mesmo tempo. Morro de vergonha por carregar estes problemas e tento escondê-los das pessoas, simplesmente evitando as situações e jogando fora toda e qualquer oportunidade que surge na minha vida. Fico vendo alguns colegas de trabalho e admirando como eles são serenos, autoconfiantes e levam a vida com grande prazer. Meu sonho é ser assim…
Qual será a classificação para o meu transtorno? Será que existe tratamento para isso? Será que o período que tomei remédios e tive a sensação de que tudo piorou foi só um erro do médico na prescrição? Por favor, deem-me uma luz!
Nota: Melancolia, obra de Edvard Munch
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Lu
Mais um ano indo embora…
Hoje estou nos meus 40 anos e ainda lutando pra encontrar alegria nesta vida. Passei por aqui hoje pra receber apenas um alento pra essa minha alma e mente tão atormentadas por pensamentos devastadores. Com o coração em pedaços por mais uma vez não ter sido a escolhida por mais um de meus supostos “amores”.
Lu, eu me sinto destruída por dentro. Desde abril tomando escitalopram, mas parece que a melhora não chega. Me sinto cansada e sem esperança por tantas tentativas fracassadas, como terapia, remédios, igreja, orações. É como se nada adiantasse e o resultado fosse sempre o mesmo. Derrota!
A médica nunca disse que tenho depressão, mas por que esse sentimento é tão forte dentro de mim? Eu sinto que só estou existindo em um corpo que se seu não achar uma saída é capaz dele também não suportar mais. Não me considero suicida, mas confesso que o vazio, a solidão, o sentimento de rejeição em alguns momentos, tomam conta da minha alma como se fossem me devorar. É insuportável! Não aguento mais!
Hoje dobrei a dose por conta própria do escitalopram pra ver se consigo uma melhora. Não quero viver o resto da minha vida assim, apenas existindo e vendo ao meu redor as pessoas vivendo de verdade. Não quero me tornar uma pessoa amargurada e nem quero viver com pena de mim, me sentindo uma miserável o tempo todo, pois eu sei que não sou isso. Mas como saio desse poço sem fim, que insiste em me puxar cada dia mais para baixo?
Obrigada pelo espaço.
Josi
Você desapareceu há tanto tempo… Senti saudades suas!
Amiguinha, só vejo uma maneira de mudar a nossa vida: adquirir um olhar diferente sobre o mundo que nos rodeia. Ainda que tomemos antidepressivos, se não nos aceitarmos com mais amor e procurarmos minimizar os nossos problemas com sabedoria, jamais deixaremos para trás o vazio de insiste em nos engolir.
Você já reparou que um mesmo problema tem peso diferente para as pessoas com ele envolvidas? Por que isso? Porque, enquanto algumas veem-no como o fim do mundo, outras o enxergam com mais leveza, não permitindo que ele conduza suas vidas. Não é só você quem carrega dores e sofrimentos, minha lindinha, pois isso faz parte da existência humana. Todos nós, sem exceção, somos obrigados a conviver com essa carga que própria da existência humana. A diferença está em como cada um leva o seu fardo. Somente isto. Ainda que muito simples, há provérbio que explica muito bem como deve ser a vida humana: “Se lhe derem um limão, faça dele uma limonada”. Racionalizar e transformar as nossas dores, o nosso sofrimento e desencanto deve ser uma tarefa diária.
Josi, quem nunca sofreu uma dor de amor? Quem nunca se sentiu preterida? Quem nunca ficou no fundo do poço por alguém que julgava amar? Mas é preciso dar a volta por cima, acreditar que alguém muito especial está a caminho. Vou citar outro provérbio que amo: “Estava chorando porque não tinha sapatos e encontrei um homem que não tinha pés”. Significa que não podemos nos transformar nas pessoas mais sofridas do mundo, pois em algum lugar, alguém está passando por um sofrimento muito maior. O suposto amor que a faz chorar hoje, amanhã poderá lhe render boas gargalhadas. Você é muito jovem e tem um longo caminho pela vida. Irá encontrar pessoas novas e alguém muito especial que a recompensará por tudo que já passou. Apenas acredite!
