Autoria de Lu Dias Carvalho
Gentile Bellini (c.1426-1507), nascido em Veneza, era filho do famoso pintor Jacopo Bellini, irmão do não menos renomado Giovanni Bellini, e também cunhado do reconhecido artista Andrea Mantegna. Ainda em idade precoce mostrou seu talento como retratista. Teve como primeiro mestre o próprio pai, trabalhando em sua oficina, a qual, tempos depois, passou a dirigir. Chegou a receber o título de “Conte Palatino”. Esteve em Constantinopla em missões diplomáticas no cargo de embaixador de Veneza. À época, era o único pintor ocidental famoso a viajar pelo mundo islâmico. É provável que, através de Constantinopla, também tenha chegado a Jerusalém e ao Egito. Foi tido como um dos grandes nomes da pintura veneziana.
O artista chegou a trabalhar no palácio dos Doges da cidade de Veneza, mas nada recebia por isso, pois se encontrava a cargo do Senado, num cargo honroso, pelo qual recebia uma renda fixa. Nesse tempo era tido, portanto, como um artista oficial, período em que foi enviado à Turquia. Também fez parte do grupo de artistas contratados para pintar a série narrativa de 10 pinturas denominadas “Os Milagres da Relíquia da Cruz”.
As pinturas do artista destacam-se, sobretudo, pelo modo como fazia uso da perspectiva na execução dessas, assim como pelos contornos usados nas áreas de cor mais delicada, além de ser preciso e cuidadoso nos pormenores. Por se ater às minúncias e por ser dono de um estilo narrativo, Gentile Bellini foi capaz de legar à posteridade uma visão pormenorizada da Veneza da época. É lamentável, entretanto, que grande parte dos trabalhos do artista, incluindo seus quadros mais importantes, como as telas gigantescas que ornamentavam o Palácio do Doge, em Veneza, tenham perecido num incêndio em 1577.
Fontes de pesquisa
Los secretos de las obras de arte/ Taschen
1000 obras-primas da cultura europeia/ Könemann
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