Autoria de Beto, O Livreiro dos Araçás
Para descansar não há nada melhor do que uns dias na praia. Não digo aqueles de alta temporada, pois nessa época é provável que a pessoa volte mais cansada do que foi. Sei que essa questão de gosto é individual. Para alguns uma semana de compras em país estrangeiro é deleite garantido, para outros é o contato com as matas fechadas, outros ainda relaxam enquanto visitam museus dos mais diversos tipos. Cada um tem sua preferência. Quem irá dizer o que realmente nos faz bem, senão nós mesmos?
A última vez em que estive na praia, fiz a coisa que mais gosto, que é caminhar descalço na areia. Ah como é bom caminhar na areia! Os pés tocando o solo, descarregando nosso corpo das vibrações negativas. Caminhando, comecei a pensar nas pessoas que amo. A maioria estava longe e me deu uma vontade muito grande de estar perto delas. Imediatamente me pus a pegar do chão pedrinhas brancas. Por que brancas? Escolhi as de cor branca por simples analogia à cor da paz e da pureza. E, diante de tanta variedade de pedras, haveria de fazer uma escolha, porque senão juntaria uma pedreira. Fui caminhando e agachando a cada pedra “preciosa” que encontrava e colocando-as em um saquinho de plástico. Levaria comigo quantas fosse capaz de recolher.
Há algum tempo, um livro me ensinou que não existe nada, mas nadinha, mais precioso do que o poder da gratidão. É certo que se deve almejar sempre algo mais ou melhor, mas, por outro lado, não conseguiremos isso maldizendo a vida que possuímos, as coisas materiais que temos, reclamando das pessoas em torno de nós. Um dos autores desse livro queria dedicar um ou dois minutos de seu dia para agradecer por tudo aquilo que a vida lhe entregara, mas, com o atropelo da rotina, quase sempre se esquecia. Um dia, olhando uma gaveta, achou uma velha pedrinha que sua filha, quando ainda era uma criança, deu-lhe como presente. Sorriu com satisfação. Era uma lembrança boa.
O autor agradeceu pelos filhos perfeitos que possuía. Pegou a pedra na mão e teve uma brilhante ideia: “Vou levar esta pedrinha comigo, em meu bolso, todos os dias”. Todas as manhãs a rotina se cumpria, junto a sua carteira, aliança, celular, lá estava sua pedrinha. Ao pegá-la, agradecia em pensamento tudo aquilo que fazia parte de sua vida. À noite, quando chegava em casa, repetia o ritual ao contrário, pois ao esvaziar os bolsos estava lá o “lembrete” simbolizado pela pedra. E, novamente, fazia seus agradecimentos.
Esse livro diz que se há alguma coisa de extrema relevância em nossos pensamentos é a força da gratidão. Após tomar conhecimento, adorei a ideia e fiz o mesmo. Interessante lembrar que tinha guardado uma pedrinha que minha filha Maria me deu, então automaticamente passei a adotar tal procedimento. E, enquanto caminhava na praia, tive a ideia de levar “pedrinhas da gratidão” a todos os que me são caros, pois, juntamente com um papel escrito, entenderiam os motivos que me levaram a presentear meus amigos e familiares com simples pedras brancas.
Já no caminho de volta, pensei na cena: eu dando uma pedra para cada um. Fiquei com vergonha. Naquele momento pensei: as pessoas não vão entender o meu presente, algumas prefeririam camisetas, bonés, ou qualquer coisa que se possa usar sobre o corpo. Desisti da ideia, pensando que alguns iriam dizer que fiz isso simplesmente por economia… Penso que muitos não entenderiam o que imaginei.
Muito mais importante do que um presente que proporcione o uso é oferecer um presente que provoque alguma mudança positiva nas pessoas. Mas não tive peito para isto. Ao desfazer as malas, foi deixada na estante da sala a riqueza que eu trouxera da praia: minhas pedras brancas. Fui até o tanque e as lavei para tirar o que sobrou de areia. Depois, coloquei-as em um vidro e completei com água juntamente com um produto para deixá-las mais claras. Minha tristeza foi não conseguir fazer como havia planejado, faltou-me coragem; e, por isto, eu as deixarei à espera de pessoas que valorizem as pequenas coisas.
