Autoria de Lu Dias Carvalho
O gravador, desenhista e pintor francês François Boucher (1703 – 1770) era filho de um artista que criava padrões para bordados e ornamentos. Iniciou sua vida artística ainda muito jovem, como aprendiz de Fraçois Lemoyne, onde ficou por um breve tempo, vindo depois a trabalhar para Jean François Cars, um gravador de cobre. Aos 20 anos de idade recebeu o “Grand Prix de Rome” que era um incentivo aos novos artistas.
A composição intitulada Alegoria da Música é uma obra do artista, tido como sucessor de Watteau na pintura de temas galantes. Embora François Boucher fosse dono de um repertório vasto, tinha predileção pelos temas mitológicos e alegóricos. Em suas pinturas sempre aparecia uma jovem e bela mulher pousando sensualmente. Ele retratava, muitas vezes, o requinte dos ambientes luxuosos, sendo por isso criticado pela burguesia progressista.
A cena mostra uma jovem em cima de uma imensa nuvem, sentada de perfil, com a cabeça voltada para a esquerda, onde se veem dois querubins. Seus cabelos dourados, presos, deixam à vista seu esguio pescoço. Ela veste uma túnica branca que deixa a descoberto o seio esquerdo e, sobre ela, um manto azul. Entre suas alvas pernas está um manto vermelho que se espalha à sua esquerda e sobre o qual descansam um livro de pautas, duas rosas e um casal de pombas.
Instrumentos musicais e um livro de pautas são os atributos da mulher e encontram-se em torno dela. Os dois pequenos anjos nus dirigem-se à jovem. Um deles segura uma flauta doce na mão esquerda e uma coroa de louros na direita. Uma pomba branca parece pousar no ombro da jovem, próxima ao braço do anjo. Outro anjo brinca com as cordas da lira que a jovem mulher segura. O casal de pombos, próximo ao livro de pautas, encontra-se de costas para o pequeno grupo.
Ficha técnica
Ano: 1764
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 103,5 x 130 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA
Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
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