Recontado por Lu Dias Carvalho
A deusa Minerva, filha de Júpiter, dentre outras qualidades, era exímia na arte da fiação, tecelagem e nos trabalhos com agulha. Contudo, Aracne, uma mortal, possuía também grande habilidade nas artes de tecer e bordar. Muitos diziam que fora Minerva a sua mestra, o que a deixava muito aborrecida, a ponto de desafiar a deusa, por achar-se muito melhor do que ela. Minerva ainda tentou persuadi-la de tamanha loucura, ao tomar a forma de uma velha, exortando-a pedir perdão à deusa e deixar de lado tal ousadia. Mas a tecelã humana sentiu-se aborrecida com os conselhos recebidos. Mesmo após Minerva deixar o seu disfarce, e mostrar-se como tal, Aracne continuou reafirmando que não abriria mão do desafio.
E assim teve início a competição. Minerva escolheu como tema a cena em que disputava com Netuno, e recebeu como prêmio a cidade de Atenas, sendo representado os 12 poderes celestes, com Júpiter no meio. Nos cantos da tela, bordou cenas que mostravam o dissabor dos deuses com os mortais arrogantes que queriam competir com eles. Aracne, por sua vez, bordou cenas em que criticava a postura dos deuses, principalmente a do deus dos deuses: Júpiter disfarçando-se em cisne para seduzir Leda; Dânae presa numa torre por seu pai, na qual Júpiter penetrava sob o disfarce de uma chuva de ouro; Europa, sendo enganada por Júpiter, ao tomar a forma de um touro e levá-la para Creta, etc.
Até mesmo Minerva encantou-se com o bordado de Aracne, mas não poderia aceitar tamanha desfaçatez para consigo, uma deusa. Encostou a mão na sua testa, levando-a a se sentir envergonhada e culpada por seu ato de arrogância. A tecelã humana ficou tão desequilibrada, que terminou enforcando-se. Coitada! Mas a deusa, ao observá-la pendente numa corda, apiedou-se dela, permitindo que vivesse, juntamente com sua descendência, sempre pendente em fios, e transformou-a numa aranha.
Nota: Minerva e Aracne, obra de Luca Giordano
Fontes de Pesquisa
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM
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Nossa, eu nunca li uma adaptação tão simplista e censurada quanto essa. Passou de bater com a lançadeira em sua fronte pra “encostou a mão em sua testa”.
Lucas
Seja bem-vindo a este cantinho. Sinta-se em casa!
A interpretação mitológica em questão foi baseada em dois grandes estudiosos do campo: Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM. Confesso que não conheço outra, mas se tiver algo a acrescentar, poderá me enviar que eu agregarei ao texto. Só não se esqueça de colocar a fonte.
Abraços,
Lu
Mostrar ao Lucas o perigo da “hubris” [?], ao tomar o seu coração.
Edilson
Agradeço a sua visita e comentário. Venha mais vezes.
Abraços,
Lu