Aceite a sua vida como um dom divino. Você é a única dona dela. O leme desse barco é seu. Aprenda a passar com sabedoria pelos mares bravios e será capaz de se transformar num piloto cada vez mais forte e mais sábio.
Beijos,
Lu
Obrigada, Lu!
Suas palavras sempre vêm cheias de sabedoria e a dos seguidores do blog também. Preciso deste espaço, não vou sumir mais.
Realmente sempre existe alguém passando por algo pior, acredito nisso. Por isso, às vezes me sinto até pior, pois sei disso, mas quando estamos com dor emocional é realmente muito difícil mudar o sentimento, ainda que nosso problema não seja o pior do mundo. Por vezes eu mesma me consolo e tento colocar isso no momento da dor, dizendo pra mim mesma: você já passou por coisa pior, lembra-se? E você sobreviveu!
Não sei se é querer demais da minha parte deixar de ser apenas uma sobrevivente pra me tornar um ser vivente. Seria isso um orgulho do meu ser?
Josi
Você se pergunta:
“Não sei se é querer demais da minha parte deixar de ser apenas uma sobrevivente pra me tornar um ser vivente. Seria isso um orgulho do meu ser?”
Não, amiguinha, não é pedir demais. Você tem todo o direito de ser feliz. É exatamente esse “querer ser um SER vivente” que a torna forte, pronta para vencer as batalhas da vida pelas quais todos nós temos que passar, sobreviver, levantar-nos e sermos felizes.
Beijos,
Lu
Poxa, Josi!
Tão triste quando nos sentimos perdidas, sem rumo, sem que a vida pareça ter um sentido. Mas, por tudo o que já passei e foi bastante, posso lhe assegurar com a tranquilidade de quem venceu, isso passa! Esse desencanto, essa falta de perspectiva, esse desalento total não é um sofrimento exclusivo seu, portanto, você não é pessimista, mas passa por um período de uma tristeza que afunda, machuca, parece que não terá fim.
Atenção: este comentário será transformado numa postagem direcionada a Josi.
Cara Celina,
Realmente tem sido de longe uma tarefa difícil lidar com este turbilhão de emoções e pensamentos de derrota. Eu sempre fui muito otimista quanto à vida, sempre acreditei muito no bem, sempre via um lado bom em tudo. Talvez por isso, hoje, aos 40 anos, viva tamanha frustrações, pois a realidade infelizmente nem sempre é tão boa quanto acreditamos.
Estou passando por essa vida, agora mais consciente das coisas, ciente de que nem tudo são flores, mas quero continuar acreditando que, apesar disso, ainda existem muitas flores, muita vida a ser vivida. E como sei que não temos o controle dela, quero viver além das minhas dores, com responsabilidade, mas aproveitando cada dia como se fosse o último. Muito obrigada, amiga Celina. Ainda dói, mas vai passar!
Beijos!
Melhorei muito depois que assisti esse vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=mnGaHFSd_wI
Yuri
Seja bem-vindo a este cantinho. Sinta-se em casa.
Muito obrigada pela dica. Continue nos trazendo mais.
Abraços,
Lu
Lu
Por acaso acabei achando seu site quando procurei pela obra do Albrecht Durer, Melancolia. E só o fiz pois foi mencionada no Livro: Depressão, caminhos de superação da noite escura da alma, de Rüdiger Dahlke, ED cultrix. Estou iniciando a leitura agora, mas já tive contato com outros livros do autor, que trata das doenças como linguagem da alma. Recomendo a leitura.
Passei parte da infância e toda minha adolescência com depressão, meus familiares julgavam ser apenas frescura minha e não tive nenhum apoio. Comecei a melhorar quando passei a tomar Florais e ter contato com assuntos espirituais. Hoje estou com 30 anos, nunca tomei antidepressivos, mas não tenho mais a doença. Em alguns dias me sinto triste, mas isso acontece com todos. Mas ainda estou na busca de autoconhecimento, pois sou muito tímida e tenho falta de confiança, baixa autoestima, sentimento de inferioridade e cia. Mas estou conseguindo melhorar isso através de tratamentos naturais, florais, homeopatia, reiki, Fitoenergetica entre outros. Amanhã mesmo farei um curso de “thetahealing”, que promete me libertar de crenças que me limitam através de princípios da física Quântica. São assuntos bem interessantes e que realmente têm a capacidade de nos modificar para melhor. Se possível busque sobre eles, de repente podem te ajudar assim como comigo. E tome florais, fazem uma diferença extraordinária!
