Autoria de Lu Dias Carvalho
Afrescos da Capela Sistina – Em nenhuma outra parte da história da pintura o corpo humano preencheu de modo tão forte e grandioso o papel de receptáculo para a transmissão do drama humano e espiritual, com seu profundo e universal significado, combinando a teologia cristã e os protótipos clássicos. (David Gariff sobre os afrescos da Capela Sistina)
É importante que compreendamos a disposição das figuras no teto da Capela Sistina, para que possamos entender melhor os textos que virão. Um novo esquema da distribuição das pinturas, talvez de melhor compreensão, é agora apresentado.
Quando Michelangelo recebeu a encomenda para ornamentar a Capela Sistina, o projeto original apresentava 12 apóstolos nos espaços das janelas e, no restante da abóbada, seriam decorações lineares comuns. Mas o projeto não agradou ao artista, que sugeriu ao papa Júlio II algo mais grandioso, sendo prontamente ouvido.
Antes de tudo, Michelangelo idealizou uma estrutura arquitetônica, onde disporia as cenas e as personagens da seguinte maneira:
- Antepassados de Cristo – dispostos nos espaços das janelas e nos triângulos logo acima dessas, ladeados por nus da cor de bronze.
- Profetas (Zacarias, Joel, Isaías, Ezequiel, Daniel, Jeremias e Jonas) e Sibilas ( délfica, eritrea, cumana, pérsica e líbica) – dispostos nos tronos, que sobressaem das pilastras, emoldurando as janelas. São colocados alternadamente.
- Judite e Holofernes, Davi e Golias, a Serpente de Bronze e o Castigo de Aman – dispostos nos quatro cantos da abóbada.
- Nus – dispostos ao longo da falsa arquitetura da abóbada.
- Criação dos Astros, Criação de Adão, Pecado Original, Dilúvio, Separação da Luz e das Trevas, Separação das Águas, Criação de Eva, Sacrifício de Noé e Embriaguez de Noé – dispostos na parte central da abóbada, sendo que os cinco últimos estão ornados com medalhões dourados, que por sua vez estão ladeados por nus.
O teto da Capela Sistina começou a ser pintado a partir da cabeceira em direção aos pés, iniciando com a Embriaguez de Noé e acabando com a Separação da Luz e das Trevas.
Michelangelo levou quatro anos para concluir os trabalhos da abóbada. Nesses anos, o artista passou por muito sofrimento, ao ter que pintar deitado, de costas, sobre os andaimes, ou de pé com o pescoço virado para trás. A pintura pingava sobre seu rosto e os braços doíam. Daí para frente passou a sofrer com os problemas de saúde oriundos da difícil posição em que permaneceu por tão longo tempo. Tinha dificuldades de equilíbrio e falta de concentração nas posturas comuns. Mas, apesar das grandes dificuldades pelas quais passou, deixou para a humanidade um dos maiores legados da história da arte.
Disposição das figuras na abóbada da Capela Sistina (de acordo com a numeração)
1. Separação da Luz e das Trevas
2. Criação dos Astros
3. Separação das Aguas
4. Criação de Adão
5. Criação de Eva
6 Pecado Oriinal e Expulsão
do Paraíso
7. Sacrzfrcio de Noé
8. Dilúvio Universal
9. Embriaguez de Noé
10. Sibila Délfica
11. Profeta Isaías
12. Sibila Cumana
13. Profeta Daniel
14. Sibila Líbica
15. Profeta Jonas
16. Profeta Jeremias
17. Sibila Pérsica
18. Profeta Ezequiel
19. Sibila Eritrea
20. Profeta Bel
21. Profeta Zacarias
22. Josias, Joaquim e Salatiel
23. Ezequias, Manasses e Amon
24. Asa, Josafá ejoram
25. Jessé, Davi e Salomão
26 Salomão, Booz e Obed
27. Roboão e Abias
28. Ozias, Jonatan e Acaz
29. Zorobabel, Abiud e Eliakim
30. Aquim e Eliud
31. Davi e Golias
32. Judite e Holofernes
33. Azur e Sadoc
34. Naason
35. Serpente de Bronze
36 Castigo de Aman
37. Amínadab
38. Jacó e José
39. Eleazar e Marai
D. Nus (Ignudi)
Fontes de Pesquisa:
Gênios da Arte/ Girassol
Grandes Mestres da Pintura/ Coleção Folha
Grandes Mestres/ Abril Cultural
Renascimento/ Taschen
Tudo sobre Arte/ Sextante
1000 Obras da Pintura Europeia/ Könemann
Os Pintores mais Influentes/ Girassol
Arte em Detalhes/ Publifolha
Góticos e Renascentistas/ Abril Cultural
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