Boucher – MULHER NUA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Boucher possui todos os talentos que um pintor pode ter e é bem sucedido em todos os níveis. Nenhum pintor dos dias é capaz de igualá-lo quanto à graciosidade, mas ele pinta por dinheiro e isso corrompe seu talento. (Diderot)

O gravador, desenhista e pintor rococó francês François Boucher (1703 – 1770) era filho de um artista que criava padrões para bordados e ornamentos. Iniciou sua vida artística ainda muito jovem, como aprendiz de Fraçois Lemoyne, com quem ficou por um breve tempo, vindo depois a trabalhar para Jean François Cars, um gravador de cobre. Aos 20 anos de idade recebeu o “Grand Prix de Rome” – um incentivo aos novos artistas.

A composição intitulada Mulher Nua – também conhecida como A Odalisca Loura ou Rapariga em Repouso ou ainda Nu num Sofá – é uma das famosas obras do artista. Para esta pintura, segundo alguns, ele tomou como modelo uma jovem irlandesa (Marie-Louise O’Murphy) que foi, por um tempo, a amante preferida do rei francês Luís XV. Outros estudiosos, no entanto, dizem se tratar de outra cortesã, o que para nós não vem ao caso. Este tipo de pose era um dos preferidos do pintor, sendo que quadros como este eram bastante requisitados para ornamentar os ricos aposentos particulares da nobreza.

A garota encontra-se num ambiente luxuoso, em meio a pesadas cortinas de veludo e roupa de cama de seda. À esquerda, no chão, vê-se um braseiro fumegante próximo a uma almofada com fitas. Ela se mostra numa postura provocativa, reclinada sobre um sofá (chaise-longue), mas não se trata aqui de uma mulher exuberante. A delicadeza das cores usadas na pintura e o rosto terno da garota tornam-na aparentemente irreal. Apesar de encontrar-se nua, de costas para cima, a garota mostra-se meiga e absorta em seus pensamentos.  Segura uma fita azul que aparentemente prende seus cabelos loiros e desce pelo ombro direito, quase tocando o sofá que, em desordem, pode esconder um convite disfarçado.

A retratada, apesar de encontrar-se numa pose provocante, não tem por objetivo usar o apelo sexual, mas, sim, mostrar seus atributos de garota ingênua, uma vez que ainda é uma adolescente. A posição de suas pernas abertas deixa suas nádegas bem separadas. Ela se encontra em primeiro plano, mas distante do alcance do observador, uma vez que a coloração mostra-se bastante artificial, tornando tudo irreal.

François Bouchet não recebia apenas elogios em sua arte, pois críticos, a exemplo do filósofo Diderot, não aceitavam a sua maneira de retratar seus nus que deveriam ser apresentados dentro de um contexto mitológico ou alegórico – remetendo à beleza clássica. Achavam-no um imoral por representar “crianças-mulheres” em posturas provocantes, sendo muitas delas menores de idade. Segundo pesquisas, esta pintura foi encomendada quando a garota tinha somente 14 anos, época em que o rei tornou-a sua cortesã.

Ficha técnica
Ano: c. 1752
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 59 x 73 cm              
Localização: Alte Pinakothek, Munique, Alemanha

 Fontes de Pesquisa:
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Rococó/ Editora Taschen
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.orientalist-art.org/french/boucher-omurphy-1751.html&prev=search

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *