Autoria de Lu Dias Carvalho
Cândido Portinari (1903–1926), nasceu na fazenda de café Santa Rosa, próxima à cidade de Brodowski, no estado de São Paulo. Baptista Portinari e Dominga Torquato, imigrantes italianos, eram seus pais. Ele era o segundo filho de uma penca de 12 irmãos. Aos 10 anos de idade, estudando em Brodowski, fez o Retrato de Carlos Gomes, observando a fotografia do músico que se encontrava numa carteira de cigarros. Quatro anos depois, foi convidado para trabalhar com um grupo itinerante de pintores e escultores italianos, que tinham por objetivo decorar igrejas de cidadezinhas do interior.
Aos 16 anos, Portinari foi para o Rio de Janeiro, onde passou a estudar no Liceu de Artes e Ofícios. E, no ano seguinte, matriculou-se na Escola Nacional de Belas-Artes (Enba). Na primeira vez em que expôs uma obra sua foi agraciado com Menção Honrosa. Dois anos depois, pintou a famosa composição Baile na Roça. Em 1928, aos 25 anos de idade, Portinari ganhou como prêmio uma viagem ao exterior, com sua composição Retrato de Olegário Mariano. O artista foi para Paris e de lá visitou vários países europeus, num período de dois anos, apreendendo as novidades.
Ao voltar ao Brasil, como avanço do Modernismo, ocupou lugar de honra no Salão Nacional, também conhecido por Salão Revolucionário. Em 1935, Portinari conquistou a Segunda Menção Honrosa, ao expor sua segunda versão do quadro Café, no Instituto Carnegie, em Pittsburg, no EUA. Foi o primeiro pintor modernista brasileiro a ser premiado no exterior. Em 1936, começou a pintar murais sobre o ciclo econômico do Brasil, para o Ministério da Educação. Portinari realizou, em 1939, uma exposição individual com 269 obras, no Museu Nacional de Belas Artes. E em 1942, o artista criou quatro murais para a Biblioteca do Congresso, em Washington, EUA. Os murais são: Descobrimento, Desbravamento da Mata, Catequese e Descoberta do Ouro. Em 1943, ele ilustra Memória Póstumas de Brás Cubas, do escritor Machado de Assis. Em i945, pinta São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, época em que terminou o mural Jogos Infantis, do Ministério da Educação.
Após a Segunda Guerra Mundial, uma exposição de Portinari em Paris, com 84 obras, dentre as quais se encontravam as séries Retirantes e Meninos Brodowski, logrou um grande êxito. Em Paris, o artista foi agraciado com a Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais alta honraria concedida pelo governo francês. Em 1953, foi obrigado a se internar no Rio de Janeiro, pois se encontrava intoxicado pelos metais pesados contidos nas tintas, tendo sofrido hemorragia intestinal, e sendo obrigado a ficar algum tempo sem pintar. Ele se referia à proibição com a frase: “Estou proibido de viver.”.
Em 1955, Portinari assinou um contrato para executar os painéis Guerra e Paz, que decorariam a Sede da ONU, em Nova York, EUA. Tinham 14 metros de altura por 10 de largura, cada um. Foram entregues em 1956. Por ocasião da exibição dos painéis no Brasil, o artista recebeu a Medalha de Ouro de Melhor Pintor do Ano, concedida pelo International Fine Artes Council (IFAC), de Nova York, EUA, das mãos do presidente Juscelino Kubistschek. Ao finalizar os painéis Guerra e Paz, Portinari criou 22 desenhos a lápis de cor sobre Dom Quixote, que serviram de inspiração para 21 poemas de Carlos Drummond de Andrade. E, em 1961, já doente, o pintor criou os três painéis em azulejos: Frevo, Peixes e Pombas.
Portinari realizou grandes painéis móveis como: Primeira Missa no Brasil, Tiradentes, (que deu ao artista a Medalha de Ouro da Paz no II Congresso Mundial dos Partidários da Paz, em Varsóvia, na Polônia), Chegada de D. João VI ao Brasil e Guerra e Paz. Candido Portinari morreu em 1962, aos 59 anos de idade, causando grande comoção no país e, especialmente, no então estado da Guanabara.
Fonte de pesquisa:
Cândido Portinari / Coleção Folha
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