Essas pedrinhas são muito preciosas para estarem nas mãos de pessoas que não as valorizem. Escolhi entregá-las à medida que forem sendo pedidas. Sei que muitos daqueles, para os quais peguei as pedras, irão pedi-las. Posso ter feito mau juízo de alguns, mas cada um dos que me pedir, irá me trazer uma alegria para o coração. Saberei então que estamos sintonizados na mesma rádio. Será um prazer poder dividi-las.
Beto, o Livreiro dos Araçás (Estante Virtual)
E-mail: livreirodosaracas@hotmail.com
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Nossa! Peço sua permissão para retransmitir este texto (com os devidos créditos, é lógico) e tentar fazer o mesmo que fez!
Fátima
É um grande prazer receber a sua visita. Pode usar o texto, pois além de espalhar uma mensagem maravilhosa, ainda estará me ajudando a propagar o blog. Volte sempre!
Beijos,
Lu
Você ainda tem as pedras da Gratidão? 🙂
Fátima
Tenho sim, são guardadas com muito carinho.
Beijos,
Lu
Fátima
Eu achei uma pedrinha branca dentro de uma bola de gude.
Que depoimento lindo Beto, eu o encontrei por acaso procurando algo sobre pedrinhas da gratidão no google. Faço diariamente a terapia da gratidão que conheci no facebook e posso dizer que é uma coisa maravilhosa, que DEUS colocou na minha vida, em um momento em que me sentia meio sem rumo. À partir da página conheci o livro O SEGREDO que fala muito sobre sermos gratos. Talvez seja esse que você tenha lido, se não foi vale a pena. Um grande abraço e fique com DEUS.
INÊS (Campinas-sp)
Inês
É verdadeiro tudo o que você acaba de escrever.
Acredito piamente no poder da gratidão que tanto faz bem ao coração do emissor quanto no do receptor, gerando uma corrente de amor que inunda todo o universo.
Tenho comigo a pedrinha branca enviada pelo Beto.
Obrigada pela visita ao blog.
Temos mais artigos sobre o assunto, no ÍNDICE GERAL.
Abraços,
Lu
Recebi uma dessas, ao comprar um livro no Livreiro dos Araçás. Fui pesquisar o significado e cheguei nesta página. Não poderia ir embora sem antes deixar esta mensagem. Foi um momento muito oportuno, uma mensagem forte.
Obrigado,
Leandro
Beto, você tem toda a razão quando diz que algumas pessoas não iriam entender, pois o materialismo ainda fala alto no coração das pessoas. Mas gostei muito de sua sugestão. Não vou lhe pedir para me enviar uma porque irá ficar muito oneroso para você.
Abraços
Moacyr
Isso mesmo Moacyr, obrigado pelo contato
É engraçado que eu também apanho pedrinhas brancas na praia e tenho a minha mesinha de cabeceira cheio delas, brancas porque é a cor da paz. Gostaria de receber uma dessas pedrinha, mas moro no Porto(Portugal).
Abraços
Rui Sofia
Beto
Que depoimento mais tocante.
Quanta sensibilidade!
Vê-se que você é uma pessoa do bem, como diz minha amiguinha Gabi.
Fiquei emocionada com a história de suas “pedras preciosas”.
Que lembrança linda.
Eu quero uma pedrinha dessas.
Vou guardá-la com muito carinho.
Qual é o nome do livro a que se refere no texto? Ainda se lembra?
É um prazer tê-lo conosco!
Um grande abraço,
Lu
Olá Lu, obrigado pelo post. Então, já faz tanto tempo, nem me lembro o nome do livro. Se eu conseguir lembrar voltarei. Abraço! Ótimo dia.