Autoria de Lu Dias Carvalho
Mulheres e homens são vistos sob diferentes prismas em culturas onde “eles” se opõem a “elas”. Quanto mais a sociedade em que vivem oferece aos dois gêneros uma educação diferenciada, mais gigantescas são as dessemelhanças apresentadas. Mesmo em muitos lugares de nosso planeta, onde homens e mulheres já recebem uma educação igualitária, ainda é possível enxergar, através dos provérbios, as cicatrizes do passado, quando as diferenças entre os gêneros impunham-se de uma maneira contundente.
A mulher é vista como a fonte da discórdia nos mitos da criação. Um deles conta a história de Lilith, a primeira mulher criada por Deus. Segundo o mito, o homem e a mulher foram criados igualmente, frutos do mesmo barro, de modo que nenhum era superior ao outro. E foi por isso que Adão amargou os mais terríveis dissabores, pois a Lilith queria ficar por cima de seu companheiro durante o coito, infringindo a lei do “papai-mamãe”. Mas Adão negou-se a ficar em posição tão subalterna, uma vez que não queria se passar por cavalo, e sim por cavaleiro. Eis o diálogo que aconteceu entre os dois:
– Por que devo me deitar embaixo de ti e me abrir sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual. – disse Lilith.
– Eu não vou me deitar abaixo de ti, mas por cima. Pois tu estás apta, apenas, para ficar numa posição inferior, enquanto eu sou um ser superior. – retrucou Adão.
– Nós somos iguais um ao outro, considerando que ambos fomos criados a partir da terra. – rebateu Lilith
Não tendo o casal chegado a um consenso, Adão acabou se separando da “voluntariosa” mulher. Como na vida tudo tem seus pontos e contrapontos, dizem outras versões que foi a bela quem abandonou o radical varão. Mas não pense o meu querido leitor que a história acaba por aqui para a independente Lilith. Conta ainda a lenda que Adão, insatisfeito com o comportamento intempestivo de sua mulher, foi reclamar com o Criador que ela fugira. Deus, então, mandou que uma legião de anjos trouxesse de volta a insubordinada, que bateu o pé, recusando-se a voltar para os braços do companheiro. Como castigo, centenas de seus filhos passaram a ser mortos todos os dias. Mas Lilith deu o troco, vingando-se de sua rival Eva, esganando bebês e sorvendo o esperma dos homens que dormem sozinhos durante a noite. Uau!
Ao estudarmos os provérbios referentes à mulher, notamos que, assim como Lilith, ela é, na maioria das vezes, vista como uma víbora sempre que não se coloca submissa ao homem. É tentadora e fascinante, mas extremamente perigosa. Podemos concluir através deste mito que, ao ficar por cima durante uma relação sexual, o homem reafirma o seu poder de mandachuva, nas culturas em que a educação entre “eles” e “elas” é díspar.
Fontes de Pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
http://www.fatosinteressantes.com.br/2012/05/lilith-mulher
Nota: Imagem copiada de s458.photobucket.com
Views: 2