A Mãe Imigrante é uma fotografia de Dorothea Lange, feita em 1936, que mostra a miséria estampada no rosto de uma mãe, Florence Thompson, uma camponesa da Califórnia, num acampamento de colhedores de ervilhas. Ela está rodeada por seus dois filhos, que escondem o rosto diante da máquina da fotógrafa, e traz mais um bebê no colo. Esta é uma das fotos mais conhecidas da década de 1930, um ícone da Grande Depressão que abalou o mundo. À época, Florence tinha 32 anos de idade e sete filhos. Ela foi fotografada quando se encontrava em Nipono, na Califórnia, EUA, à procura de um emprego ou de ajuda social para que seus filhos não morressem de fome.
A década de 30 refere-se ao período da Grande Depressão, tido como o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX, muito penoso para a humanidade, pois trouxe um alto índice de desemprego, queda na produção de todos os tipos de bens, queda das ações nas bolsas de valores, entre outras mazelas. Em suma, revirou a economia de muitos países de cabeça para baixo. Como nas crises, quem mais sofre são os pobres, pois não possuem nada que lhes garanta a manutenção de suas famílias, após perderem seus empregos.
Os Estados Unidos foram um dos países que mais sentiram os efeitos da Grande Depressão, ao lado do Canadá, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, etc. Florence e muitas outras famílias viviam na miséria extrema. Foi um período de muitos suicídios, tanto do lado dos grandes empresários e fazendeiros, como por parte dos desempregados. A Grande Depressão foi responsável pela ascensão de Adolf Hitler na Alemanha e de outros regimes totalitários, em outros países.
Dorothea Lange fazia parte do grupo de fotógrafos, empregados pelo governo de Franklin D. Roosevelt para registrar a vida dos trabalhadores migrantes. Ela encontrou, num acampamento, abrigadas por uma tenda provisória, Florence e suas crianças, que há muitos dias não comiam, a não ser vegetais congelados, retirados dos campos. A família já havia vendido até os pneus do carro para comprar comida.
Florence, nos seus 32 anos, mostra-se envelhecida pelo sofrimento, pelo desespero e pela incerteza do que viria. Os sulcos em sua testa e ao redor dos olhos são profundos. O olhar parece perdido ao longe, enquanto a mão direita segura o queixo. Florence morreu em 1983, 47 anos depois de ser fotografada, sendo enterrada ao lado do marido George. Em seu túmulo lê-se:
FLORENÇA LEONA THOMPSON Mãe Migrante – A Lenda da Força da Maternidade americana
A fotógrafa Dorothea Lange (1895-1965) era norte-americana, filha de imigrantes alemães. Foi pioneira entre as mulheres na fotografia, assim como uma das mais brilhantes de todos os tempos.
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LuDias
A grande depressão surgiu com a decadência do liberalismo. E com a ascensão do socialismo houve um movimento em quase todo mundo no sentido do fortalecimento do capitalismo, que se quedara diante da fraqueza do Estado. Assim, apareceram os chamados Estados Novos, ditaduras que buscaram o fortalecimento exagerado do Estado, o nacionalismo a qualquer custo, para evitar que o socialismo infiltrasse em todos os países atingidos pela grande depressão. Exemplos disto tudo, foram o Nazismo de Hitler, na Alemanha, o Facismo de Mussolini na Itália, o Kemalismo de Mustafá Kemal, na Turquia, o Peronismo de Juan Domingo Peron, na Argentina, o Franquismo de Francisco Franco na Espanha, o Salazarismo de Antonio Salazar, em Portugal, o Getulismo – de Getúlio Vargas – aqui no Brasil.
Para evitar o ingresso do socialismo, foram criadas aqui as leis trabalhistas – a nossa CLT – e a previdência social, que trouxeram melhorias aos trabalhadores, enfraquecendo as ideias da esquerda. Este foi o lado bom. O ruim – todos sabem – um Estado totalitário, que não permitia a liberdade e nunca, é claro, o regime democrático. A censura era, assim, uma das armas. E a propaganda – tal qual acontece ainda em muitos países – uma arma poderosa, que iludiu, como a história nos conta, todo o povo alemão. O povo era massacrado em todos os sentidos.
O Estado forte era militarista, regimes de força cultuavam a força física, impondo aos jovens um pré-estado de guerra, prontos para impor a vontade do grupo dominante, pela violência e pela força. A violência era a prática, máxime, em relação às minorias.
O Nazismo, porém, foi o pior: partiu para a dominação, buscando a submissão ao seu mando dos outros países europeus, como já o fizera o estado romano e Napoleão Bonaporte, que era o herói da república e se tornou vontade única. O Nazismo uniu-se ao Facismo e, mais tarde, já em plena guerra mundial, ao imperador japonês Hiroito, o império japonês, que era militarizado. Os países ocidentais – todos sabem – unidos contra esta grande ameaça à liberdade e à democracia, inclusive a Rússia – que era a outra pedra atingida – o socialismo – foram à guerra e a venceram. O resto todos sabemos.
Todo este esboço de explicação mostra que o mundo dá voltas. Aqui no Brasil, ainda, Getúlio é o pai dos trabalhadores, embora tivesse sido um ditador, mas que compreendeu que o Estado Novo deveria ter seu final e apoiou os EEUU na guerra, mandando inclusive nossos combatentes até à Itália. A luta toda foi em busca da liberdade e da autodeterminação e soberania dos países, mas o importante de tudo que resultou em legislação trabalhista e previdenciária, que buscou dar melhores condições de vida e desenvolvimento aos trabalhadores.
Vendo esta fotografia, onde o sofrimento e o medo estão latente, pululante, saltando diante de nossos olhos, a mãe imigrante – no fundo a derrocada da família – na Segunda Guerra Mundial, mostra como o poder que encanta certos governantes pode-nos levar a graves consequências.
Abraços
Ed
Que aula maravilhosa você acaba de me dar. Nossa!
Seu comentário enriqueceu muitíssimo o texto.
Você viu a biografia do Getúlio, lançada recentemente?
Deve ser muito interessante.
Obrigada pelos ensinamentos.
Abraços,
Lu