Autoria de Alfredo Domingos
Faço pães, esculpo pães,
confeito-os com creme.
São os tais pães doces.
Penso na amada que nem
reconhece em mim o amor.
Deixo um exemplar,
todos os dias, bem
na janela da casa azul.
Azul é a casa dela.
Passo de volta e vejo
que o pão foi retirado
Que bom! Ela o pegou.
Levou um pedaço de mim.
Pelo tanto de dias somados
devem ter o meu tamanho.
Malvina, finalmente,
trocou palavras comigo.
Soube do dono dos mimos.
Expliquei do meu ofício.
As tardes, ainda que de
poucos momentos,
passaram a ser nossas.
Ela me procurou entre os pães.
De alegria, morri e renasci
Queria gritar. Jorrar farinha branca, enfim.
O cheiro do pão assado tornou-se inodoro.
Ficou o seu perfume, pois os dois odores
não convivem no mesmo espaço.
Não há chance.
Estamos bem próximos.
Toquei em suas mãos. Beijei-lhe a testa.
O amor está crescendo como a massa
É preciso que crie corpo. Que apareça.
Até ouvi de Malvina uma coisa linda.
Ela falou em me presentear com a lua
Sou louco pela lua, fascínio dos namorados.
Então lhe disse quase sem forças, lotado de amor:
– Traga a lua! Venha com ela debaixo do braço,
do mesmo jeito que faço com a bisnaga de pão.
Nota: Imagem copiada de www.lavioletera.com.br
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Edward,
Agradeço a sua participação aqui conosco. Mas versejar é coisa de mestre. Eu apenas tento.
Possuo um livro surrado de Vinicius de Moraes, e digo que ele, sim, é poeta pra valer, desde a primeira letra até o ponto final. Porém, sonhar é possível, então façamos! Transformar os sonhos em poesia é que complica.
Abração,
Alfredo Domingos.
Alfredo
É assim mesmo. A poesia é o momento sublime, onde os sentimentos de cada um de nós jorra em forma de versos, que encantam.
Lindos seus versos.
A LuDias escolheu-os muito bem.
Alfredo
Receba meu forte abraço neste dia dedicado à poesia (rimou).
Parabéns por ajudar a embelezar o mundo.
Abraços,
Lu
Lu
Sinceramente, fiquei surpreso com os seus cumprimentos aí de cima. Na verdade, estou longe de navegar nas águas da poesia. Apenas, fico observando, no porto, a sua passagem ao largo. De qualquer forma, deixo o agradecimento pela lembrança de incluir este amigo.
Arrisco-me na prosa, e já o faço com bastante esforço, somente eu sei!
Transmito, sim, aos poetas o meu abraço apertado pela data.
Abração,
Alfredo Domingos.
Alf
O poeta é tão humilde, que tenta passar despercebido até para si mesmo.
Você é merecedor de meus aplausos.
Abraços,
Lu
Alfredo Domingos
O amor é mesmo como o pão.
Em ambos é preciso sovar a massa e cuidar dela com muito carinho.
Em ambos os casos é preciso muita paciência.
Caso contrário, a massa desanda.
Abraços,
Lu
Lu, obrigado pelo comentário e parceria.
Recordo-me que nem sempre o pão sai perfeito, embora tenhamos a receita correta.
Já no amor acontece um pouco diferente, pois ele tem as suas dificuldades, mas, em seu socorro, devemos entender que para ele nem receita há.
Abraço, Alfredo Domingos.