LITERATURA INFANTIL E 100 BONS LIVROS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Monteiro Lobato estreou em 1921 com “Narizinho Arrebitado”, apresentando ao mundo Emília, a mais moderna e encantadora fada humanizada. (Site Literatura Infantil)

No século XVII, são escritos por professores os primeiros livros direcionados às crianças. Tinham por finalidade ensinar os valores morais, sem qualquer tipo de interação com o prazer da leitura. A literatura infantil, propriamente dita, só vem a surgir no século XVIII. Até então, a criança fazia parte da vida social da família, sendo vista como um adulto, inclusive lendo livros que nada tinham a ver com a sua idade, como os grandes clássicos. Elas entendiam o que liam? Provavelmente não, a não ser uma ou outra com inteligência acima da média. Enquanto isso, as crianças das classes pobres liam contos folclóricos e lendas e, com certeza, apreendiam e divertiam muito mais.

Ao compreenderem que os clássicos lidos pelos adultos estavam longe da compreensão das crianças, pois havia uma grande distância entre elas e eles, é que os escritores da época passaram a adaptá-los, de modo a caírem no entendimento infantil. Por sua vez, os contos folclóricos serviram de base para os criativos deliciosos contos de fada. Assim, os primeiros livros deixaram de ser apenas um instrumento de conscientização, mas também passaram a proporcionar momentos de prazer às crianças. Hoje, milhares de livros estão à disposição do público infantil em todo o mundo.

A literatura infantil aportou no nosso país no final do século XIX. Os escritores Carlos Jansen com os “Contos seletos das mil e uma noites”, Figueiredo Pimentel com os “Contos da Carochinha”, assim como Coelho Neto, Olavo Bilac e Tales Andrade deram os primeiros passos na criação da literatura infantil no Brasil. Contudo, Monteiro Lobato, que estreou na literatura infantil em 1921, com Narizinho Arrebitado, foi e continua sendo um dos mais importantes escritores da literatura direcionada às crianças.

Diz um velho ditado que “é de pequenino que se torce o pepino”, portanto, os pais que quiserem que seus filhos transformem-se em bons leitores no futuro, terão que começar a incentivá-los ainda bebês, lendo pequenas histórias para eles, onde predominem as gravuras, pois é quando começam a descobrir o mundo em volta assim como a relação com as pessoas. E, a partir do momento em que a criança aprende a ler, devem incentivá-la na busca pela leitura, a fim de que o hábito tome forma. Mas, antes de tudo, é preciso que os pais sejam também bons leitores, pois o exemplo pesa muito.

O universo de obras destinadas ao público infantil é cada vez maior, havendo títulos para todos os gostos. Além das bibliotecas públicas, as livrarias vêm criando espaços para os leitores, e destinando um espaço especial para as crianças, onde elas não apenas podem ler como trocar informações com outros coleguinhas acerca dos mais variados temas. É uma festa vê-las em meio a montes de livros infantis, cada vez mais atraentes e coloridos. Haja ouvidos para aguentar a feliz algazarra.

Existe um problema que vem contribuindo para que muitas crianças brasileiras passem a não gostar de leitura: a imposição de livros pela escola, livros esses que na maioria das vezes não correspondem à idade cronológica do aluno, ou seja, não se encaixam dentro de sua capacidade mental de compreensão. Isso é terrível, pois, ao não compreender um livro, esse se torna aborrecido e fatigante, como se sua leitura fosse um castigo para a criança, que passa a detestar todos os demais, antes mesmo de ter acesso a eles. Não sei bem que critérios as escolas seguem na escolha dos livros que seus alunos leem para provas e trabalhos. Além do mais, a leitura de livros não deveria valer nota, tampouco ser cobrada em provas. Se o professor promovesse um debate com a turma sobre o livro, enriquecendo sua temática, o resultado seria bem mais agradável e satisfatório.  Portanto, sou a favor de que tais procedimentos sejam revistos, se quisermos formar bons leitores, pois, não adianta querer amadurecer a criança à força. O tiro acaba saindo pela culatra. Ler deve ser primeiramente um prazer, pois, o resto vem por acréscimo.

