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Textos sobre variados tipos de arte

O EXÉRCITO CHINÊS DE TERRACOTA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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                                   (Clique nas figuras para ampliá-las.)

Também conhecidos como os Guerreiros de Terracota, ou Guerreiros de Xian, ou ainda Exército do Imperador Quin, milhares de figuras (calcula-se que sejam mais de oito mil) em terracota foram localizadas em 1974 na cidade chinesa de Xian que foi uma das principais rotas da seda, usada por agricultores locais. É uma pena o fato de que em contato com o ar elas venham a perder sua coloração original.

É sabido que em tempos idos, quando um imperador morria, enterrava-se junto com ele os servos, eunucos, concubinas preferidas, etc. E, segundo contam, um ministro teve a ideia de fazer bonecos de terracota em tamanho natural, sob o argumento de que esses eram perenes, ideia que muito agradou o imperador que recrutou milhares de camponeses para confeccionarem 10 mil figuras.

 O nome desse imperador era Quin Shi Huangdi, primeiro imperador da China. Ele mandou preparar para si uma gigantesca necrópole subterrânea. Os Guerreiros de Terracota — enterrados em valas entre três trincheiras separadas — tinham a missão de “proteger” o reino subterrâneo imperial. O exército de terracota era tão bem elaborado que seus guerreiros tinham tamanhos diferentes, assim como uniformes e penteados, obedecendo à patente recebida. Por exemplo: enquanto um soldado de baixa patente tinha a cabeça raspada, um oficial ostentava um complexo penteado. As trincheiras foram assim encontradas:

 1ª trincheira — é a maior delas. Possui mais de 6 mil figuras de homens de infantaria, charretes e cavalos. Possivelmente trata-se do exército do imperador. Os soldados e cavalos estão postados em formação de batalha.

 2ª trincheira — contém cerca de 1.400 figuras da cavalaria e infantaria, assim como charretes.

 3ª trincheira — contém 68 figuras.  Trata-se de uma unidade de comando composta por oficiais. Há também uma carruagem de guerra puxada por 4 cavalos.

 4ª trincheira — encontrada vazia.

 Naqueles tempos, como hoje, o ser humano era imbuído pela cobiça, ainda que à beira da morte. Os arqueólogos chegaram à conclusão de que o reino do poderoso imperador não foi “protegido” por seu não tão valente exército de terracota, sendo saqueado menos de 5 anos depois de sua morte, inclusive foram levadas as lanças de bronze e espadas, assim como os arreios de metal dos cavalos.

 Na confecção das figuras foram usados oito moldes de rostos. E, para que nenhum viesse a repetir-se, conforme ordens do imperador, pequenas alterações foram feitas, antes das peças irem ao fogo. Depois de prontas, elas eram pintadas com cores fortes. O local onde se encontram os Guerreiros de Terracota é hoje um dos pontos turísticos mais visitados na China.

 Fonte de pesquisa:
Tudo sobre arte/Editora Sextante
Auroras Orientais/Granna Carvalheira

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Marcinho – UM ARTISTA DO VALE DO JEQUITINHONHA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O artista é uma pessoa que deve ter humildade ao lidar com a arte e com as pessoas. Tem que procurar observar tudo a sua volta em busca de inspiração. Precisa agradecer à mãe natureza pelo material que ela oferece para que ele desenvolva seu dom. Deve sempre agradecer ao Criador pelo dom recebido. O dom do artista nunca pode ser motivo de orgulho, mas apenas de agradecimento. (Márcio B. Silva)

Ele nasceu Márcio Barbosa Silva, mas ficou conhecido por Marcinho São Francisco pela paixão que tem em reproduzir o santo em sua arte. Veio de uma família pobre, de pais que já trabalhavam com a cerâmica, fazendo potes, panelas e tijolos que eram vendidos no meio rural. Em meio à labuta diária da família, brincava fazendo presépios. Lembra-se de que o primeiro que fez ficou com o dono da fazenda onde morava, tamanha era a belezura. Mas sua paixão mesmo residia na criação de S. Francisco de Assis.

