Braque – CASAS DE L’ESTAQUE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Tudo reduz – lugares e figuras e casas – a esquemas geométricos, a cubos. (Louis Vauxcelles)

Georges Braque, ao passar o verão de 1908 em L’Estaque, sul da França, criou uma série de paisagens com edifícios em estilo cubista analítico. Ao ver tais pinturas, o marchand Daniel-Henri Kahnweiler, surpreso com sua originalidade, aceitou promover seu trabalho e o de Picasso. Nesse mesmo ano organizou uma exposição em sua própria galeria. Ali se encontrava a obra intitulada Casas de L’Estaque que foi responsável por dar nome ao estilo cubista, quando o crítico francês de arte — Louis Vauxcelles — avaliou-a negativamente e usou o nome “cubismo” no artigo que escreveu na famosa revista Gil Blas, no qual criticava Braque por criar quadros que reduziam tudo a “contornos geométricos”.

O artista apresenta em sua obra uma distribuição de volumes regulares sobre a superfície da tela. Os motivos referentes a árvores e casas — ainda possíveis de serem identificados — são reduzidos a meros elementos da linguagem visual. O conjunto de edifícios é facilmente identificável. Sua posição no espaço é indicada por superposição e mudanças de escala, contudo, a realidade mais concordante ali presente é a que diz respeito à própria pintura.

A paisagem — primeira tentativa do pintor em produzir uma nova linguagem pictórica — é dominada pelos tons verdes, terra e cinza, mostrando uma forte influência do pintor francês Paul Cézanne, cujo estilo corresponde à fase chamada de “Cubismo de Cézanne”. As casas em forma de cubos amontoam-se umas sobre as outras, como se formassem um castelo. Entre elas surgem algumas árvores, sendo que um tronco tomba em diagonal para a esquerda. Toda a tela é tomada por tais elementos. Não se vê o horizonte e nem o céu. A sombra de cada elemento dá vida a seu volume, trazendo profundidade à composição.

Com esta pintura, o artista põe fim à sua fase fauvista que durou cerca de dois anos. Viria daí um dos mais importantes movimentos da arte contemporânea, nascido da parceria entre Georges Braque e o espanhol Pablo Picasso, que daria o passo inicial com “As Senhoritas de Avignon”. Da colaboração entre os dois pintores surgiriam as bases do Cubismo que levaria aos extremos os limites da abstração.

Ficha técnica
Ano: 1908
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 73 x 59,5 cm
Localização: Museu de Arte, Berna, Suíça

Fontes de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultura
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
http://www.unesco.org/artcollection/NavigationAction.do?idOeuvre

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