Autoria de Lu Dias Carvalho
Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não haveria pobreza no mundo e ninguém morreria de fome. (Gandhi)
Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição. (Gandhi)
Se já desfrutamos de certo objeto ou se dele fazemos pouco caso, permitamos então que ele faça um novo caminho, sem medo ou desculpa. Pouco importa quem nos deu, ou se foi herança de família, ou por quanto tempo nós o temos, pois ele ficará um dia para trás, quer queiramos ou não, quando deste planeta nós nos ausentarmos. E para quem não sabe, segundo a filosofia milenar do Feng Shui, podemos ser afetados negativamente, ao fazer associações pessoais com os objetos, pois esses emitem energia, poluindo não apenas a nossa mente, como o ambiente em que vivemos.
Quando alguém morre na família, nada mais sábio e humano do que doar as suas roupas e objetos pessoais para quem esteja precisando. Os mortos não necessitam de coisas materiais. Tampouco devemos vender objetos usados e de pouco valor, pois o preço insignificante que acharemos por eles jamais compensará os fluidos positivos que o beneficiado enviará ao doador. Quanto mais doamos, mais recebemos, pois toda ação enseja uma reação. Sem falar que toda avareza é atraso de vida, é doença crônica da alma, é um nítido raio-X da mesquinhez da vida interior da pessoa.
Doar o que se tem em excesso ou aquilo que não mais é usado não é uma ode ao consumismo, mas uma forma de descarregar os fardos, quer sejam eles espirituais ou materiais. O entulho que é feito em nosso lar ou em nosso escritório é tão oneroso para a nossa saúde, quanto o que é feito em nossa mente. Sem falar que nada pode ser tão prazeroso, como saber que algo que nos serviu, pode servir a outrem, deixando espaço livre para uma nova aquisição, se necessária. Nossa casa é um altar onde habita o nosso corpo. E este altar não pode estar tão acumulado de velharias de modo a impedir que as graças do absoluto por ele fluam. Isso sem falar que toda desordem material é um reflexo da desordem mental. Também precisamos ensinar nossas crianças a desfazerem-se dos brinquedos e roupas que não mais usam.
O Feng Shui ensina que, após dois anos sem usarmos uma determinada coisa, provavelmente nunca a usaremos, e o melhor a fazer será nos despojarmos dela, livrando-nos de uma energia parada, estagnada num canto qualquer, que some serve de atraso para a nossa vida. Pelo menos os antigos egípcios, ao acumular riquezas, acreditavam que as levavam consigo após a morte, para desfrutarem numa outra vida. Mas nós, em pleno século XXI, sabemos que deste planeta nada levaremos, a não ser o bem que aqui fizermos.
Sem dúvida alguma, uma das piores formas de apego é aquele voltado para as coisas materiais. A pessoa vê-se refém de objetos inanimados, como se esses fizessem parte de seu corpo, ou como se os divinizasse. Tal atitude doentia impede que ela se desfaça de coisas já sem uso, de modo que possam servir a outrem (Há tantos bazares com a finalidade de ajudar os desprovidos). Na verdade, somos apenas zeladores temporários dos objetos que passam pela nossa vida. A matéria nada mais é que energia em transição. Mal e mal somos donos de nosso corpo, sujeito às doenças e às armadilhas do tempo. O espírito pode ser indestrutível, mas a parte humana é comprovadamente transitória.
Aproveite um fim de semana ou feriado, ou até mesmo suas férias, e livre-se de um monte de bugigangas que entulham seu guarda-roupa, seus armários, sua casa – sua vida. Deixe espaço para que a energia positiva possa fluir intensamente. Deixe que as coisas cheguem e partam na mais perfeita naturalidade, assim como acontece com todos os seres vivos. E harmoniosa será a sua a existência. É preciso aprender a viver com leveza, adotando a filosofia de que “menos é sempre mais”.
Nota: assistam ao programa (TV fechada) denominado ACUMULADORES COMPULSIVOS.
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