Quando estava com os seus 13 anos, Marcinho deixou a zona rural e passou a morar em Araçuaí, numa casinha de parede e meia com Zefa, que viria a ser tornar uma das mais importantes artistas do Vale do Jequitinhonha. Ficava olhando a exímia mestra trabalhar, encantando-se com tudo que ela fazia. Depois, começou a fazer pequenas peças, escondido. Só quando Zefa dava o seu aval, dizendo que estavam boas é que mostrava para outras pessoas. Quando ela era chamada para dar oficinas, ele ia junto para ajudá-la. Amassava o barro, e ficava ensinando os meninos.

Marcinho lembra-se de que vendeu seus primeiros trabalhos quando tinha 15 anos de idade. O primeiro, intitulado A Face de Cristo, foi vendido para uma alemã; o segundo, chamado Senhor dos Passos, foi comprado por um austríaco. Os dois estrangeiros encantaram-se com o trabalho do menino pobre do Vale do Jequitinhonha. A partir daí, com o reconhecimento de seu talento, não parou mais. Quando Zefa foi convidada para uma exposição em S. Paulo, levou junto consigo um trabalho dele que foi muito bem vendido. Isso lhe deu grande ânimo para continuar naquela profissão. Em sua mente vinha sempre o pensamento: “Eu tenho um dom dado por Deus e preciso usá-lo!”.

A vida do artista não foi fácil, apesar de carregar tão belo dom. Houve época em que passou muita necessidade, pois seu trabalho não era valorizado no Vale do Jequitinhonha e ele não tinha meios para viajar para fora dali. Sentia-se também muito humilhado, quando via a o tratamento que era dado aos artistas de fora, e não havia valorização para os da cidade de Araçuaí. Chegou até a pensar em abandonar sua arte.

A valorização da arte chegou ao Vale do Jequitinhonha com o apoio do bispo Dom Serafim e do Dr. Mesquita, diretor do Projeto Rondon Pacheco. O Sr. Luís Sapateiro, artesão hoje aposentado, primeiro presidente da Associação dos Artesãos de Araçuaí, também trabalhou muito em prol dos artistas da cidade. Segundo Marcinho, o número de artistas do Vale do Jequitinhonha tem diminuído. Muitos vão embora para outros centros, em busca de recursos, outros vão para o exterior e alguns abandonam sua arte.

Marcinho S. Francisco conta que entrou para a Associação dos Artesãos de sua cidade aos 18 anos de idade. Passou a ser convidado para dar oficinas em vários locais, inclusive em S. Paulo e Goiânia. Nem sempre contou com o apoio da prefeitura local ou do Estado. Continua contribuindo com a arte, além de ter ensinado muitos alunos. Através de suas mãos têm passado grandes talentos.

A dificuldade na venda dos trabalhos continua, por viver longe dos grandes centros, onde a valorização da arte é outra. É comum ficar até três meses sem vender uma peça. Normalmente são os turistas que compram, quando ali vão. Vale-se das reformas que faz em peças e igrejas. Seu trabalho é comparado ao do Aleijadinho. Nas suas esculturas estão presentes traços do estilo Rococó e do Barroco.

O artista lembra com lágrimas nos olhos de uma passagem de sua vida: ao visitar o Palácio das Artes, em Belo Horizonte, viu um quadro em alto relevo e ficou apaixonado. Não conseguia despregar os olhos da obra. Frei Chico, antigo vigário de sua cidade, perguntou-lhe se era capaz de fazer quatro quadros, em alto relevo, para a capela de Citrolândia, em Betim, Minas Gerais.  Ele não apenas fez os quadros pedidos, como acabou fazendo oito esculturas.

Marcinho tanto trabalha com argila como madeira. O trabalho de escultura é mais vendido para igrejas, colecionadores e antiquários. Quando lhe perguntei sobre seu processo criativo ele me explicou:

– Deito e fico pensando… Muitas vezes, eu sonho com uma ideia nova. Também observo muito a natureza, pois, ela me oferece muita inspiração. Olho também o movimento das nuvens. Algumas vezes, quando estou sem inspiração, começo a trabalhar numa peça, e a mão de Deus parece ir dando forma a ela. Quando menos espero ela está pronta… e muito bonita.