Melhoras,
Soraya.
Soraya
É um grande prazer recebê-la neste cantinho. Sinta-se em casa.
Amiguinha, as chamadas “doenças da alma” são bem complexas, principalmente quando vivemos num mundo extremamente materialista que acha que o cérebro não faz parte do corpo, como expressa a falta de apoio recebido por você e com tantos outros. Se o coração adoece, a pessoa corre para o médico, se são os rins, toda a família fica em cima buscando tratamento, mas se é o cérebro, a maioria acha que se trata de uma coisinha à toa, sem gravidade alguma, pois não vê o ser humano como um todo indivisível (holístico). Ainda que os transtornos mentais caminhem para ocupar o alto do pódio até 2030, como alerta a ciência médica, muita gente ainda faz pouco caso da gravidade que representam, sendo hoje responsáveis por um número de suicídio cada vez maior em todo o mundo.
Como depressiva crônica (doença hereditária em minha família materna), sofrendo com ela desde a minha adolescência, já busquei mil e uma terapias alternativas. Tomei “n” vidrinhos de florais, fiz Yoga por muito tempo, tratamento com homeopatia, Do-in, passes espirituais, Reiki (inclusive faço um curso no momento). Para mim, tirando aqueles de efeito placebo, a maioria dos tratamentos alternativos funcionam apenas como coadjuvantes. Possivelmente a sua depressão é leve, podendo ser até mesmo de causa traumática (timidez, falta de confiança, baixa autoestima, sentimento de inferioridade e cia.), mas, se vier a atingir um patamar alto, não relute em procurar ajuda médica, pois se trata de uma doença física que necessita de tratamento.
Vejo que gosta de ler sobre o assunto. Vou lhe recomendar um dos livros mais sérios e famosos no trato com os transtornos mentais: O DEMÔNIO DO MEIO-DIA/ Autor: SOLOMON, ANDREW.
Soraya, o conhecimento que nos é passado através de práticas alternativas (não necessariamente espirituais como é o caso do Reiki e do Do-in) estão tendo a sua eficácia comprovada pela Ciência, embora um grande número de médicos ainda os veja como insignificantes diante de casos graves, portanto, é preciso agir com sabedoria, muitas vezes agregando o tratamento alopático às práticas alternativas. O autoconhecimento é fundamental para o nosso crescimento como um todo e para a melhoria de nossa saúde, pois nos torna seres humanos melhores e nos ensina a ver o mundo com mais tolerância, o que reflete em nossa saúde e na nossa qualidade de vida.
Agradeço o seu generoso comentário, o que mostra que é um ser humano da maior grandeza, preocupado com seus irmãos de planeta. Foi muito bom ter chegado aqui através de Dürer (que viveu numa época em que tudo era pecado) que possivelmente deve ter tido depressão, assim como Van Gogh, Edvard Munch e tantos outros gênios da pintura.
Seria um grande prazer sempre tê-la conosco, sempre.
Um grande abraço,
Lu
Caro João Resende,
Vi que você respondeu que está pensando em tentar um tratamento (que ótimo), mas queria te deixar um relato aqui. Não sofro de fobia social. Ao contrário: sou daquelas que fala com Deus e todo mundo! Mas estou saindo agora da minha terceira crise de depressão associada ao pânico, e posso te relatar que há possibilidade de melhorar do pânico com a medicação de maneira impensável. Minha segunda crise foi bem grave. Eu desenvolvi pânico de sair na rua. Sim, era irracional e eu sabia disso, mas toda vez que eu saia na rua, eu via as paredes se fecharem… sabe, olhava pra um lado e via as casas vindo em minha direção, e o mesmo do outro lado, me fechando, me sufocando. Sabia que não era real, e não parava de ver assim mesmo.
