Boucher – A ODALISCA LOIRA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês François Boucher (1703 –1770) é tido como um dos mais importantes artistas do estilo Rococó na França. Dentre as influências recebidas estão as de seu mestre François Lemoyne, as Antoine Watteau e as de Peter Paul Rubens. Na Itália também aprendeu muito com os artistas da época. Suas obras decorativas primam, sobretudo, pelos temas sociais ou mitológicos. Gostava de retratar, através de suas pinturas eróticas, a elegância dos ambientes requintados de sua época. Foi o principal pintor da corte francesa do rei Luís XV e o principal desenhador das porcelanas reais. Possuía uma técnica virtuosa e refinada, sendo muito popular na corte francesa – pintor favorito de Madame de Pompadour, famosa amante do rei. Sua carreira profissional foi muito bem sucedida.

A composição A Odalisca Loura – também conhecida como Mulher Nua ou ainda Nu num Sofá – é uma das famosas obras do artista. Para esta pintura, segundo alguns, ele tomou como modelo uma jovem irlandesa (Marie-Louise O’Murphy) que foi por um tempo a amante preferida do rei francês Luís XV. Outros estudiosos, no entanto, dizem se tratar de outra cortesã, o que não vem ao caso. Este tipo de pose era um dos preferidos do pintor, sendo que quadros como este eram bastante requisitados para ornamentar os ricos aposentos particulares da nobreza.

A moça encontra-se numa postura provocativa, reclinada sobre um sofá (ou seria cama?), mas não se trata aqui de uma mulher exuberante. A delicadeza das cores usadas na pintura e o rosto terno da garota tornam-na aparentemente irreal. Apesar de encontrar-se nua, de costas para cima, ela também parece meiga e absorta em seus pensamentos. Segura uma fita azul que aparentemente prende seus cabelos loiros e desce pelo ombro direito, quase tocando o sofá que, em desordem, pode esconder um convite disfarçado. No piso encontram-se um objeto de bronze, uma almofada, um fino lenço e uma flor.

François Bouchet não recebia apenas elogios em sua arte, pois críticos como o filósofo Diderot não aceitavam a sua maneira de retratar seus nus, sob a alegação de que deveriam ser apresentados dentro de um contexto mitológico ou alegórico, remetendo à beleza clássica. Achavam-no um imoral por representar “crianças-mulheres” em posturas provocantes, sendo muitas delas menores de idade.

Ficha técnica
Ano: 1752
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 59 x 73 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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