VENDENDO LITERATURA DE CORDEL

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Nem todo poeta é um bom vendedor de sua arte, preferindo escrever suas histórias e deixar a venda das mesmas com um vendedor experiente, como faz um grande número de escritores, ao repassar a comercialização de seus livros às livrarias. Mas há uma diferença importante: os vendedores de uma livraria não dão conta de conhecer a história de centenas de milhares de títulos, mas os vendedores de livretos de cordel precisam, não apenas conhecer todas as histórias, mas declamar e cantar os versos dos livretos que vendem, formando uma parceria artística com o poeta que as escrevem. À medida que vai declamando ou cantando o acontecido, as pessoas vão se ajuntando a seu redor. Com certeza o leitor estará se perguntando, qual será o interesse de comprar um livreto do qual já se conhece a história. Bem, o vendedor é bem mais esperto do que pensamos. Ao chegar no momento do suspense, quando todos querem saber o que irá acontecer, ele sabiamente fecha o livreto e diz ao público que quem quiser conhecer o resto deverá comprá-lo. E como curiosidade é coisa que não falta aos humanos, sem falar no preço irrisório da obra, a maioria acaba comprando. Se o vendedor achar que vale a pena continuar, recomeça o mesmo trabalho com outro livro, de modo que toda a cena repete-se.

Durante vários anos a Literatura de Cordel seguiu o mesmo padrão de criação, venda e confecção, mas atualmente as coisas vêm mudando, ou seja, ganhando uma nova roupagem. Muitas editoras passaram a vender Literatura de Cordel e, por isso, passaram a dar às obras novas ilustrações, releituras de clássicos do folclore brasileiro e da literatura mundial, tentando atingir um novo público, principalmente o infantojuvenil. Por que só agora as editoras despertaram-se para tal filão? Sabemos que elas são ávidas por lucros, de modo que, após a conquista de diversos prêmios pela Literatura de Cordel, ficaram de olho grande no segmento. Assim, vemos surgir o nome de grandes poetas, tais como: Arievaldo Viana, Marco Haurélio, Rouxinol de Rinaré, Fábio Sombra, Varneci Nascimento, César Obeid e João Gomes de Sá. Podemos também apreciar o trabalho do cartunista e cordelista Klévisson Viana e do ilustrador Jô de Oliveira.

Os cordelistas não desprezam as novas modalidades agregadas à Literatura de Cordel, pois sabem que não há como deter os avanços tecnológicos. Para a maioria deles, há três elementos que precisam ser mantidos e deles não abrem mão: a rima, a métrica e o sentido. Sem eles, estaria morta a saborosa Literatura de Cordel. Estamos juntos nesta luta.

Beto Brito (imagem) – rabequeiro-nordestino, cordelista-brasileiro, cresceu no meio das feiras livres no interior do Piauí, Santo Antonio de Lisboa, cidade onde nasceu e viveu até o início de sua adolescência. Aos doze anos mudou-se para Picos, onde continuou sua vida de vendedor ambulante na feira do Mercado Central. Sempre no convívio com violeiros, cegos, repentista, mágicos, romeiros, coquistas, emboladores e vendedores ambulantes daquela região. Com dezessete anos resolveu buscar os sonhos da música e da literatura, deixou a cidade de Picos e foi morar em várias capitais do Nordeste e, finalmente na Paraíba, onde reside e desenvolve sua arte.

 Fontes de pesquisa:
Cordel e Viola/ Fábio Sombra
http://www.suapesquisa.com/cordel/

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2 comentaram em “VENDENDO LITERATURA DE CORDEL

    1. LuDiasBH Autor do post

      Raimundo

      O blog tem apenas a função de difundir a arte do Cordel, não comprando e nem vendendo. O que aqui foi exposto conta com a permissão de seus autores. Caso você queira publicar algo, basta me enviar. Veja o meu e-mail na página principal.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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