Só pra você ter uma ideia, não conseguia ir ao médico, pois não aguentava sair de casa. Eu me sujava na roupa de tanta agonia ao sair. Sim, eu cheguei a defecar algumas vezes de nervoso e agonia. E com um mês de medicação, estava eu linda e faceira voltando a trabalhar, pegar metrô e andar sozinha na rua. O rivotril é apenas um SOS, ele não trata nada. Por isso, talvez, você não tenha sentido melhora. E os ansiolíticos, ainda mais em uma dose tão alta, acabam nos deixando prostrados. Você também fala que tem 40 anos, mas me soou como você dizendo que tem 80 anos. Eu tenho 36 anos e ainda não casei e não tive filhos, mesmo não tendo fobia social. O que quero te dizer é que você é muito jovem. E pode se tratar e sim, começar a viver a melhor época da sua vida. Sempre há tempo, ainda mais aos 40 anos. Um amigo meu diz que os 40 são os novos 30 da época atual, rs. E se puder associar uma terapia, será incrível. Eu, só nessa terceira crise procurei por terapia. Mas muitos dos meus medos são gerados pelo meu excesso de cobrança e autocrítica, e venho trabalhando isso (e olha que sou da área de medicamentos e super incrédulos em terapias alternativas, rs).
Quero finalizar comentando uma frase sua, sobre a serenidade dos seus colegas de trabalho e seu sonho de ser assim. Todas as pessoas que me conhecem vão dizer que eu sou o ser humano mais simpático, risonho e “de boas” com a vida. Uma colega me diz que tenho uma leveza de viver única. Por dentro, eu luto há 10 anos, com a ajuda de medicamentos, contra a depressão, a ansiedade, as fobias e o pânico. Todos estamos lutando, alguns apenas disfarçam mais, até mesmo por uma questão de personalidade. Alguns são mais expansivos, outros mais retraídos, independente dos problemas. Eu também almejei muito ser de outro forma, e ainda posso te dizer que sonho com a cura. Mas aprendi a rezar a Deus (uma vez que professo a fé cristã) para que eu possa manter a estabilidade, mesmo que com remédios.
Hoje é tudo o que mais quero: levar uma vida normal, com essa minha condição mental estabilizada, controlada, e vivendo da melhor maneira que eu consigo. É meu sonho atual. E tento lutar contra os medos: que não vou casar, que um parceiro não vai aceitar minha condição, que não poderei ter filhos por causa das medicações, etc. Esses medos luto diariamente contra eles. E hoje está um pouco melhor do que ontem, e assim vou vivendo.
E só de você ter se aberto aqui já não é incrível? Com certeza não foi fácil pra você. Mas olha que passo enorme você deu! Estamos juntos, cada um com suas peculiaridades, mas todos combatendo na mesma guerra… e do mesmo lado!
Um beijo carinhoso,
Lívia
Olá, Lívia!
Seu relato me deu mais força para procurar ajuda.
O comentário sobre ter 40 e viver como se tivesse 80, é exatamente minha realidade. Esses transtornos acabam nos tirando a vitalidade.
Muito obrigado pelo apoio!
Abraços!
João
Olá, Lu!
Interessante sua observação sobre a característica do perfeccionismo. Essa é uma característica muito forte em mim. O fato do excesso de preocupação com a opinião dos outros é marcante em minha vida. Nas aulas de inglês, por exemplo, eu nunca consegui desenvolver a pronúncia pois evitava falar, com vergonha e medo de errar. Eu tenho muita dificuldade em lidar com meus erros e tenho receio de como as pessoas vão reagir e me cobrar em relação a eles, sendo assim eu evito errar… E a única forma de evitar o erro é não fazendo, pois só erra quem faz.
A questão da autoestima é sem dúvida um ponto que preciso trabalhar mas também não sei como fazer… Tenho medo do início do tratamento. Vou esperar as vésperas de um período de férias para que as possíveis alterações provenientes do medicamento não me prejudiquem ainda mais no ambiente de trabalho. Muito obrigado pelo apoio! Essa conversa aqui me animou a buscar por ajuda médica.
Abraços!
