Autoria de Lu Dias Carvalho
O rádio foi e continuará sendo a eterna caixinha mágica presente em todos os lares brasileiros e, muitas vezes, o único veículo de comunicação em muitas regiões do país. Embora a televisão e a internet tenham tomado grande espaço, o rádio continua presente na vida de muitas pessoas, quer para ouvir um jogo de futebol, quer para ouvir música ou notícias.
Os brasileiros tiveram a sua primeira transmissão radiofônica em 07/09/1922. Epitácio Pessoa, presidente na época, fez um pronunciamento e a ópera O Guarani (Carlos Gomes) foi transmitida diretamente do Teatro Municipal. Consta nos anais da história que muitas pessoas ficaram hipnotizadas pela caixa mágica.
A década de 30 marcou o apogeu do rádio, como veículo de comunicação de massa, refletindo as mudanças pelas quais o nosso país passava. Em 1939, época da Segunda Guerra Mundial, o rádio tornou-se importantíssimo, trazendo as notícias da guerra. Edgard Roquete Pinto, importante antropólogo brasileiro, foi considerado “o pai do rádio” no nosso país.
O ápice do rádio no Brasil aconteceu a partir dos anos 40, quando o país assistiu ao surgimento de ídolos e novelas, e passou a editar revistas que expunham o meio artístico. Dessa época, podemos citar nomes como o de Mário Lago, Cauby Peixoto, Emilinha Borba, Paulo Gracindo, Janete Claire e muitos outros que eram retratados na Revista do Rádio, de Anselmo Domingos.
De norte a sul do Brasil, as rádios começaram a influenciar o modo de vida das pessoas, lançando ao estrelato grandes nomes da música, como Francisco Alves, Vicente Celestino, Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Silvio Caldas, Dóris Monteiro, etc. O pós-guerra foi marcado pelos concursos de “rainha” e “rei” do rádio, destacando-se nesse período a cantora Dircinha Batista, que ganhou o título a partir de 1948, mantendo-o por 11 anos. Esses concursos cativaram ouvintes, que formaram fãs-clubes para as eleições anuais de seus ídolos.
Embora por várias décadas tenha tido papel de destaque na sociedade brasileira, em fins da década de 1950, com a concorrência da televisão, o rádio começou a perder prestígio, uma vez que a televisão reunia som e imagem. Mesmo assim, continua em ação.
Revista do Rádio
Dentre as publicações da época, a mais famosa foi a Revista do Rádio. Era uma revista de “fofocas”, cujo carro-chefe era a seção denominada Mexericos da Candinha. Nela, uma personagem criada pela redação da revista, colocava notas sobre a vida pessoal dos artistas.
Dentre os artistas da Era do Rádio, Dalva de Oliveira foi considerada como uma das maiores cantoras brasileiras. Com sua voz aguda e estilo marcante, ela teve uma carreira de muito sucesso. Travou uma luta árdua com a imprensa, que a marcava sem dó ou piedade, em relação a sua vida pessoal (casamentos, separação, família…).
Ao morar na Argentina por um longo tempo, Dalva teve a sua carreira estacionada, gravando poucos discos, no período. Ela era muito carismática, talvez uma das artistas mais amadas na história do país, sendo imitada por muitas cantoras no início de suas carreiras. Por onde passava, as pessoas corriam para vê-la. Foi uma das cantoras mais bem pagas do Brasil, deixando gravados muitos sucessos.
Fontes de pesquisa:
http://www.radioclaret.com.br/port/frame.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_do_R%C3%A1dio
Nota: As rainhas do rádio: Dalva, Linda, Dircinha, Emilinha e Marlene
Imagem copiada de valdoresende.com
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Ed
Que memória maravilhosa você tem.
Que viagem no tempo…
Gostei muito.
O que aconteceu com a nossa música que anda cada vez pior?
E as letras só insinuam sexo.
Onde estão os grandes compositores?
Abraços,
Lu
LuDias
Acho que eu e o Beto praticamente tivemos um tempo igual. Minha infância, adolescência, passei-as todas ouvindo, nas horas de lazer, o rádio ou nossa vitrola.
