Van Gogh – O ESCOLAR

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  Autoria de Lu Dias Carvalho

Pintei os retratos de toda a família do carteiro… o homem, a mulher, a criança, o menino, o filho de 16 anos, todos característicos e muito franceses, embora o primeiro possua as feições de um russo. (Van Gogh)

 Uma obra, de forma representativa ou não, é sempre um autorretrato de seu autor. (Van Gogh)

O genial pintor holandês Vincent van Gogh (1853 – 1890) é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes nomes da pintura universal. Mas não é fácil falar sobre ele, pois suas paixões e sentimentos estão ligados à arte de tal forma que não é possível ater-se a seu trabalho sem mergulhar na nobreza de sua alma impregnada de nobres ideais, aos quais se entregou, a ponto de sacrificar a própria vida, pois nele tudo funcionava como um todo indivisível e exacerbante ao extremo. Contudo, a sua genialidade artística só foi reconhecida após sua morte. Mesmo tendo pintado 879 quadros em menos de uma década, só conseguiu vender um, A Vinha Vermelha, por um valor insignificante. Atualmente, suas composições estão entre as mais caras do mercado das grandes obras de arte. Em 1990, o retrato O Dr. Gachet foi vendido por 82 milhões de dólares.

A composição denominada O Escolar, também conhecida como O Filho do Carteiro ou ainda Gamin au Képi é uma obra do artista. Presume-se que o garoto que lhe serviu de modelo seja Camille Roulin, o filho mais novo do carteiro Joseph Roulin, um grande amigo que Van Gogh arranjou em Arles, quando ali passou dias atormentados em razão de seus transtornos mentais. O artista chegou a pintar vinte e dois retratos de membros dessa família, sendo este um dos mais famosos.

O garoto é retratado a meio corpo. Está sentado de lado numa cadeira, com o braço direito sobre a parte superior de seu espaldar. Ele se mostra tímido e preocupado, como bem expressam seus olhos esbugalhados.  Traz o corpo e o rosto virados para a sua direita, com os olhos baixos e fixos em algo que lhe chama a atenção, ou talvez perdidos na sua preocupação de modelo. Sua boca, perplexa, está entreaberta, deixando ver alguns dentes. Um boné marrom-escuro cobre seus cabelos louros. Veste uma camisa azul e tem a aparência de um garoto originário de uma família humilde. Segura fortemente a cadeira com sua mão meio estranha, como se deformada fosse. Alguns estudiosos aludem à mão do garoto, uma menção à vida conturbada do artista, ou seja, como um sinal de seu sofrimento.

Neste quadro já se nota a tendência do pintor, ainda que pareça meio agressiva, de trabalhar com amplas superfícies de cores puras, contrastando cores frias com cores quentes. O azul frio da camisa do garoto e de seus olhos cria um grande contraste com o vermelho da parede (parte superior), com a parte alaranjada (logo abaixo) e com o amarelo de sua cabeça, mão e cadeira – cores quentes. As linhas escuras do contorno da figura e da cadeira são bem definidas.  A iluminação da obra é tão intensa que desnorteia o observador.

Este quadro mostra a influência das gravuras japonesas na pintura de Van Gogh e seu afastamento da estética impressionista, quando faz opção pelas pinceladas bem assinaladas e cores fortes, já a caminho do expressionismo. Pertence ao acervo do Masp deste 1952, sendo considerado uma de suas mais preciosas obras.

 Ficha técnica
Ano: 1888
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 63 x 54 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.infoescola.com/pintura/o-escolar/
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Escolar

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