Autoria de Lu Dias Carvalho
A composição O Caminho da Vida, também conhecida como O Mercador ou O Vagabundo, obra do pintor medieval Hieronymus Bosch, faz parte de uma aba exterior do tríptico Carro de Feno.
No primeiro plano está um homem, aparentemente de meia-idade, magricela e com vestimenta rota, tendo uma das pernas da calça com grande rasgo no joelho, andando por um caminho muito perigoso. Ele leva às costas um cesto de vime e ampara-se, com as duas mãos, num cajado. Um cão raivoso rosna à sua passagem. À sua direita veem-se ossos espalhados e duas aves escuras. Ele se encontra próximo a uma frágil tábua, usada como ponte, que cobre um pequeno riacho, onde patos nadam e uma garça busca alimento.
Ao fundo, à esquerda, três ladrões assaltam um viajante, despojam-no de suas vestes, amarram-no a uma árvore e roubam suas posses. À direita do viajante, um casal de camponeses dança ao som de uma gaita, tocada por um homem assentado perto de uma árvore. Mais acima, no cume do morro, um grande número de pessoas rodeia uma forca, na qual se escora uma enorme escada. Mais abaixo está um mastro, tendo no topo uma roda, usada para expor os corpos dos malfeitores executados. Uma bela paisagem desenrola-se ao fundo, onde é possível divisar uma cidade com casas e uma igreja, montes e árvores esparsas.
Na Idade Média, época em que viveu o pintor, a Igreja ensinava que todo homem era um peregrino vivendo num mundo violento e perigoso, à procura da pátria perdida. Por isso, até mesmo o casal de camponeses a dançar constituía uma ameaça moral, pois estava sucumbindo ao apetite sexual.
Para muitos estudiosos, Bosch, com esta composição, tenta mostrar que a caminhada do homem na Terra é cheia de perigos, aqui representados pelo cão, ladrões, execução, tábua frágil, música, dança, etc. E, que apesar do fardo (cesto de vime) que carrega, ele deve manter longe todas as ameaças a uma vida de retidão, através da fé (simbolizada pelo bastão).
Ficha técnica
Ano: c. de 1516
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 135 x 90 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha
Fonte de pesquisa
Bosch/ Taschen
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Obrigado, Lu por descreveres este quadro, tu tens o dom da palavra, por isso sou teu admirador, este quadro foi feito faz muito tempo, mas está muito mais atualizado do que se pensa. Como está nele, assim os humanos andam na vida, tudo em desordem; nos foi dado uma inteligência e o humano não a sabe utilizar. Eu estou a ler um livro que se chama O Criador; muitos cientistas veem a Terra da Lua, e é tão belo que a planta se procria em mais harmonia do que o humano.Agora ensinam a criança, não a ser, mas sim a ter. este quadro como o humano é tão desordenado,e a planta tão organizada. A planta não teve o progresso desgovernado, será que tínhamos de ser assim?
Tudo isto está neste quadro. Temos de dar mais atenção à passagem pelo caminho da vida.
Rui
É a ambição humana que destrói tudo. O homem só que ter dinheiro e poder. E para isso é capaz de destruir todo o planeta Terra e, se pudesse, destruiria toda a Via Láctea.
O artista Bosch, que fez este quadro, viveu na Idade Média, num tempo ainda mais louco do que o nosso. Ele também vivia amedrontado com o Juízo Final. Penso que a vida dele deve ter sido muito triste, pois viver com medo não fácil. O melhor é seguir à frente, sempre navegando, e buscando as belezas da vida. Sendo uma pessoa boa e de caráter. Quando a humanidade aprender que ser é muito mais importante, aí teremos o PARAÍSO na Terra.
Grande abraço,
Lu