Marcinho é escultor, ceramista e entalhador. Possui peças expostas em museus dos Estados Unidos, França, Alemanha, Áustria, no Memorial da América Latina, no Rio de Janeiro e, em outras partes do mundo, levadas por turistas estrangeiros. O talento nunca lhe subiu à cabeça. É uma pessoa simples, acolhedora, cativante no falar e que demonstra um grande amor pela poesia. Eu diria que o seu apelido de Marcinho São Francisco caiu-lhe como uma luva, pois se vê que é mesmo um discípulo do santo em sua humildade.

Tive o prazer de acompanhar Marcinho na criação de uma das suas mais recentes obras: um grupo de “tambozeiros”, feito em cerâmica. Haja talento e criatividade! Bendito seja!

Contatos com o artista:

  • Rua Goiás, 408 – Alto do Santuário – Araçuaí/ MG
  • Av. Luiz Gonzaga Pereira, 948 – Itatiaia – Araçuaí/ MG
  • Facebook – Orkut e e-mail: marcinhoartesao@hotmail.com
  • Fones: (33) 9916-4365 / 9904-1789 / Associação: (33) 3731-1643

Fotos de Moacyr Praxedes

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LIVRO DAS HORAS – MANUSCRITOS ILUMINADOS

Autoria de Lu Dias CarvalhoNa Idade Medieval, os livros – objetos raríssimos – recebiam belíssimas ilustrações pintadas com cores fortes, feitas com detalhes delicadíssimos em razão do tamanho dessas.  Elas se referiam aos mais diferentes temas, indo das passagens bíblicas às cenas do cotidiano. Dentre os ilustradores, três nomes alcançaram uma fama que vem se estendendo ao longo dos séculos: os irmãos holandeses Johan, Paul e Herman Limbourg. Em meio às suas famosas obras encontra-se um “livro de horas” que à época era uma espécie de livro de orações, muito apreciado pelos ricos. Além das preces relacionadas às horas litúrgicas, havia uma calendário referente às estações do ano.

 As pinturas acima fazem parte de um manuscrito de fino pergaminho de pelica, intitulado As Mui Ricas Horas do Duque de Berry, ricamente decorado e iluminado pelos irmãos Limbourg, tendo sido  pintadas no início do século XV (1410). Elas aludem ao meses do ano, começando pelo mês de janeiro (primeira gravura à esquerda). As diferenças sociais ficam bem visíveis no conjunto da obra, pois enquanto os camponeses trabalham, os nobres divertem-se.

O volume de As Horas Mui Ricas foi encomendado por Juan de França, Duque de Berry, tio do rei da França, que exigiu que a obra fosse ricamente ilustrada. O texto das orações  tornou-se  insignificante diante da riqueza e da beleza das ilustrações. O livro contém – como todo livro de horas – orações a serem ditas a cada hora canônica do dia. Provavelmente é o mais importante Livro de Horas do século XV, conhecido como “lê roi dês manuscrits enluminés” (o rei dos manuscritos iluminados).

Curiosidades:

