Conheço pessoas que se queixam por não conseguirem dormir o suficiente durante a noite. Felizmente, não tenho problemas para dormir. Isso não significa que vivo num mar de rosas. Ontem de madrugada, envolto nos braços de Morfeu, sonhava o sonho dos justos, quando acordei com um zumbido a princípio quase inaudível, mas que foi crescendo, crescendo e … ai! Alguma coisa picou a minha orelha esquerda! Acendi a luz do abajur do criado mudo ao lado e observei que, todo satisfeito, colado na parede do quarto lá estava ele! Um pernilongo! Ainda meio sonolento, saquei a minha raquete elétrica “xingling”.
Não conseguindo mais dormir, fiquei a imaginar como um inseto tão pequeno pode nos incomodar tanto. O tal Culex quinquefaciatus (esse é o nome científico do bichinho) deve ter me visto como uma suculenta refeição. Os estudiosos do assunto dizem que eles precisam do nosso sangue para produzir ovos. Epa! Então quer dizer que os pernilongos que nos atacam são todos fêmeas? Sim, pois elas precisam do nosso sangue a fim de manter a perpetuação da espécie e, geralmente, nos causam apenas um incomodo e alguma coceira após a picada.
Há um paralelo entre esses insetos e nós, os humanos. Eles também possuem a sua femme fatale, conhecida por A. aegypti. Não se sabe se ela elimina o macho, que é vegetariano, após a cúpula. Entretanto, a vítima da sua picada pode adoecer e eventualmente vir a falecer.
Assim, fiquei pensando na injustiça feita com outro inseto: a sanguessuga. Acredito que poucos já tenham visto uma sanguessuga na vida, principalmente aqueles que não passaram a infância ou vivem em fazendas no interior. Entretanto, quando queremos dizer que alguém explora os outros, entre os da nossa espécie, dizemos: Fulano é uma sanguessuga! Por que não seria mais correto usarmos o termo “fulano é um pernilongo”, já que esses insetos povoam as nossas cidades tão mal conservadas e com sérios problemas de infraestrutura sanitária? Ou talvez, o político tal é um A. aegypti, pois suga o dinheiro público através de superfaturamento, corrupção, malversação, etc., e mata a população que fica sem hospitais e atendimento médico adequado.
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Beto
Fui vitima, quando criança, de grande número destas Culex, que adoravam meu sangue jovem.
Se voltasse um pouco no tempo, eu poderia dizer a todas elas: podem vir quente que eu estou fervendo. Pena que o Roberto só apareceu muito tempo depois.
Agora, fico feliz que todas eram fêmeas e se alimentavam para garantir a perpetuidade da espécie. A final, elas todas procriavam para uma função nobre da natureza, polinizar!
O pernilongo macho é vegetariano, isto dito pelo meu filho que é biólogo.
Agora, naquele tempo usava o detefon.
Depois apareceu o DDDRIN. Lembra-se:
A pulguinha dançando iê iê iê…
O pernilongo mordendo meu nenêm ui..
E o dia inteiro a traça passa a roer…
Nessa festa é preciso por um fim
Vou chamar DDdrim Dddrim
E os passeios da barata pela casa vão ter fim, Vão ter fim.
DDDrim, DDDrim.
Abraços
Beto
Este seu texto leva-me a crer que somos responsáveis pela geração dos pernilongos, em suma, somos seus parentes, uma vez que se alimentam de nosso sangue e dele precisam para reproduzirem os ovos.
E, ao matar tostado aquele inseto, você cometeu um crime hediondo: assassinou um parente dentro de sua própria casa.
Quanto à defesa da sanguessuga, concordo plenamente, pois elas até são usadas terapeuticamente falando.
Quando criança, já tive algumas grudadas nas pernas.
Pulei enlouquecida, pois não havia permitido que as safadinhas fizessem uso do meu sangue azul.
Amei seu texto!
Abraços,
Lu
Lu,
Ontem tostei mais três. Meu plano é acabar com a espécie!
Abraços,
Beto