Autoria de Lu Dias Carvalho
O pintor Hugo van der Goes (1443-1482) é tido como um dos mais importantes pintores flamengos da segunda metade do século XV. Não se sabe muito sobre os primeiros anos de sua vida. Trabalhou como mestre na associação dos pintores de Gante, onde nasceu. Participou da decoração do casamento de Carlos, o Temerário, possivelmente ao lado de Hans Memling e Petrus Christus. Suas pinturas atendiam especificamente ao que era definido pelos clientes, quer eclesiásticos ou seculares. Entrou para o Convento de Roode, sendo ordenado como irmão laico, local em que passou os últimos anos de sua vida. Mesmo tendo feito votos de pobreza, castidade e obediência, não abandonou a pintura. Segundo o irmão Gaspar Ofhuys, ele tinha crises de melancolia, possivelmente depressão, acompanhadas de crises de culpa, tendo sido acometido também por alucinações religiosas. Alguns estudiosos aludem a isso, o fato de sua arte mostrar tensão e austeridade.
Hugo van der Goes foi responsável por criar mais expressividade na fisionomia e nos gestos das figuras humanas que pintava, embora a corte borgonhesa coibisse os gestos descomedidos e a exposição dos sentimentos. Também gostava de usar cores brilhantes. Através de seu Tríptico de Portinari, concluído na Florença, ele exerceu grande influência nos artistas italianos, dentre eles estavam Domenico Ghirlandaio e Leonardo da Vinci. Em razão dessa obra, a Itália recebeu novas técnicas de pintura a óleo e alguns elementos compositivos da arte flamenga, até então desconhecidos ali.
Fontes de pesquisa
Los secretos de las obras de arte/ Taschen
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
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