SALVO PELO GONGO

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Autoria de Lu Dias Carvalhotina1

Conta-se que antigamente na Europa, por causa do pouco espaço para enterrar os mortos, abriam-se os caixões e retiravam os ossos que eram depositados em ossuários, ficando o túmulo para o próximo defunto, fato que também vem acontecendo nos dias de hoje em razão do aumento da população e da escassez de espaço para os cemitérios, contudo não há o perigo que rondava as pessoas naqueles tempos.

Naquela época, a medicina nem mesmo engatinhava, talvez balbuciasse, o que levava ao túmulo muitos vivos com catalepsia, mas tido como mortos. De modo que, ao se abrir o caixão para a retirada dos ossos, a tampa encontrava-se toda arranhada pelo lado de dentro, o que indicava que aquela pobre vítima fora enterrada viva e que tentara se livrar inutilmente dos obstáculos que a impediam de voltar ao mundo dos vivos. E para matar no ninho o problema, uma atitude foi tomada. Nasceu a ideia de socorrer os mortos/vivos, pois ninguém queria carregar nas costas o peso de enterrar alguém vivinho da silva. E a coisa estava ficando feia com o aumento das vítimas.

Uma ideia foi posta em prática. Ao se fechar o caixão, uma tira de pano ou uma corda era amarrada ao pulso do falecido, passada através de um buraco feito no ataúde e atada a um sino que ficava do lado de fora da cova. Após o enterro uma pessoa ficava postada ao lado do túmulo, mantendo guarda durante dias de modo que, caso o suposto morto viesse a acordar, os gestos agoniados de seu braço badalariam o sino e ele seria retirado do local. Não é de se estranhar que a vítima caísse dura no chão, ao ver o buraco em que literalmente se metera, sem a sua vontade. Quando acontecia de alguém tocar o sino, dizia-se que foi “Saved by bell”, o que na tradução para o português ficou como “Salvo pelo gongo”.

Ainda bem que nos dias de hoje ser “Salvo pelo gongo” não mais alude a tal fato, mas a ser tirado de uma enrascada em que se estava prestes a cair. Mas posso imaginar que nos rincões que ainda carecem de médicos, tal situação ainda possa acontecer, pois não é fácil diagnosticar a catalepsia. Existe outra explicação para o surgimento da expressão “Salvo pelo gongo” que alguns acham ter nascido no século 17, em Londres, Inglaterra, quando um guarda do palácio de Windsor foi pego dormindo em serviço.  Ele se defendeu dizendo que até ouvira o sino da igreja bater 13 vezes durante a noite, sendo portanto, “save by the bell” (salvo pelo gongo). Escolha a que achar melhor.

 

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4 comentaram em “SALVO PELO GONGO

  1. Hernando Martins

    Lu

    Como disse Fernando Sabino, “viver é perigoso”. Mas há gente que gosta de viver perigosamente, brincando com a vida de uma forma estúpida. E pior muitas pessoas têm estudo, mas o fanatismo político ou religioso consegue cegar o pouco de razão que têm. Nos tempos de pandemia existem muitas pessoas que negam a ciência em detrimento de ideologias suicidas que só podem levar ao fracasso e até mesmo à morte. O Dalai Lama diz que não consegue entender os ocidentais, pois vivem como se nunca fossem morrer, e morrem como se nunca tivessem vivido”.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Hernando

      Nós vivemos driblando o perigo todos os dias, mas daí a atirar-se no precipício são outros quinhentos. Os estúpidos pululam por todos os lugares, pois querem ser diferentes, ainda que seja através da mediocridade. Há gente que acredita que Deus falou com ela, mas não acredita no saber da Ciência. Enquanto a caravana passa, os ignorantes ladram.

      Abraços,

      Lu

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  2. Adevaldo R. Souza

    Lu

    Muito boa a explicação sobre “Salvo pelo gongo”. Na minha opinião, a primeira tem mais sentido. Atualmente no mundo algumas pessoas estão sendo salvas pelo gongo ao negar a Covid e a vacina. Outras não tiveram a mesma sorte (inclusive estrelas) e foram levadas embora.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Adevaldo

      Você tem razão. Essas pessoas negacionistas estão a ser salvas pelo gongo, enquanto outras já se foram para o céu da boca da onça. Quanta estupidez. Veja o que passou Osvaldo Cruz com a vacina contra a febre amarela. Tanto naquela época como hoje os detratores da Ciência continuam. São uns ignorantes, uns estúpidos! Veja o caso da cantora tcheca que inoculou o vírus para mostrar que não era nada e foi para o beleléu. A atriz Elisângela quase passou desta para uma melhor, ao pegar Covid, depois de dizer que tudo era uma farsa, recusando-se a usar máscara.

      Abraços,

      Lu

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