A sesta é aquele breve cochilo que vem após o almoço. É um período de sono tradicional e muito comum em alguns países europeus, particularmente naqueles de clima mais quente. A palavra “sesta” tem origem na expressão latina “hora sexta”, que no calendário romano correspondia à sexta hora a partir do início da manhã, ou seja, ao meio-dia. Agora, seria lógico dar um cochilo após o almoço?
A sesta é um hábito cultural fortemente arraigado em países como a Espanha, Itália e Portugal. Há relatos de que surgiu como uma reação ao clima e, que, por isso, as pessoas optavam por dormir nas horas mais quentes do dia e trabalhar nas horas mais frescas. Mas fisiologicamente não é isso o que ocorre. Quando acabamos de almoçar, três coisas acontecem: o fluxo de sangue aumenta na região gastrointestinal (isso reduz o aporte de O2 para o cérebro); há uma maior produção de ácido clorídrico para favorecer a digestão (isso aumenta a produção de bicarbonato na circulação); e, por fim, uma maior quantidade de glicose no cérebro dará o sinal de saciedade. Estes três fatores em conjunto causam redução da atividade cerebral e tem a sonolência como consequência. É uma ação normal e fisiológica do organismo.
É fato que um cochilo depois do almoço pode fazer um bem enorme para qualquer pessoa e também para os colaboradores das empresas que adotam o método. O hábito da sesta é uma prática agradável que revigora a pessoa, melhora o estado de alerta à tarde e alivia o estresse. Diversas empresas no mundo, inclusive no Brasil, já disponibilizam instalações para o descanso dos funcionários, uma vez que essa prática melhora o desempenho e o rendimento no trabalho.
Dormir a sesta é benéfico para a saúde porque o cérebro precisa descansar depois da alimentação. Se descansarmos após comer, nossa capacidade de resolver problemas aumenta, estimulando a criatividade, a imaginação e a intuição. Ao longo dos últimos anos, pesquisadores vêm reforçando a importância do sono para nossa memória. Um trabalho conduzido no Laboratório de Cronobiologia Humana da Universidade Federal do Paraná (UFPR) mostrou que a sesta pode contribuir para a solução de problemas lógicos. A conclusão foi obtida após estudo com 29 voluntárias – universitárias com idades entre 18 e 35 anos – que foram expostas a um jogo de desafios. O grupo das que fizeram a sesta alcançou um índice de sucesso duas vezes maior que o daquelas que não tiraram o benéfico cochilo.
O tempo recomendado para a sesta segundo estudiosos da área é de que o ideal fica entre 15 e 20 minutos, no máximo. É o tempo suficiente para descansar e gozar os benefícios da mesma. Prolongar muito a sesta poderia ser contraproducente, ocasionando maior sonolência no restante do dia, bem como prejudicando o sono noturno. Não podemos confundir a sesta como um convite ao ócio ou à preguiça. Se tiver oportunidade, pratique e sinta as diferenças.
Nota: obra de Fernando Botero
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Bom dia, doutor Telmo.
Eu sempre tiro um cochilo depois do almoço e o pessoal do trabalho até tirava sarro. Vou repassar a informação do seu texto pra eles… rsrs
Abraços
Thais
Segundo o doutor Telmo o cochilo só pode ser de poucos minutos… risos. Em muitos países este costume é obrigatório. Na Espanha, as pessoas fecham até o comércio.
Beijos,
Lu