Autoria de Lu Dias Carvalho
A Vista de Delft e A Viela (ou Rua de Delft) são as duas únicas pinturas do gênero de paisagem conhecidas, feitas pelo pintor holandês Jan Vermeer, sendo esta considerada a mais fenomenal das paisagens urbanas na história da pintura europeia. O pintor holandês preferia as cenas domésticas com poucas personagens, geralmente mulheres simples, de modo que esta é a única grande paisagem pintada pelo artista. Trata-se de uma vista da cidade de Delft topograficamente exata, sendo que o canal divide a composição em duas partes. De um lado está Nieuwe Kerk, sob densas nuvens. Torres octogonais despontam em direção à dupla ponte levadiça, que leva até aos estaleiros. Do outro lado, um grupo de pessoas parece conversar animadamente. O rio, por sua vez, flui calma e imperceptivelmente.
A cidade de Delft é vista do sul, majestosamente iluminada pelo sol da tarde. Parece silenciosa, bem-sucedida e calma. Há nela uma grande quantidade de pormenores, coisa não muito comum ao trabalho do artista. Embora a paisagem nos passe uma sensação de calma e monotonia, vemos acima das nuvens brancas, pesadas nuvens de chuva. O horizonte não se encontra visível, o que dimensiona a distância e o tamanho do céu sobre a cidade, que também espelha na água suas torres, telhados, igrejas e casas, com toda a sensação atmosférica da genuína paisagem holandesa.
Em 1696, aproximadamente 20 anos após a morte do pintor, esta composição foi leiloada, obtendo um bom preço. A partir daí, tanto o quadro quanto o artista foram esquecidos. Mesmo no século seguinte, o nome de Vermeer só foi lembrado pelos historiadores de arte, como um dos discípulos e imitadores dos pintores Gabriel Metsu e Pieter de Hooch. Mas em 1828, A Vista de Delft reapareceu, sendo comprada pelo governo holandês e doada ao Mauritshuis. E ali ficou em silêncio. Porém, trinta anos depois, Vermeer e sua composição foram “descobertos” pelo famoso crítico francês Théophile Thoré, que se apaixonou pela obra do artista, catapultando-o para um lugar de honra entre os mestres da Idade de Ouro holandesa.
O quadro A Vista de Delft foi restaurado em 1994, quando se descobriu que o pintor usou na sua obra grandes massas de chumbo branco, misturado com areia, para fazer a base primária da composição, dando à superfície uma estrutura de relevo.
O escritor Marcel Proust foi outro apaixonado por esta composição de Vermeer. Tanto é que faz menção à pintura em uma das passagens de sua obra mais conhecida, Em Busca do Tempo Perdido,que foi publicada em sete partes entre 1913 e 1927.
Ficha técnica:
Ano: 1660/1661
Dimensões: 96,5 x 115,7 cm
Material: óleo sobre tela
Localização: Maurithuis, Haia, Holanda
Fontes de pesquisa:
1000 obras-primas…/ Editora Könnemann
A história da arte/ E.H. Gombrich
Eu fui Vermeer/ Frank Wynne
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Gostaria de saber se há algum valor em um quadro que eu comprei de um catador na Cidade de São Paulo, no ano 2000. Este trabalho está em papel sobre uma peça de eucatex, atás da obra existe uma etiqueta que diz: N° 51 Vista de Delft (Laia Mauristshuis Museum) embaixo também tem uma pequena escrita que diz assim: ano 1665, Moça com Brinco de Pérola.
Sempre tive a curiosidade de saber se esta obra tem algum valor, e só depois de algum tempo é que procurei saber, e então fiquei sabendo do artista Vermmer e de sua obra.
Por favor se alguém conhece algo sobre técnica de obras de arte me ajudem.
Francisco Barbosa
Temos aqui no blog textos sobre Vermeer, assim como escritos sobre algumas de suas obras de arte, como Vista de Delft e Moça com Brinco de Pérola. Seria bom que lesse. Quanto a trabalhar com obras, vou passar seu e-mail para um amigo pintor, que poderá lhe dizer alguma coisa. Não sei onde mora, mas se for num local onde exista Museu de Pinturas, você deve consultar alguém lá. Poderá também procurar um professor numa Faculdade de Belas-artes. Não deixe o seu trabalho com qualquer um, pois pode ter um bom valor.
Mande uma foto para mim.
Grande abraço,
Lu
Bruno
Toda a pintura de Jan Vermeer é mesmo sensacional.
É uma pena que sua obra seja tão pequena.
E Vista de Delft é um deslumbramento só.
Obrigada por sua visita.
Volte sempre!
Abraços,
Lu
A Vista de Delft é algo além da pintura no molde de um quadro, eu noto beleza, pureza e paz nessa pintura, obrigado por compartilhar e ainda trazer o conteúdo histórico dessa obra de Arte.
Att, Bruno
Bruno
A pintura é mesmo deslumbrante.
Merece estar entre as mais belas do mundo.
Sou eu quem agradece a sua presença aqui no blog.
E por dividir conosco o prazer de apreciar a arte.
Abraços,
Lu
Sensacional!