A ARTE FIGURATIVA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Pensava-se que no período pós-guerra, ou seja, nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, a pintura abstrata, até então vista como uma evolução lógica da arte, fosse ocupar cada vez mais espaço, mas, curiosamente, o que se viu foi a retomada do figurativismo, o que comprova que a arte encontra-se em eterna mudança, ainda que certos estilos durem mais tempo que outros. Figurativismo ou Arte Figurativa são os termos usados para descrever as manifestações artísticas que representam a forma humana, os elementos da natureza e os objetos criados pelo homem, podendo ser realista ou estilizado, desde que seja possível reconhecer aquilo que foi representado. É muito comum o uso do vocábulo “abstrato” para se contrapor ao “figurativo”, contudo, a expressão que se mostra mais eficaz e dá margem para menos confusão é “não figurativo”.

Os pintores figurativos diferiam dos abstracionistas, porque optavam por representar pessoas e objetos de forma reconhecível, embora alguns deles fizessem uso de criações tão experimentais quanto o que faziam os artistas abstratos. Suas criações eram desafiadoras, ao apresentar figuras contemporâneas e também do ambiente em que se encontravam inseridos, buscando eliminar o sentimentalismo. Em algumas de suas obras podiam se mostrar poéticos, enquanto noutras se faziam chocantes na exposição do tema escolhido. Os pintores figurativos não apenas passaram a trabalhar com as tradições do estilo em questão, como enriqueceram-no, criando imagens provocativas sobre a condição humana presente num mundo extremamente desigual e em constante mudança.

O artista estadunidense R. B. Kitajé, morando em Londres, deu a um grupo de pintores ingleses, do qual também participava, o nome de “Escola de Londres”. Esses artistas estavam juntos mais pelo companheirismo de que por semelhanças reais de estilo. Do grupo faziam parte: Francis Bacon, Lucian Freud (neto de Freud), Leon Kossof, Frank Auerbach, Michael Andrew e o próprio R. B. Kitajé. Esses artistas tiveram no pintor David Bomberg — que dava grande distinção ao tato e à visão — uma importante influência. Entre eles era comum que um artista posasse para o outro. Após os anos de 1945 surgiram nos Estados Unidos pintores figurativos realistas como Philip Pearlstein — mais conhecido pelos nus do Realismo Modernista — Alex Katz — conhecido por suas imagens simplificadas e em tamanho grande — que criaram estudos figurativos imparciais e Andrew Wyeth – também famoso por produzir obras regionalistas — que criaram obras mais emocionais.

Francis Bacon foi o mais festejado pintor britânico do século XX, com suas pinturas dramáticas em que o tema central era a figura humana. Ele as tirava da posição normal e distorcia-as para repassar a sensação de isolamento e terror. Lucian Freud foi para a Inglaterra com a família, ainda criança, fugindo dos nazistas. Ao lado de Francis Bacon — de quem era um grande amigo e com quem compartilhava uma visão amarga em relação à condição humana, avaliando ser essa de angústia, isolamento e solidão — é tido como o principal pintor figurativo inglês do século XX. A pintura figurativa, segundo o ponto de alguns artistas e estudiosos da arte, era o único estilo que realmente poderia estar de acordo na sociedade sociopolítica dos dias atuais.

Nota: a obra que ilustra este texto é intitulada Annie e Alice (1950) obra de Lucian Freud.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Lucian Freud – MOÇA COM CÃO BRANCO
Teste – A ARTE FIGURATIVA

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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