  • Livro de Horas é um tipo de manuscrito iluminado comum à Idade Média. Cada livro contém uma coleção de textos, orações e salmos, acompanhados de ilustrações apropriadas para fazer referência à devoção cristã. Em sua forma original o Livro de Horas servia como conteúdo de leitura litúrgica para determinados horários do dia. Tais livros estão entre os manuscritos medievais mais belos e ricamente ilustrados.
  • Um manuscrito (do latim manu = mãos e scriptus = escrever) é um documento escrito ou copiado à mão sobre um suporte físico (p. ex., pergaminho ou papel), utilizando um instrumento (pena, cálamo, lápis, caneta, esferográfica, etc.) e um meio (tinta). O termo manuscrito também é usado para o texto original de um autor (escritor, poeta, ensaísta, etc.), em oposição ao texto revisto ou editado posteriormente por outras pessoas que não o autor.
  • Iluminura ou miniatura é um tipo de pintura decorativa, frequentemente aplicada às letras capitulares no início dos capítulos dos códices de pergaminho medievais. O termo se aplica igualmente ao conjunto de elementos decorativos e representações imagéticas executadas nos manuscritos, produzidos principalmente nos conventos e abadias da Idade Média. No século XIII, “iluminura” referia-se, sobretudo, ao uso de douração e, portanto, um manuscrito iluminado seria, no sentido estrito, aquele decorado com ouro ou prata.
  • As Horas Canônicas (em latim: Divinum Officium) são antigas divisões do tempo, desenvolvidas pelo Cristianismo, que serviam como diretrizes para as orações a serem feitas durante o dia. Um Livro das Horas continha as horas canônicas.
  • No contexto da tipografia, uma letra capitular ou letra capital é uma letra no início da obra, de um capítulo ou de um parágrafo, de maior dimensão que o restante corpo do texto. Em manuscritos ou livros antigos, a letra capital é muitas vezes profusamente decorada e chega a ocupar várias linhas do corpo do texto. Em manuscritos iluminados, as letras capitulares que contêm imagens são designadas por letras ornamentadas.
  • Em sentido estrito, fólio é uma folha de papiro, pergaminho ou papel resultante da dobragem ao meio de uma folha maior, inteira: um bifólio. Generalizou-se, contudo, o termo fólio para designar as unidades de qualquer dimensão de um caderno manuscrito. Assim, enquanto os pares de páginas dos livros manuscritos constituem os seus fólios, já os dos livros impressos são as suas folhas.
  • As Mui Ricas Horas do Duque de Berry é um livro composto por 512 páginas, das quais aproximadamente a metade são páginas (fólios) inteiras de miniaturas que estão entre o que há de mais expressivo do gótico internacional, não obstante seu reduzido tamanho. Há trezentas letras capitais decoradas. Possui 206 fólios, dos quais mais da metade são ilustrações de página inteira em um formato de 21 centímetros de largura por 29 centímetros de altura. O livro demandou quase um século de dedicação, conduzidos em três diferentes momentos, pois ficou inacabado com a morte do duque e dos Irmãos Limbourg. Atualmente encontra-se no Château de Chantilly, na França.

Fontes de Pesquisa:
Los secretos de las obras de arte/ Taschen
História da arte ocidental/ Editora Rideel
Wikipédia

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O HOMEM UNIVERSAL

Autoria de Lu Dias Carvalho teo12

Beleza é a adaptação de todas as partes proporcionalmente, de modo que não se pode adicionar ou subtrair ou alterar, sem prejudicar a harmonia do todo.

O italiano Leon Battista Alberti (1404 – 1472) foi uma das figuras maiores da Renascença italiana. Embora hoje seja conhecido principalmente como arquiteto, também foi pintor, escultor, compositor, autor, poeta, dramaturgo, matemático, humanista e filósofo.   Pela sua cultura e versatilidade, tem o seu nome associado ao do grande Leonardo da Vinci, outro gênio do Renascimento.

Alberti definia a pintura como “uma projeção de linhas e cores numa superfície”, e insistia para que os artistas tivessem conhecimento da poesia e da retórica, assim como certa dose de cultura geral, de modo a retratar os seus temas com propriedade.

Esse homem universal elevou a arte, até então tida como mero artesanato, ao nível de uma ciência, dando a ela uma abordagem humanista. Além de seus textos teóricos sobre como pintar e das profundas explicações sobre perspectiva, ensinava nos seus tratados os critérios próprios para avaliar uma pintura ou qualquer outra arte. Para ele “a beleza é uma espécie de harmonia e acordo entre todas as partes” e estas devem formar um todo, “de acordo com certa ordem, como a do princípio da simetria, a lei mais importante e mais perfeita da natureza”.

As principais ideias de Leon Batistta Alberti referem-se ao traçado dos contornos, a estruturação da composição e o uso da cor. Para ele, somente a harmonização desses três elementos poderia conduzir a um bom resultado. Uma de suas célebres frases foi:

 Uma obra está completa quando nada pode ser acrescentado, retirado ou alterado, a não ser para pior.

Ensinava Alberti que as várias partes do corpo devem corresponder entre si em tamanho, caráter, propósito e outras qualidades, pois, “se numa imagem a cabeça é muito grande, o tronco pequeno, as mãos largas, os pés e o corpo inchados, a composição seria decerto feia”. Compara o quadro a “uma janela aberta para o mundo”, afirma que “a perspectiva nos mostra o mundo tal como Deus o fez” e complementa: “fixo o ponto de vista onde eu quiser”. Ao mostrar o homem como princípio de ordem do mundo, expõe sua visão humanista.

