Autoria de Lu Dias Carvalho
Muito se tem falado sobre a globalização, mas uma indagação permanece no ar: Como tem sido a vida do trabalhador neste novo mundo globalizado? Quem está ganhando e quem está perdendo? Ou o placar encontra-se empatado?
Não resta a menor dúvida de que a globalização trouxe mais riqueza para quem já tinha e deu oportunidades de crescimento para muitos outros. No entanto, um grande contingente de indivíduos despreparados para a nova era ficou fora da locomotiva do progresso. Enquanto muitas pessoas estão vivendo melhor do que antes, outras tantas vivem cada vez pior, subsistindo com dois dólares diários ou menos. Concluímos, portanto, que a globalização ampliou a defasagem entre ricos e pobres.
Dentre os mais variados problemas criados para os trabalhadores dos países desenvolvidos, nada tem sido pior do que a chamada terceirização. Tais países estão transferindo suas fábricas para as nações em desenvolvimento, não porque as querem ajudar, mas para usufruírem das benesses que tais nações lhes oferecem. De modo que perdem os trabalhadores dos países desenvolvidos e são explorados os trabalhadores dos países em desenvolvimento, assim como os próprios países onde as fábricas são instaladas, pois as nações ricas passam a fazer uso de suas riquezas em troca de migalhas. China e Índia estão no topo da lista dos países transformados numa gigantesca oficina de “made in …”.
Como dizia meu pai: “Quando a esmola é muito grande o santo desconfia”. E é este sentimento de desconfiança na “generosidade” das grandes nações é que vem turvando a esperança dos pequenos na cantada e decantada globalização. Onde o capitalismo impera, nada vem de graça. O que leva uma grande potência a transferir suas fábricas para os países em desenvolvimento? Vejamos:
- Mão de obra extremamente barata.
- Os benefícios dispensados aos novos funcionários são pouquíssimos.
- Não precisa se preocupar com greves e sindicatos.
- O gasto com padrões de segurança é mínimo.
- A proteção ambiental (quando existe) é muito menos obrigatória.
- Toda a poluição das fábricas é transferida para os novos países.
- São as riquezas naturais desses novos países a serem usadas.
- Os lucros são extremamente altos para os empresários.
Enquanto os trabalhadores dos países em desenvolvimento estão contentes e cheios de esperança numa vida melhor, mesmo com os salários escravos pagos pelos novos patrões, pois antes viviam desempregados, as classes trabalhadoras do mundo desenvolvido são uma espécie em extinção. O que nos leva a deduzir que, de uma forma ou de outra, os trabalhadores continuam sendo explorados, num lugar ou em outro. Eles enriquecem os patrões e mal ganham para sustentar suas famílias. Embora as classes trabalhadoras sejam as responsáveis para que a engrenagem de um país funcione, são também as que mais sofrem com os reveses da economia.
Em vão pensam os poderosos que a globalização pode ter futuro, ignorando a pobreza que se alastra, convivendo com uma distribuição de renda mesquinha, em que 10% das pessoas possuem 90% das riquezas da Terra, numa matemática cruel. Eles se esquecem de que para cada criança que nasce no mundo dos aquinhoados, nascem nove no dos desafortunados. Ou seja, enquanto a população dos países ricos diminui, a dos miseráveis aumenta. O que acontecerá com o nosso planeta lá pelo ano de 2050, se esta matemática não for equilibrada? Ninguém pensa nela, mas trata-se de uma questão gravíssima.
Nota: Imagem copiada de http://www.geograficamentecorreto.com
Views: 2
Rui
É verdade!
As diferenças entre pobres e ricos é muito grande.
Uns têm de mais e outros têm de menos.
Também espero que haja uma consciência universal a respeito disso.
Abraços,
Lu
Os donos do dinheiro não estão a ver bem as coisas, a ganância é tanta que não veem um palmo à sua frente, isto não durará sempre, espero para ver.
Abraços Lu
Rui Sofia