Arquivo da categoria: Escultura

Apresentação de esculturas (entalhe na madeira, modelagem no barro, cinzelagem da pedra, fundição do metal, etc) dos tempos antigos.

AFRODITE OU VÊNUS DE CNIDO

Autoria de Lu Dias Carvalho

                          

A escultura de mármore acima, conhecida como Afrodite ou Vênus de Cnido, é uma cópia da obra-prima da maturidade de Praxíteles, tido como um dos mais renomados escultores da Grécia Antiga. Muitas obras do artista que viveu na Antiguidade, tornaram-se conhecidas através de cópias e variantes, feitas por escultores romanos, como é o caso desta.

A obra-prima de Praxíteles é possivelmente a mais famosa e a mais reproduzida, sendo uma das primeiras representações de uma deusa totalmente nua. Inclusive foi cunhada em moedas pelos habitantes de Cnido nos últimos tempos do Império Romano. A modelo foi Mnesarete, uma prostituta refinada e dona de uma indescritível beleza, também conhecida como Friné ou Frineia, que inspirou inúmeros artistas. A peça original foi criada em cerca de 350 a.C.

Aqui Vênus (ou Afrodite), a deusa da beleza e do amor, é mostrada nua, em atitude íntima, no momento em que sai (ou entra) do banho. Encontra-se de pé, apoiada na perna esquerda, com o joelho direito levemente curvado. Ela traz sua vestimenta na mão esquerda, resvalando-se sobre uma ânfora com água, enquanto leva a direita na altura da região pubiana, como indicativo, não de vergonha, mas de sua fertilidade. Seu olhar “úmido”, como se estivesse cheio de líquido, era muito apreciado pelos antigos.

Esta peça, pertencente ao Vaticano, teve o seu pescoço restaurado, assim como o braço esquerdo e o antebraço direito. Um restaurador da Contra-Reforma agregou a ela um drapejamento de chumbo pintado de branco, para cobrir parcialmente sua nudez, mas esse foi removido antes da escultura ser exibida pelo Vaticano. A cabeça de Vênus, embora seja uma cópia da Vênus de Cnido, não pertencia ao corpo da estátua.

Nota: a escultura original desapareceu durante um incêndio, na rebelião de Nika, em Constantinopla, no ano de 532, mas suas cópias foram preservadas. A réplica acima é, provavelmente, a mais fiel da estátua criada por Praxíteles.

Ficha técnica
Ano: séculos I e II d.C.
Altura: 206 cm
Localização: Museus do Vaticano, Roma, Itália

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://penelope.uchicago.edu/~grout/encyclopaedia_romana/greece/hetairai/aphrodite.html

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A GRANDE ESFINGE DE TÂNIS

Autoria de Lu Dias Carvalho

Segundo a mitologia, a esfinge, ser mítico criado pelos antigos egípcios, era normalmente representada como tendo o corpo de um leão reclinado, que podia ser alado ou não, e cabeça humana, normalmente de um faraó. Era um símbolo da realeza, pois essa deveria possuir a força e o poder do leão, e também era uma alusão à vida após a morte, como mostra a presença de inúmeras esfinges encontradas em túmulos.

Esse ser fabuloso esteve presente na Antiguidade, principalmente na arquitetura do Egito dos faraós, servindo de guarda de santuários e túmulos, e também na mitologia da Grécia antiga, possuindo, tal ser fantástico, rosto e busto feminino, corpo de leão, asas e caudas de dragão. Também foi representada com cabeça de leão e corpo de falcão. Como figura de linguagem, usada na língua portuguesa, a palavra “esfinge” refere-se a uma pessoa extremamente calada ou misteriosa.

A Esfinge de Tânis, descoberta em 1825, na cidade de Tânis, no Egito, é uma escultura que tem a forma da esfinge egípcia, ou seja, corpo de leão e cara de faraó. Estudos arqueológicos, baseados em certos detalhes da obra, supõem que ela seja anterior ao Reino Antigo (cerca de 2600 anos aC.). Está entre as maiores esfinges que se encontram hoje fora do Egito. Foi esculpida em granito vermelho e possui detalhes muito bem feitos e superfícies polidas. A posição do leão é parecida com a de um felino prestes a pular para agarrar sua presa.