A tarefa de escolher livros fica mais difícil à medida que a criança vai se aproximando do término da fase infantil, que vai do nascimento aos 11 anos, quando seus horizontes vão se ampliando e as histórias precisam ser mais elaboradas. Muitos pais ficam sem saber o que escolher, ou mesmo quem quer presentear uma criança maior, que já exige um pouco mais de complexidade na leitura. E foi pensando nisso que resolvi trazer uma lista de bons livros da ficção infantil, com experiências fantásticas e criativas, onde se misturam a literatura moderna e a tradicional. A listagem contempla a fase infantil, ou seja, até os 11 anos, embora essa classificação dependa muito da criança, pois, alguns livros listados exigem que ela já tenha formado um bom hábito de leitura. Aos livros:

  1. A Arca de Noé – Vinícius de Moraes
  2. A Árvore Generosa – Silverstein
  3. A Bolsa Amarela – Lygia Bojunga
  4. A Branca de Neve – Irmãos Grimm
  5. A Bruxa Salomé – Audrey Wood
  6. A Bruxinha Atrapalhada – Eva Furnari
  7. A Bússola de Ouro – Philip Pulman
  8. A Casa Sonolenta – Audrey Wood
  9. A Comédia Humana – William Saroyan
  10. A Cor da Magia – Terry Pratchett
  11. A Espada na Pedra – T. H. White
  12. A Fada Que Tinha Ideias – Fernanda Lopes de Ameida
  13. A Família do Marcelo – Ruth Rocha
  14. A Fantástica Fábrica de Chocolate – Roald Dahl
  15. A Guerra dos Botões – Louis Pergaud
  16. A História do Dr. Dolittle – Hugh Lofting
  17. A História do Leão Que Não Sabia Escrever – Martin Baltscheit
  18. A História do Pedro Coelho – Beatrix Potter
  19. A História sem Fim – Michael Ende
  20. A Ilha do Tesouro – Robert Louis Stevenson
  21. A Lua Dentro do Coco – Sérgio Capparelli
  22. A Moça Tecelã – Marina Colasanti
  23. A Operação do Tio Onofre – Tatiana Belinky
  24. A Pedra Encantada de Brisingamen – Alan Garner
  25. A Sociedade do Anel – J. R. R. Tolkien
  26. A Teia de Charlotte – E. B. White
  27. A Terra dos Meninos Pelados – Graciliano Ramos
  28. A Turma da Mônica – Maurício de Souza
  29. A Vaca Mimosa e a Mosca Zenilda – Sylvia orthof
  30. A Vaca Proibida – Edy Lima
  31. A Vida Íntima de Laura – Clarice Lispector
  32. Adivinha Quanto Eu Te Amo – Sam McBratney
  33. Armazém do Folclore – Ricardo Azevedo
  34. As Aventuras de Alice no País das Maravilhas – Lewis Carroll
  35. Beleza Negra – Anna Sewell
  36. Bisa Bia, Bisa Bel – Ana Maria Machado
  37. Bruxa, Bruxa, Venha à Minha Festa – Arden Druce
  38. Cena de Rua – Angela Lago
  39. Chapeuzinho Amarelo – Chico Buarque
  40. Cinco Crianças e um Segredo – E. Nesbit
  41. Contos de Fadas – Charles Perrault
  42. Contos de Fadas – Hans Christian Andersen
  43. Contos Tradicionais do Brasil – Luís da Câmara Cascudo
  44. Diário de um Banana – Jeff Kinney
  45. Emil e os Detetives – Erich Kastner
  46. Fábulas de Esopo
  47. Heidi – Johanna Spyri
  48. História das Crianças e do Lar – Irmãos Grimm
  49. Histórias Assim – Rudyard Kipling
  50. Indez – Bartolomeu Campos de Queirós
  51.  Jardins – Roseana Murray