Ah, que saudade do edifício Balança Mas Não Cai! E a PRK 30, com Lauro Borges e Castro Barbosa. Gostava muito dos programas cômicos, Vasconcelos também foi um dos meus ídolos.
E as novelas? O Direito de Nascer. Diziam até, porque não terminava mais, o direito de encher. Lembro-me dos personagens centrais, Maria Helena. E os mais comentados: Albertinho Limonta e a Mamãe Dolores, e como o Beto falou, Jerônimo, o Herói do Sertão. Tudo lá na Rádio Nacional (acho que era, pois eu era ainda adolescente)
Cantores, músicos, orquestras, tive o prazer de ouvir no rádio, Waldir Azevedo, Brasileirinho, Nelson Gonçalves, Francisco Alves, Edith Piaf (ah, La Vie en Rose), Raul de Barros, um dos maiores trombonistas de nossa história, Ivon Curi (É tarde, eu já vou indo, eu preciso ir embora, até manhã…), Luiz Gonzaga, Bing Crosby, Gregório Bairrios, Dircinha Batista, Vicente Celestino, Jacob do Bandolin, Orlando Silva, Araci de Almeida (essa eu cheguei conhecê-la no clube de minha cidade, quando cantou sem microfone e caixa de som, porque achava que estragava a voz), Francisco Alves (ouvia sempre junto com meu pai), Sílvio Calda. Quem mais? Dick Farney (Arranjei novo amor no Leblon, que corpo bonito, que pele morena, que amor de pequena… era a Teresa da Praia), Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Trio de Ouro, depois em carreira solo, Dalva de Oliveira. Lembra da Adelaide Chiozzo, aquela da sanfona, que cantou muito com a Hebe Camargo ( sei lá, acho que não é do seu tempo)?
Agora, LuDias, como Severino Araújo e sua orquestra Tabajara, não tem mais para ninguém. Não só ouvi no rádio, mas cheguei a dançar com essa orquestra muitas e muitas vezes. Que delícia.
E o Nat “King” Cole? Era demais. E Vanja Orico, Sodade, meu bem sodade… Não me lembro de quem cantava: Luzes da Ribalta. Sei que ela veio com o Carlitos. Roberto Luna (eu vi também no clubão de minha cidade, uma voz maravilhosa)
Adoro música.
Vou parar por aqui porque a Cidinha quer sair.
Lu,
Ainda persistem na minha memória as lembranças de menino da última fase da era do rádio e suas canções e interpretes: Cauby Peixoto, Emilinha Borba, Silvio Caldas, Dóris Monteiro,entre outros. Não tínhamos televisão, embora já existisse nos meados dos Anos 50. O rádio era então o ponto focal das salas de visita das casas. Ouvíamos de tudo: A novela Jerônimo, o Herói do Sertão, as Cantoras do Rádio, Betinho e o seu Conjunto (Ai, ai que nervoso estou; preciso me casar, senão eu vou pra Jacarepaguá) …. bons tempos aqueles. Nos Anos de Chumbo devido à censura, ouvíamos as notícias através da Voz da América e as rádios de ondas curtas de outros países latino americanos e europeus. O rádio foi sempre importante na minha formação e cidadania.
Entretanto, com a chegada e popularidade da televisão, todos diziam que o rádio iria acabar. Não acabou. Hoje o rádio faz parte das nossas vivas ainda mais: no carro, no criado mudo, no celular. Notícias, previsão do tempo, condições do trânsito, etc. Ouvir o rádio faz despertar a imaginação ou lembranças de lugares ou situações reais ou imaginadas. Tenho muitos aparelhos de rádio. Penso até em começar uma coleção.
À noite, frequentemente, abandono a TV e fico a ouvir meu rádio de cabeceira.
Viva o rádio!
Parabéns pela escolha e apresentação do texto.
Beto
Beto
Você tem toda a razão.
O rádio continua firme na parada como bem cita você.
Fui contar os rádios na minha casa e encontrei 8.
Engraçado, não?
O rádio é o companheiro de todas as horas.
Estava olhando no Google imagens dos rádios antigos.
Realmente trata-se de uma coleção bem interessante.
Abraços,
Lu