Ficha técnica
Ano: durante a IV ou V Dinastia

Altura: 183 cm
Comprimento: 480 cm
Diâmetro: 154 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

http://www.louvre.fr/en/oeuvre-notices/great-sphinx-tanis

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ARIADNE ADORMECIDA

Autoria de Lu Dias Carvalho

       

Esta colossal escultura em mármore, conhecida como Ariadne Adormecida, e antes julgada como sendo Cleópatra, por usar um bracelete em forma de cobra no braço esquerdo, é uma cópia romana da obra criada no período helenístico médio (III e II século a.C.). É tida como uma das esculturas mais notáveis da Antiguidade, sendo sua origem desconhecida. A sua identificação como Ariadne deu-se em razão de ornatos semelhantes identificados em gemas esculpidas, relevos em sarcófagos, etc. Segundo a mitologia grega, Ariadne era a princesa de Creta, filha do rei Minos e da rainha Parsífae. Ela se tornou-se conhecida por ter se apaixonado pelo herói Teseu e por ter se casado com Dionísio, o deus do vinho e das festas.

A escultura representa uma passagem do mito de Ariadne, quando essa é abandonada na ilha de Naxus por seu amante Teseu, enquanto ela dormia. O herói matou o Minotauro graças à ajuda da princesa, mas ainda assim o ingrato deixa-a para trás. Ariadne e Dionísio encontram-se na ilha em questão, apaixonam-se e casam-se.

A princesa cretense encontra-se reclinada sobre um leito de pedra, parecido com um divã, enquanto dorme, embora sua posição seja extremamente desconfortável para dormir. Ela traz a cabeça recostada na mão esquerda, contornando-a com o braço direito. Suas pernas estendidas estão cruzadas, com a direita sobre a esquerda. A cama de pedra, a mão direita e parte do rosto da escultura foram restauradas. Existem outras cópias romanas da obra, inclusive em tamanhos reduzidos, em outros museus. Presume-se que esta seja a única estátua da antiguidade com pestanas.

Ficha técnica
Ano: séculos I e II d.C.
Altura: 160 cm
Localização: Museus do Vaticano, Roma, Itália

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://eyelashesinhistory.com/sleeping_ariadne.html

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ESTÁTUA DO CHANCELER NAKHTI

Autoria de Lu Dias Carvalho

O Louvre possui cerca de 50.000 peças da arte egípcia. Dentre elas encontra-se a Estátua do Chanceler Nakhti, em tamanho natural, criada a partir de um único tronco de acácia. É tida como uma das mais extraordinárias peças de escultura na madeira, preservadas do Médio Império no Egito, que se iniciou por volta do ano 2000 a.C., sendo referente ao início da XII Dinastia. Esse período foi muito importante para o desenvolvimento das artes.

A Estátua do Chanceler Nakhti, em rígida postura frontal, ainda guarda vestígios de sua pintura original e encontra-se quase que inteiramente revestida de tinta vermelha. O chanceler é dono de uma silhueta delgada, embora tenha ombros fortes, reforçados pelas clavículas. Sua cabeça é oval, e o nariz não apresenta os orifícios relativos às narinas. Possui cabelos curtos e sobrancelhas bem delineadas. Seus braços descem retos ao longo do corpo. A mão esquerda encontra-se fechada no formato de punho, enquanto a direita traz o dedo polegar oculto, como se consertasse a vestimenta, o que dá um toque de naturalismo à peça.  A perna esquerda encontra-se à frente da direita, como se o personagem estivesse caminhando.

Esta estátua, cujos pés encontram-se unidos à base, foi encontrada por arqueólogos franceses, em 1903, na tumba do Chanceler Nakhti. Essa tumba havia escapado aos saqueadores.

Ficha técnica
Ano: c. 1900 aC.
Altura: 178 cm
Largura: 49 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.louvre.fr/en/oeuvre-notices/large-statue-chancellor-nakhti

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VÊNUS BANHANDO-SE

Autoria de Lu Dias Carvalho

A escultura de mármore denominada Vênus Banhando-se ou Afrodite de Doidalses é uma cópia romana de um original helenístico segundo Doidalses, um escultor de Bitínia, que viveu no século III a.C.. Alguns estudiosos modernos, no entanto, não estão certos da existência de tal artista, atribuindo a obra a um escultor anônimo.

Segundo estudos, o original perdido era feito em bronze, sendo visto em Roma na época de Plínio, que em seus escritos relata sua presença no pórtico de Otávia. Muitas cópias romanas encontradas são tidas como derivadas de Vênus Agachada, diferindo muito umas das outras, o que impede de se ter certeza de como era o original.