  52. Lúcia, Já-Vou-Indo – Maria Heloísa Penteado
  53. Mafalda – Quino
  54. Marcelo, Marmelo, Martelo – Ruth Rocha
  55. Mary Poppins – P. L. Travers
  56. Menina das Estrelas – Ziraldo
  57. Moby Dick – Herman Melville
  58. Mulherzinhas – Louisa May Alcott
  59. Naruto – Masahi Kishimoto e Shonen Jump
  60. O Estranho Caso do Cachorro Morto – Mark Haddon
  61. O Fantástico Mistério da Feiurinha – Pedro Bandeira
  62. O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá – Jorge Amado
  63. O Gênio do Crime – João Carlos Marinho
  64. O Golem – Isaac Bashevis Singer
  65. O Homem que Amava Caixas – Stephen Michael King
  66. O Jardim da Meia-Noite – Philippa Pearce
  67. O Jardim Secreto – Frances Hodgson Brunett
  68. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa – C. S. Lewis
  69. O Maravilhoso Mágico de Oz – L. Frank Baum
  70. O Menino Mágico – Rachel de Queiroz
  71. O Menino Maluquinho – Ziraldo
  72. O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint- Exupéry
  73. O Príncipe Feliz e outros Contos – Oscar Wilde
  74. O Rei do Rio de Ouro – John Russel
  75.  O Sofá Estampado – Lygia Bojunga
  76. O Ursinho Puff – A. A. Milne
  77. O Vento nos Salgueiros – Kenneth Grahame
  78. O Vovô Fugiu de Casa – Sérgio Caparrelli
  79. Ode a uma Estrela – Pablo Neruda
  80. Oh! – Josse Goffin
  81. Onde Vivem os Monstros – Maurice Sendak
  82. Os desastres de Sophie – Condessa de Ségur
  83. Os Meninos da Rua Paulo – Ferenc Molnár
  84. Ou Isto ou Aquilo – Cecília Meireles
  85. Peter Pan – J. M. Barrie
  86. Pinóquio – Carlo Collodi ou Carlo Lorenzini
  87. Pippi Meia Longa – Astrid Lindgren
  88. Pluft, o Fantasminha – Maria Clara Machado
  89. Por que o Elvis não Latiu? – Roberto Frizero
  90. Rebeca do Vale do Sol – Kate Douglas Wiggin
  91. Reinações de Narizinho – Monteiro Lobato
  92. Sábado na Livraria – Sylvie Neeman
  93. Sem Cabeça nem Pé – Edward Lear
  94. Sem Família – Hector Malot
  95.  Série Bruxinha – Eva Furnari
  96. Tonzeca, O Calhambeque – Camilla Cerqueira Cesar
  97. Um Amor de Botão – Pauline Carlioz
  98. Uma Dobra no Tempo – Madeleine L`Engle
  99. Uma Ideia Toda Azul – Marina Colasanti
  100. Xisto no Espaço – Lúcia Machado de Almeida

Fontes de pesquisa:
501 Livros
1001 Livros
http://literaturainfantilportaldoprofessor.wordpress.com/

Nota: Imagem copiada de lendoviajo.blogspot.com

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2 comentaram em “LITERATURA INFANTIL E 100 BONS LIVROS

  1. Nelio Lemos

    Oi Lu, gostei da sua sugestão. Alguns desses livros Antonio até já leu. Na escola em que ele está agora recomenda a leitura de livros infantis. Abç.

    Nélio

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Nélio

      A escola deve funcionar como motivadora da leitura.
      Obrigar o aluno a ler livros que fogem à sua compreensão por estarem bem distante de sua idade cronológica só faz com que ele tome raiva de ler.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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