Autoria de Lu Dias Carvalho
Fases do Cubismo
Os pintores cubistas foram além da teoria de Cézanne — teoria essa que retratava as formas da natureza como geométricas —, ao representar num mesmo plano aos lados de um objeto, de modo que suas faces ficassem de frente para o observador. O uso de um objeto tridimensional no mesmo plano dava-se através do uso de linhas retas e formas geométricas, sem nenhuma preocupação com a aparência da realidade. Os artistas cubistas, portanto, abriram mão da perspectiva, fizeram a geometrização das formas e passaram a usar cores neutras (branco, preto, cinza e tons de castanho e ocre, etc.).
O movimento cubista pode ser dividido em duas fases: o Cubismo Analítico (1909) e o Cubismo Sintético (1911) que se diferem em razão das seguintes características:
Cubismo Analítico — retrata o período inicial do movimento, sendo visto como um Cubismo mais sofisticado, bem mais próximo das técnicas pictóricas tradicionais. Fazia a decomposição dos elementos que compunham uma obra, com o objetivo de mostrar a visão total de todos os ângulos e lados, numa ordem de planos sucessivos e sobrepostos, ficando a figura menos identificável. As passagens criadas necessitavam ser reconhecidas pelo observador, exigindo que ele se tornasse um participante efetivo. Para Juan Gris o que Cubismo Analítico fazia era partir de um detalhe (um motivo visto) até chegar a uma generalização (a pintura).
Cubismo Sintético — buscou tornar a figura mais reconhecível e adicionou elementos como o vidro, pedaços de madeira, metais, letras, números e objetos, a fim de que a composição, além de tornar-se mais visual, provocasse sensações táteis. Desaprovava alguns dos princípios do Cubismo Analítico. Levava em conta a realidade da imagem que passou a fazer parte do mundo real. Para Juan Gris o que Cubismo Sintético fazia era partir da generalidade da superfície e dos materiais usados pelo artista, até chegar a uma imagem especial e única criada por ele.
As pinturas cubistas analíticas mostravam imagens frias e achatadas, mas a partir de 1911 pequenas mudanças estavam sendo introduzidas na arte cubista, como mostra a composição “Ma Joli” de Pablo Picasso que era o título e também o refrão de uma canção popular francesa. Ao adicionar tais palavras à sua composição, o artista, fazia, ao mesmo tempo, uma dedicatória à sua amante Marcelle e personalizava e humanizava a imagem pouco reconhecível de uma mulher tocando violão. Por sua vez, o cubista Juan Gris mostrava-se menos rebuscado e mais tradicional, com o objetivo de tornar sua obra mais reconhecível e calorosa como pode ser visto em “Retrato de Picasso”.
Na fase do Cubismo Sintético muitas texturas passaram a ser exploradas, dando maior ênfase ao uso de uma combinação ou “síntese” de diferentes estilos numa única obra. Essa fase teve início em 1912 e perdurou por toda a década de 1920, tendo dela participado artistas como Robert Delaunay, Francis Picabia, Jean Metzinger, Fernando Léger e Marcel Duchamp.
Os pintores cubistas estavam cientes de que era preciso tornar sua parte mais compreensível para o público. O pintor Fernand Léger, por exemplo, ao criar uma série de pequenas pinturas bem delineadas em cores primárias — um pouco distante das obras de Picasso e Braque —, repassou ao Cubismo um ânimo diferente e uma nova estética no mundo da arte pictórica, ao romper com as regras de perspectiva, escorço, textura e o uso do chiaroscuro, elevando o Cubismo a um mundo modernista, guiado pela tecnologia. Da série “disco” de Léger, a mais notável é conhecida como “A Saída do Ballets Russes”, ilustração acima, em que ele fez uso de uma paleta alegre de amarelos, vermelhos e azuis, além do preto.
As mudanças cromáticas de Fernando Léger, agregadas ao desenvolvimento da colagem por Picasso e Braque, contribuíram para impelir as mudanças e apressar a visão da crítica e do público em relação ao Cubismo que entra na segunda fase sintética. Nessa fase os artistas preocupavam-se menos com o método de observação e mais com o processo de estruturação e planejamento da obra. A cor ganha um papel mais forte e as formas — ainda fragmentadas e planas — tornam-se maiores e mais decorativas. Materiais como fragmentos de jornais e pedaços de tecidos são muitas vezes adicionados à tela, representando de antemão a colagem.
O Cubismo que se iniciou com as artes plásticas, acabou se espalhando por outras manifestações artísticas, como a Poesia e a Literatura. Quanto à existência de tal movimento no Brasil, aqui não existiram pintores tidos como cubistas, sendo o Cubismo apenas objeto de estudo, no entanto, diversos artistas modernistas viram-se por ele influenciados.
Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha
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Lu
o Cubismo surgiu no inicio do séc XX, especificamente em 1907, na França, período antecessor à Primeira Guerra Mundial. O período pré-guerra foi caracterizado por grandes inovações tecnológicas, ruptura do pensamento conservador e uma grande tensão política, através do imperialismo nas colônias europeias. O Cubismo, através de artistas geniais, conseguiu captar essa realidade e transformá-la em arte. Rompeu com o academicismo e criou seu próprio estilo, com características próprias, usando a forma geométrica para mostrar a realidade, usando a criatividade e a beleza. Como o próprio texto mostra com objetividade, houve duas fases. A primeira, fase analítica, mostra uma visão mais complexa, com fragmentos e ângulos para questionar a mensagem e cores mais neutras. A segunda fase, a sintética, utiliza uma forma mais sucinta para expressar a realidade vigente, utilizando vários elementos artísticos para conectar com o espectador. O Cubismo foi além das obras sobre tela,expandindo-se para outras formas artísticas.
Hernando
O Cubismo foi, sem sombra de dúvidas, um estilo de arte totalmente inovador, pois mexeu nas várias estruturas da arte, até então consagradas. A sua importância é muito grande, como veremos a partir dos novos textos. E, como diz: “O Cubismo foi além das obras sobre tela,expandindo-se para outras formas artísticas”.
Abraços,
Lu
Lu
Muito interessante sua descrição sobre o Cubismo, primeiro movimento artístico da vanguarda europeia, caracterizado por:
• Representação da realidade por meio de figuras geométricas;
• Antitradicionalismo, que rompe com os conceitos de harmonia, proporção, beleza e perspectiva;
• Fragmentação das formas e distorção da realidade;
• Oposição à ideia de arte como imitação da natureza;
• Apresentação de relações e formas não acabadas;
• Apresentação de diferentes pontos de vista pelos quais um objeto pode ser observado;
• Quebra radical com a arte acadêmica.
Adevaldo
Ainda teremos uma terceira parte sobre o Cubismo. Evidenciar suas características é muito bom para se ter uma maior compreensão do assunto.
Abraços,
Lu
Lu
Ri de chorar, imaginando a cena.
Alfa
A cena é mesmo hilária. E é verdadeira, acrescentei apenas algumas pitadinhas de humor.
Abraços,
Lu