João
João Resende
Para melhorar a sua autoestima, aconselho-o a assistir as aulas do mestre Júlio Mendes (julio mendes curso completo de reiki youtube) no Youtube. Comece pela de nº 1. Ele fala da importância de equilibrar os chakras e mostra como melhorar a nossa autoestima. Ele está sempre dando este curso (gratuito e à distância), mas no momento as inscrições estão fechadas. Quando terminar o trabalho com as novas turmas, ele reiniciará outras. Mas você poderá assistir às aulas. O que não entender, poderá me perguntar, pois também estou fazendo o curso. Comece ainda hoje.
Quanto ao tratamento, sugiro que ao menos consulte um psiquiatra.
Abraços,
Lu
Olá, João!
Lamento por você estar passando por isso, e por tanto tempo.
Eu tenho Agorafobia e Síndrome do Pânico, e sei bem o quanto os problemas psicológicos podem estagnar a nossa vida. Ano passado eu perdi dois semestres inteiros da faculdade, entre outros eventos com amigos e familiares. Muitas pessoas não entendem os nossos problemas psicológicos, porém você não pode ter vergonha, infelizmente é algo que não escolhemos ter e precisa ser muito forte para enfrentá-lo e carregar sozinho nas costas.
Quando resolvi procurar ajuda, tive sorte, pois o psiquiatra me indicou um medicamento que me ajudou muito, porém, o início do tratamento foi muito difícil, pensei em desistir diversas vezes, eu tinha a sensação de ter sido jogada no fundo de um buraco! Mas após três semanas o efeito do medicamento surtiu efeito e o tratamento foi um sucesso.
Recomendo você procurar outro profissional e relatar sobre o problema do tratamento com o Rivotril. Pergunte sobre as possíveis reações e efeitos adversos também.
Desejo muita sorte e sucesso para você. Como diz a querida Lu, ser POP é fundamental!
Um abraço!
Olá, Ana Maria!
Estou criando coragem para procurar outro médico e talvez tentar outro tratamento.
Obrigado pelo apoio!
João
Também sofro deste mal desde minha infância, tenho 24 anos e sempre achei que iria melhorar, mas não melhorou. Tem alguém que conseguiu sair dessa?
Jessica,
posso dizer por experiência própria que o simples passar do tempo não resolve o problema. Talvez com o tempo você se acostume a fugir das situações que lhe causam angústia e sofrimento, mas é só isso. Talvez seja melhor mesmo procurar um tratamento.
João,
eu me identifiquei muito com seu relato. Tenho 40 e poucos anos e sempre convivi com a FOBIA SOCIAL desde a adolescência. Apresentar trabalhos na escola eram verdadeiros tormentos para mim, isso continuou na faculdade. Nos dias de seminário eu inventava acidentes e todas as desculpas para não ir apresentar em público. Houve uma vez em que tive uma crise de pânico na véspera de apresentar um trabalho na faculdade, eu joguei meu braço contra a parede de minha casa e o quebrei somente pra não ir no dia seguinte à aula. Depois que me formei, também passei por situações constrangedoras para apresentar trabalhos. Tinha também esta fobia em me dirigir às autoridades, minhas pernas tremiam, meu coração disparava, a voz ficava trêmula.
Há um ano eu procurei um psiquiatra que me receitou OXALATO DE EXCITALOPRAM, 15 mg/dia, que está me fazendo muito bem, tenho tido muito mais tranquilidade em lidar com pessoas, é claro que falar em público ainda me incomoda, mas a serenidade aumentou muito. A prática de exercícios físicos ajuda muito e a meditação também contribui. Enfim, faça logo tudo que der pra, pelo menos, minimizar os efeitos da fobia social, ela é muito prejudicial à nossa vida. Terapias dizem que também é bom, não tentei ainda.
Grande abraço!
Olá, Bruno!
Com certeza, sofremos do mesmo mal.
Foi bom saber que o medicamento está funcionando para você. Talvez funcione para mim também.
Vou procurar por indicação de um médico e tentar mais uma vez. Obrigado pela ajuda.
Abraços!
