Existem especulações acerca da modelo que posou para Goya em sua composição A Maja Nua (e a Maja Vestida), também conhecida por A Maja Desnuda. Para muitos se trata da duquesa de Alba, Cayetana, por quem ele foi apaixonado. O quadro causou muito espanto, uma vez que o nu feminino era incomum na arte espanhola até então. É também uma das imagens mais perturbadoras da história da arte, numa espécie de exaltação à vida no ser feminino.
Ao contrário das deusas mitológicas, vistas nuas em outras pinturas, A Maja Nua retrata uma mulher real, deitada sobre lençóis desarranjados e duas grandes almofadas de seda, dispostos sobre uma espécie de sofá largo e sem costas, na cor verde. Seu corpo encontra-se em diagonal, iluminado por uma forte luz, como se por ela fosse abraçado. Os braços da mulher estão dobrados atrás da nuca, espaçando e realçando ainda mais seus seios túmidos. Sua cintura é fina e suas pernas são fortes e bem torneadas. Seus cabelos negros e cacheados caem-lhe pelos ombros. Os negros olhos fitam diretamente o observador.
O rico divã que parece flutuar, envolto em tons escuros que refletem nos lençóis de cetim, dando mais destaque ao branco dos lençóis e almofadas, projeta uma tênue sombra no lado direito da modelo. As almofadas estão envolvidas em capas de seda e renda, num mix de brancos, verdes e reflexos roxos.
A palavra “maja” referia-se a uma personagem urbana da vida espanhola, reconhecida pelo modo como vestia e por seu comportamento liberal. O Tribunal da Inquisição abriu processo contra Goya em razão desta obra, mas a intervenção do soberano Fernando VII, para quem ele trabalhava, não permitiu que nada lhe acontecesse.
Ficha técnica
Ano: 1798
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 97 x 190 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha
Fontes de pesquisa
Goya/ Abril Coleções
Goya/ Coleção Folha
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
Goya/ Editora Manole Ltda.
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