O fotógrafo Gaspar-Félix Tournachon (1820-1910), também conhecido por Nadar, retratou a jovem atriz francesa Sarah Bernhardt, quando ela ainda não havia alcançado o grande sucesso que a vida reservar-lhe-ia, tornando-se uma das mais famosas estrelas de seu tempo.
Nadar já fazia experiências com a iluminação, de modo que a luz que entra pela lateral põe em evidência o queixo bem delineado da atriz, seu pescoço longilíneo e sua pele suave. Os olhos claros de Sara parecem refletir luz própria.
Um amontoado de tecidos pregueados envolvem o corpo de Sarah, formando um “V” na parte frontal e deixando-lhe o ombro esquerdo e parte das costas à mostra. O decote dirige o olhar do observador em direção aos seios. O excesso de tecido ao mesmo tempo que oculta o corpo da atriz também o revela, pois leva o observador a imaginar que ela esteja nua debaixo desta cascata de pano.
A mão direita de Sarah parece ajudar sua cabeça a se manter ereta, enquanto a esquerda encontra-se semi escondida. Na época, as mãos caracterizavam um sinal de nobreza. Os cabelos médios constituem a parte mais escura da fotografia.
Sarah Bernhardt é tida por alguns como a atriz mais famosa da história. Fez tantos papéis sérios que chegou a ser chamada de “A Divina Sarah”. Ficou marcada por seu papel na peça A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas. Esteve em nosso país quatro vezes. Na última vez, quando encenava a peça La Tosca, no Rio de Janeiro, machucou seu joelho direito. Não conseguiu se recuperar do ferimento. Assim, 10 anos após o acidente, teve que amputá-la em razão da gangrena que a havia tomado.
Data da foto: c. 1864
Fonte de pesquisa
Tudo sobre fotografia/ Editora Sextante
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