No tratado de arquitetura de Alberti, publicado por volta de 1450, ele aborda a questão das proporções harmoniosas aplicadas aos edifícios, que toma como premissa o fato de que a beleza é o resultado da harmonização de todas as partes num todo unificado. Dando ênfase ao princípio da proporção, em que cada parte deve ser unificada e independente, e, ao mesmo tempo, encerrar a harmonia do conjunto.

Leon Battista Alberti personificou o ideal renascentista do «uomo universale», ou seja, o letrado humanista capaz em numerosos campos de atividade.

Fontes de pesquisa:
1000 Obras-Primas da Pintura Européia
Wikipédia
Ciência Viva

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O PAI DA HISTÓRIA DA ARTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O italiano Giorgio Vasari (1511 – 1574) é de grande importância para a história da arte, sobretudo pela extensa coleção de biografias de artistas italianos legada à humanidade. Ainda bem jovem tornou-se aluno de Guglielmo da Marsiglia, um talentoso pintor de vitrais. Teve educação humanista e, ao conhecer Michelangelo, foi bastante influenciado por seu estilo.

As Vidas dos Mais Excelentes Pintores, Escultores e Arquitetos, também conhecida como As Vidas, é uma importante coletânea de materiais coletados por Vasari nas mais diversas fontes. Sua obra comporta três volumes e apresenta, em ordem cronológica, as biografias de inúmeros artistas italianos que vão desde a Idade Média ao século XVI. A primeira edição foi publicada em 1550 e começa com a biografia de Cimabue (1240 – 1302), artista muito influenciado pela arte bizantina. O termo Gótico foi, pela primeira vez, impresso em seu livro.

Ainda que investigações mais recentes tenham demonstrado que a obra de Giorgio Vasari concentra muitos erros e imprecisões, mostrando-se cheia de material inventado e insinuações literárias, a sua importância é grande no campo das artes, principalmente pelo fato de ser uma fonte inesgotável e única para os historiadores de arte contemporâneos e simples apreciadores das belas artes.

As Vidas, obra de Giorgio Vasari, traz informações valiosas que, se não fosse pelo trabalho do autor, estariam perdidas para sempre no tempo. Alguns fatos apresentados pelo autor em sua obra:

  • Cimabue foi o primeiro artista a pintar sobre madeira;
  • Masaccio era um homem modesto, amigável, pacífico e reflexivo. Para ele, roupas, comida e outros bens terrenos eram indiferentes;
  • Donatello recusou uma valiosa peça de roupa oferecida pelos Médici, sob o pretexto de que seus trapos eram mais confortáveis;
  • Fra Angelico nunca ergueu um pincel sem primeiro dizer uma prece. Não conseguia pintar a crucificação sem derramar lágrimas;
  • Pontormo era um solitário que virou as costas à sociedade e, segundo Vasari, foi essa a causa de suas obras não terem sido compreendidas pelos seus contemporâneos.

Giorgio Vasari é o primeiro na história da arte a fazer uma análise acadêmica dos estilos de diferentes mestres. Os seus critérios de avaliação são a iventione (invenção ou originalidade) e o disegno (desenho e linha). Para ele, tais elementos eram considerados como “mãe” e “pai” de toda arte. E, segundo ele, o seu conterrâneo Miguel Ângelo atingiu o grau máximo de perfeição e parecia ter sido enviado diretamente por Deus para Florença.

Além de ter sido um notável escritor na teoria da arte, Vasari foi também notável como pintor, projetista e arquiteto. Segundo seu entendimento do progresso histórico, a idade do ouro correspondia à Antiguidade; a Idade Média ao declínio; a arte do Renascimento à ressurreição, a partir do século XIV. Ele estudou a história da arte italiana desde a Antiguidade até os seus dias.

Nota: Autorretrato/1567 e a capa de “As Vidas dos Artistas” (“Vite”)

Fonte de pesquisa:
1000 obras primas da pintura europeia/ Könemann

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