Oi, João,
Saiba que não está nessa sozinho, muita gente também sofre com esses tipos de transtornos. Não sou psiquiatra nem psicólogo pra tentar dizer algo especificamente sobre seu caso… Mas tenha certeza que dias melhores virão, falo isso por experiência própria, pois passei por uma fase difícil de depressão e pânico, mas procurei ajuda e fiz o tratamento certinho com psiquiatra e psicólogo, hoje nem tomo mais remédio e aprendi a lidar com minhas emoções e pensamentos. Claro que não foi do dia pra noite. Aprender lidar com pensamentos leva um certo tempo e prática. Faça o tratamento certinho e procure ajuda, tenho certeza que irá ficar tão bom ou melhor que os amigos que você citou.
Abraço e melhoras. Deus te abençoe!
Olá, Marcos!
Estou criando coragem para tentar um tratamento.
Obrigado pelo apoio!
João
Eu tenho escrito muito sobre a depressão, mas tenho observado que a ansiedade social (também conhecida por fobia social), distúrbio caracterizado por um medo irracional que toma conta da pessoa quando tem que vivenciar certas ocasiões sociais, tem crescido muito, embora sejam poucos aqueles que vêm a público colocá-lo em foco, como fez você. Segundo o “National Comorbidity Survey-Replication”, a fobia social ocupa o terceiro lugar dentre os transtornos mentais, uma vez que a ansiedade ainda vem dominando o pódio, mas o número de pessoas com tal transtorno pode ser bem maior, pois são poucos os portadores de tal distúrbio a buscar ajuda médica.
Um dos aspectos relativos à fobia social que é levantado é que as pessoas com tal síndrome são perfeccionistas e, ao terem que passar por uma avaliação, preocupam-se mais com o julgamento que farão delas. Têm medo de que sejam avaliadas negativamente, vindo a passar por “vexames” diante de terceiros. Olhando por este prisma, podemos deduzir que, ao dar mais atenção à opinião de outrem, significa que os portadores de tal transtorno possuem a autoestima baixa, precisando trabalhar este ponto que as leva a sofrerem tanto. Existem também outros fatores (experiências passadas) responsáveis por gerar insegurança e autodepreciação.
Confesso que fui uma criança tímida, filha de um pai extremamente autoritário, tendo carregado comigo uma grande timidez. Certa vez, ainda na infância, fui declamar uma poesia, mas a minha timidez era tanta que eu não conseguia sair da primeira estrofe, repetindo-a um sem conta de vezes. Preocupados com aquela menininha de sete anos totalmente perdida, os presentes bateram palmas e eu deixei o palco envergonhada. Talvez seja por isso que não memorizo um só verso de meus poemas… risos. Entretanto, as muitas leituras que faço sobre o assunto modificaram a minha vida, pois o conhecimento leva à compreensão e, consequentemente, à superação.
João, você diz que tomou rivotril numa dosagem muito elevada, sendo normal que tenha sentido tanto sono, pois se trata de um ansiolítico que deve ser tomado por um curto espaço de tempo e em doses baixas. O ideal é que tivesse sido receitado um antidepressivo aliado ao tratamento psicoterápico. Mas deixemos o passado para trás e foquemos no presente. Sem tratamento não há como se ver livre de tal transtorno. Tome as rédeas de sua vida o mais rápido possível.
A fobia social por ser generalizada (medo de qualquer ralação social) ou restrita (medo de situações sociais específicas). Penso que o seu caso seja o segundo. Sugiro que busque um psiquiatra e relate todo o seu histórico. Sem dúvida alguma, além do medicamento, ele irá orientá-lo a buscar um tratamento psicoterápico que irá ajudá-lo a detectar experiências do passado que podem tê-lo levado a isso, embora haja outras causas (estrutura cerebral, hereditariedade, etc).
Gostaria de alertá-lo para o fato de que, ao fazer uso do antidepressivo, nas três primeiras semanas terá reações adversas que poderão fazê-lo sentir ainda pior, contudo, elas passam, vindo os efeitos positivos. Portanto, não pare o tratamento sem o consentimento médico. Não sofra mais! Busque ajuda médica o mais rápido possível. Estamos todos aqui torcendo por você. Queremos continuar recebendo notícias suas.
Abraços,
Lu