Autoria do Dr. Telmo Diniz
Estando na Europa, passo a focar na coluna das próximas semanas temas relacionados entre saúde e os povos do Velho Continente. Os franceses, por exemplo, quando comparados com outros povos do mesmo nível sócio-econômico-cultural, são mais sedentários, fumam mais e comem mais gorduras saturadas – os queijos, patês e manteiga são usuais na culinária francesa – e, no entanto, têm a metade dos problemas cardiocirculatórios. Daí o termo: “Paradoxo Francês”.
Embora outros artigos científicos já tratassem desse assunto antes, foi o anúncio do “Paradoxo Francês” que despertou a atenção sobre o tema ‘vinho e saúde’. Uma publicação na revista “The Lancet” demonstrou que, nos países em que o consumo per capita de vinho é maior, a mortalidade por causa cardiocirculatória é menor, e vice-versa. E os franceses consumiam, à época, uma média anual de cem garrafas de vinho por pessoa, além de beber sempre junto com as refeições.
O anúncio do “Paradoxo Francês”, no início dos anos 90, colocou a comunidade científica a pensar. Até então, o que a ciência nos ensinava é que ingerir bebidas alcoólicas era tão prejudicial quanto fumar. Com esses dados, um conceito científico teria que ser mudado. E chegaram à conclusão de que a ingestão leve a moderada de bebidas alcoólicas, sobretudo o vinho, reduz o risco das doenças e da mortalidade cardiovascular de 40% a 60%. Se era o vinho que causava tamanho benefício à saúde, qual era então a substância que fazia tudo isso acontecer?
Passados quase 20 anos, várias centenas de pesquisas confirmaram os dados do “Paradoxo Francês”. Inúmeros estudos explicam os mecanismos pelos quais essa proteção acontece e evidenciam outros efeitos favoráveis do vinho, como o aumento da longevidade e a proteção do cérebro e do sistema cardiocirculatório. Chegaram à conclusão de que o benefício vem das uvas e seus derivados, como vinho e sucos, que são ótimas fontes naturais de antioxidantes, particularmente os vinhos tintos, pelo seu alto teor de polifenóis. O seu principal representante é o resveratrol. O composto polifenólico é encontrado em uvas frescas, suco de uva e vinho, e é produzido pela casca das uvas em resposta à exposição fúngica. O resveratrol protege o sistema cardiovascular por inibir a oxidação do colesterol, a agregação plaquetária, e promover o relaxamento vascular, melhorando, também, a pressão arterial.
Estudos feitos a partir do “Paradoxo Francês” mostram que é possível agregar o prazer de beber e ter benefícios para a saúde. Mas, para isso, é necessário que se faça junto com as refeições, de maneira regular e moderada, e somente se não houver contraindicação ao consumo de bebidas alcoólicas. Porém, este mesmo benefício pode ser obtido com o consumo regular de suco de uva. De qualquer forma, um brinde à saúde.
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Lu,
vamos aproveitar dos benefícios dos vinhos e nos deliciar nesta bebida.
Qualquer substância que houver no vinho, eu prefiro tomar um bom Bordeaux ou um bom Porto, que faz bem à saude e ao ESPÍRITO!
Abrs do
Geraldo Magela
Magela
Também sou chegada num bom vinho.
Inclusive até exagero.
Bendito seja!
Abraços,
Lu
Dr. Telmo
Bacana seu artigo e nos estimula a preferir o vinho nas refeições. Uma dúvida: são válidos tanto para o tinto como para o branco?
Abraço,
Adevaldo
Devas
Trata-se do tinto, inclusive o suco de uva faz o mesmo efeito.
Abraços,
Lu