Autoria de Lu Dias Carvalho
A história da humanidade foi sempre habitada pelo mito do sobrenatural, ou seja, por aquilo que não é atribuído à natureza, mas superior a ela. Existem registros de práticas mágicas em diversas épocas e em diferentes civilizações. Ao sobrenatural estão ligados os vampiros, lobisomens, bruxas, feiticeiras, etc. Tudo isso tem exercido um grande fascínio sobre o homem em todas as épocas de sua história, principalmente no que tange ao sexo, associado muitas vezes ao ocultismo, desde os rituais de fertilidade à caça às bruxas.
Apesar dos avanços na sociedade de hoje, altamente tecnológica, ainda paira a crença em magia e ocultismo, práticas que ainda possuem muitos aficionados. E não pensem alguns que seus entusiastas encontram-se apenas nos países economicamente mais atrasados, estão presentes também na Europa e nos Estados Unidos. O ser humano parece ter necessidade de acreditar em efeitos e fenômenos extraordinários, contrários às leis naturais, como se com isso pudesse responder a questões que a ciência ainda não conseguiu explicar, ou às quais ele ainda não teve acesso. Ainda hoje são feitas poção do amor para “prender” o ser amado.
A nudez feminina de virgens continua sendo usada em sacrifícios, ainda que simulados, assim como a encenação do ato sexual em rituais de ocultismo. As artes divinatórias, também conhecidas por ciências ocultas, partem do pressuposto de que é possível modificar o curso dos acontecimentos através de efeitos não naturais. Acreditam que seja possível entrar em contato com seres sobrenaturais através de ritos e símbolos, tendo esses o poder de interferir na vida do homem e na natureza. Os laços entre o sexo e a magia têm atravessado os tempos, sendo encontrados nos mistérios esotéricos do Oriente, passando pelas sociedades tribais, pela feitiçaria da Europa Medieval, e até mesmo pelas investigações teóricas da parapsicologia.
Crenças esotéricas apregoam que o impulso sexual, sentido através do orgasmo, é capaz de servir de ligação com o mundo sobrenatural. Mágicos e bruxas usaram o sexo e seu poder de liberação do subconsciente, como uma tentativa de entrar em contato com o sobrenatural, para acessar outros níveis da consciência. O sexo seria, portanto, o portal de acesso a uma nova dimensão. Os filósofos chineses, Lao-tse e Tchuang-tseu, desenvolveram um sistema filosófico-religioso, que também trabalhava com a magia sexual, que tinha por objetivo a prolongação da vida. Segundo o taoísmo, o universo é composto por dois tipos de energia: o yang (pertencente ao macho) e o yin (pertencente à fêmea). O tantrismo indiano assemelha-se ao taoísmo e também associa o sexo a poderes psíquicos. No zodíaco, o signo de escorpião está associado ao sexo.
A inquisição foi responsável por aguçar o papel do sexo na feitiçaria, ao perseguir bruxas e feiticeiras, que foram julgadas e queimadas vivas. Acreditavam os inquisidores que a magia dizia respeito ao diabo e às suas manifestações. A histeria coletiva foi tão absurda, que até mesmo crianças com idade inferior a cinco anos foram acusadas de terem relações sexuais com o demônio. O sexo passou a ser visto como tabu.
Nota: pintura flamenga do século XV, do pintor Rhine (1470 – 80), em que aparece uma jovem nua, que prepara uma poção de amor. Dentro de seu recipiente com ervas mágicas está o coração de um animal.
Fontes de pesquisa
Vida a Dois/ Editora Três
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Sempre costumo ler trechos dos Tao Te Cing – Lao-Tsé antes de começar a trampar e a Arte da Guerra de Sun-Tzú, “O Profeta” de Khalil Gilbran. Bem, em se tratando de Ciências Esotéricas, a magia sempre foi associada tanto para fins benéficos quanto maléficos. Como ja dizia Eliphas Levi:
Existem três tipos de pràticas de magia:
Magia Branca – fins benéficos;
Magia Cinza – Fins tanto benéficos quanto maléficos;
Magia Negra – Fins especificamente maléficos.
Aloha!
Márcio
Você tem toda a razão em relação aos tipos de magia. Essa sempre esteve presente na história da humanidade. Também gosto muito de ler sobre o assunto. Já cheguei a ter toda a coleção de Khalil Gilbran, um poeta fantástico, sendo “O Profeta” o seu melhor livro.
Agradeço a sua visita e comentário. Será sempre um prazer recebê-lo!
Abraços,
Lu