Autoria de Lu Dias Carvalho
Na Índia, os parentes em maior grau e os mais velhos da família recebem um tratamento distinto daqueles que ficam abaixo no parentesco. Os filhos devotam aos pais uma cordialidade especial, assim como aos avós e aos mais idosos. A esposa, por sua vez, não pode falar o nome do marido e deve tratá-lo como se fosse um rei, fazendo jus a sua função de mulher cuidadosa e devotada. Esse tipo de cumprimento, todo formal, recebe o nome de Pronam Mudrá. Uma mulher não deve jamais tocar no homem ao lhe dirigir o cumprimento
Na Índia, o Pronam Mudrá é um gesto de saudação em que a pessoa curva o corpo em direção àquele que é reverenciado, tocando-lhe os pés, com a mão direita. Depois de cumprido tal ritual, a mão responsável pelo toque nos pés, é passada na cabeça, como se aquele que fez o cumprimento estivesse absorvendo a sabedoria do outro.
Outro tipo de cumprimento formal e respeitoso, usado para cumprimentar pessoas e imagens de divindades, é unir as palmas das mãos e dedos apontados para cima, na altura do peito, mantendo os antebraços em uma linha paralela ao solo, com uma ligeira vênia, dizendo: Namastê! ou Nâmaskar! Estas duas palavras são derivadas do sânscrito. Ambas possuem o mesmo significado, embora alguns digam que a segunda seja um pouquinho mais formal.
Significam quando dirigidas:
- a uma pessoa: “O Deus que há em mim reverencia o Deus que há em você!”
- a uma divindade: “Curvo-me perante ti!”.
Como podemos observar, o cumprimento não é feito à pessoa, mas ao Deus que habita no seu interior. O Deus que há em um, reverencia o Deus que há no outro.
Muitas vezes, tais palavras não são ditas, pois já estão implícitas no gesto, assim como, quando sacudimos a mão para cumprimentar ou nos despedir de alguém distante.
Elas são usadas tanto na chegada quanto na despedida. Mas, na despedida não se usa pronunciar a palavra. Faz-se apenas o gestual. Esse gesto também é chamado de añjali mudrá. Equivale, portanto, ao nosso aperto de mãos e não há nada de religiosidade nele. Tanto é que, indianos, muçulmanos ou cristãos, também o fazem. É comum em todo o país.
Existe uma interessante simbologia nesse ritual, em que a mão direita representa a espiritualidade e a esquerda a materialidade. Quando juntas, dá-se o equilíbrio entre o espírito e a matéria.
Dizem alguns que os dez dedos unidos durante o Namastê (ou Nâmaskar) trazem grandes auspícios, pois o número dez simboliza a perfeição, a unidade e o equilíbrio perfeito. Como exemplo citam:
Os dez mandamentos
As dez emanações da Árvore da Vida
Os dez vértices da estrela de Pitágoras
A Parábola dos Dez Talentos, etc.
Toda a criatura é um reflexo dos Dez Atributos Divinos: Apego, Bondade, Conhecimento, Entendimento, Esplendor, Harmonia, Perseverança, Realeza, Sabedoria, Severidade.
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Olá, eu não tenho certeza se é um cumprimento ou algum gesto de “boa sorte” e por esse motivo gostaria de saber sobre ele. A pessoa passa as mãos (simbolicamente) em volta da cabeça de outra pessoa trazendo e fechando suas mãos para si e fazendo um movimento com os dedões perto das orelhas (como se fosse um o gesto “positivo” para nós).
Aguardo resposta, grata!
Amanda
Ao que me parece, trata-se de um gesto positivo, uma espécie de bênção ou transferência de energia. Mas confesso-lhe que não sei ao certo. Você poderia perguntar isso no blog INDIAGESTÃO, pois a Sandra mora na Índia e está a par. Caso encontre a resposta, venha aqui nos dizer. Certo:
Abraços,
Lu
Lindo texto! Bem explanado! Parabéns!
Pracaschandra
Muito obrigada pela sua visita e comentário. Volte sempre!
Abraços,
Lu
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