Vênus (ou Afrodite), a deusa do amor, é representada de cócoras, durante seu banho. Há também a interpretação de que a deusa recatada esteja a proteger-se na presença de um observador, com seus braços suavemente dobrados em torno do próprio corpo. Ela vira a cabeça delicadamente para sua direita, inclinando-a para baixo, tapa os seios com o braço direito e sua genitália com a mão esquerda. Seus cabelos, maravilhosamente esculpidos, têm a forma de um coque no alto da cabeça.

Ficha técnica
Segundo um original do século III a.C.
Altura: 82 cm
Localização: Museus do Vaticano, Roma, Itália

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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VITÓRIA DE SAMOTRÁCIA

Autoria de Lu Dias Carvalho

          

A estátua, feita em mármore branco de Paros, intitulada Vitória de Samotrácia ou Nice de Samotrácia, representa a deusa grega Nice (Nike, em grego), ou seja, a deusa da Vitória. Trata-se de uma das obras-primas do mundo Antigo. Foi encontrada na ilha grega de Samotrácia, situada no norte do mar Egeu, ilha essa que se tornou famosa após a descoberta da escultura em pedaços, em 1863. Charles Champoiseau, arqueólogo amador francês, foi o responsável por sua descoberta, tendo a enviado para seu país no mesmo ano. Algum tempo depois foi encontrada a proa da embarcação e o pedestal, esculpidos a partir de mármore cinza e branco das pedreiras de Lartos, na ilha de Rodes, formando um maravilhoso contraste com a estátua branca.

Crê-se que a escultura da deusa alada era mostrada de pé na proa de uma embarcação, com o vento marinho a soprar-lhe as roupas. A obra foi depositada num nicho de pedra, cavado em uma colina,  e que também podia conter uma piscina com água, onde o navio poderia flutuar. Seria vista do lado esquerdo da frente, uma vez que esse é bem mais trabalhado do que o direito. Esta escultura grega, cuja forma e movimento têm impressionado críticos de arte e artistas de todos os tempos, embora seja de estrutura maciça, deixa patente a maestria do escultor pela naturalidade nela presente.

A vestimenta da deusa Nice, colada a seu corpo, mostra um fantástico drapeado, que parece feito sob a ação da água salgada e do vento marinho, enquanto ela desliza suavemente. Sua túnica, descendo até seus pés, adere-se a seu corpo, enquanto seu manto desce, escorregando-se de seus ombros, aderindo-se às suas pernas e esvoaçando na parte de trás. Um cinto é visível abaixo dos seios, enquanto outro está escondido sob as dobras do tecido nos quadris, com o objetivo de encurtar a saia. O tratamento dado à sua vestimenta está relacionado aos conhecidos “panos molhados”, que aqui revelam seu corpo através da transparência.

Os braços e a cabeça da escultura jamais foram encontrados, embora outros fragmentos tenham sido achados, como a mão direita, sem dedos, a ponta do dedo anelar e o polegar, que se encontram numa caixa de vidro no Louvre. Seus dois pés, esculpidos separadamente, também não foram encontrados, sendo sua posição recriada. O pé direito apresentava-se saindo do convés, enquanto o direito ainda se encontrava no ar, o que pressupõe que a deusa estivesse descendo da embarcação.

A Vitória Alada de Samotrácia encontra-se hoje na Escadaria Daru do Museu do Louvre, em Paris, sendo uma das mais importantes atrações do museu. Está de pé em um baixo pedestal,  sobre uma base em forma de proa de um navio. Como acontece com obras da Antiguidade, é muito difícil precisar sua criação. A escultura é tida como pertencente ao período helenístico e uma obra-prima dessa época. Presume-se que tenha sido esculpida como um ex-voto oferecido pelo povo de Rodes, com o objetivo de homenagear a deusa Nice e celebrar uma vitória naval. Trata-se de um ícone cultural. Passou por um profundo restauro em 2013 e 2014.

Ficha técnica
Ano: c. de 220/190 a.C.
Altura de toda a peça: 5,57 m
Altura da estátua: 2,75 m
Base: 2, 01 m
Pedestal: 36 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.louvre.fr/en/oeuvre-notices/winged-victory-samothrace
http://musee.louvre.fr/oal/victoiredesamothrace/victoiredesamothrace_acc_en.html

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