Arquivo da categoria: Fotografias

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O MONGE, A MÚMIA E A ESTÁTUA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Nós pensamos que seria tecido pulmonar, mas, em vez disso, encontramos pequenos pedaços de papel cobertos com caracteres chineses. (Vincent van Vilsteren, curador de arqueologia do Museu holandês)

Dizia William Shakespeare que “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia.”. E podemos acrescentar que, com as modernas tecnologias, muitos desses mistérios vêm sendo trazidos à luz do dia, como o que aconteceu com certa estátua, ao passar por uma restauração.

O monge Liuquan, que viveu por volta de 1100, presumivelmente morto há cerca de 900 anos, teve seu corpo mumificado. Tudo isso não seria novidade se, ao passar por uma tomografia computadorizada, na Holanda, essa não revelasse que o corpo não trazia alguns órgãos internos, mas tinha no lugar deles pedaços de papiro, com inscrições em chinês (ainda não foram interpretadas). Os restos do corpo mumificado do monge budista foram encontrados na postura de meditação, no interior de uma estátua de Buda, em ouro, que teria sido feita no século XI ou XII.

Presume-se que o monge Liuquan possa ter praticado a automumificação, técnica muito antiga, conhecida na China, Japão e Tailândia, há mais de mil anos atrás. Bastava ao religioso alimentar-se, durante muitos anos, com um tipo especial de dieta, na qual se encontravam substâncias tóxicas, usadas no embalsamamento, e ingerisse um chá tóxico para afugentar os vermes. Quando sentisse que a morte estava se avizinhando, dirigir-se-ia para o local escolhido, onde se poria a recitar suas orações ou mantras, enquanto ia morrendo de inanição. Passados alguns anos, sua tumba seria aberta. Se seu corpo estivesse mumificado, seria tido como um homem santo ou iluminado.

Segundo Vincent van Vilsteren, curador de arqueologia do Museu holandês, a múmia pode ter ficado em um templo chinês, durante mais de 200 anos, em exposição, vindo a se transformar em estátua lá pelo século 14.

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O TRISTE FIM DA DINASTIA ROMANOV

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Quando os comunistas, na Revolução Comunista de 1917, assumiram o Império Russo, até então governado pelo czar Nicolau II, apelidado de “O Sanguinário”, detiveram-no, juntamente com sua família e executaram-nos à meia noite de julho de 1918. Até hoje não se sabe ao certo quem foi o responsável por autorizar tão bárbara execução, embora muitos historiadores atribuam-na a Vladimir Lenin, o chefe.

Os Romanov, cuja família era composta pelo czar Nicolau II, a czarina Alexandra Feodorovna, suas quatro filhas: Olga (22 anos), Maria (19 anos), Anastasia (17 anos) e Tatiana (21 anos) e o filho Alexei (13 anos), foram brutalmente assassinados, juntamente com outras quatro pessoas: o médico da família, um servo pessoal, a camareira da imperatriz e o cozinheiro. Os soldados bolcheviques levaram as vítimas para o porão, assinalaram a posição específica de cada uma, leram a sentença de morte e executaram-nas a tiro. Não houve muito tempo para que exteriorizassem o pânico que se apoderou delas.

O czar Nicolau II foi o primeiro a ser assassinado, com um tiro no peito, morrendo na mesma hora. A seguir atiraram na czarina Alexandra, na sua filha Olga e em Alexei. Então, começaram a atirar com tanto ímpeto que a pólvora e a fumaça tomaram conta do porão. Os soldados retiraram-se para não morrerem asfixiados. Ao retornarem, para surpresa dos carrascos, as irmãs Tatiana, Anastásia e Maria haviam sobrevivido ao tiroteio. Estavam encolhidas, encostadas a um canto da parede, chorando convulsivamente. Sem piedade, foram mortas a tiro e golpes de baionetas. E o pequeno Alexei, ainda agonizante, recebeu dois tiros de misericórdia na cabeça. Todos foram enterrados num local que ficou desconhecido até 1991.

Numa floresta próxima a Yekaterinbur foram encontrados os restos mortais de Nicolau II, de sua esposa e de três de suas filhas. Não estavam presentes os restos do filho Alexei e da filha Anastasia, a caçula. Em razão disso, persistiu uma lenda de que a caçula dos Romanov estivesse viva, daí surgindo inúmeras mulheres alegando ser ela. Uma delas, e mais convincente, foi Anna Anderson, uma polonesa que morreu nos Estados Unidos, tendo os exames de DNA revelado a farsa.

Ao assumir o trono, Nicolau II não estava preparado para governar, levando seu reino a duas guerras (1905 e 1914) para grande descontentamento do povo. Apesar das atrocidades cometidas pelo czar em seu reinado, ele, sua mulher e filhos foram canonizados como “neomártires”, por membros da Igreja Ortodoxa Russa, no exílio.

Retroagindo na história, Aleksandr, irmão de Lenin, foi enforcado em 1887, acusado de ter tomado parte numa conspiração, fracassada, para assassinar o pai de Nicolau II, Alexandre III. Com Nicolau II findou a monarquia russa. A Dinastia Romanov governou o império russo por três séculos.

Nota: os membros da família Romanov , postados da esquerda para a direita: Olga, Maria, Nicolau II, Alexandra, Anastasia, Alexei e Tatiana  ( foto tirada em 1913).

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MINHA CASTA CASTANHEIRA

Autoria de Augusto Bill

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Fiquei muito impressionado com ela, com seu tamanho, com sua beleza, com sua solidão e com sua dor. (Augusto Bill)

Minha Casta Castanheira
Pedra… Pó… Poeira.
Sol… Calor… Clareira.
Casta… Castanha… Castanheira.
Saúda o mar, que já não há.
Provoca uma lágrima em seu olhar,
que desidratou e pereceu de tristeza,
impedindo-a de expressar com seu pranto,
a imensa dor de se apear da beleza
das suas verdes companhias,
devastadas pela humana ganância,
matriz de medonhas anomalias.

Um relevo singular para a Região Amazônica (serras, platôs e vales) abrigava, outrora,  a esplêndida floresta, que servia de refúgio e morada a milhares de espécies de nossa fauna e flora.

Onças e seus filhotes brincalhões alertavam as guaribas para os perigos destes rincões. A anta, com seu porte exemplar, ratificava a fartura de alimentos deste lugar.

Aves de toda espécie, alçavam aos céus levando sua prece: “Senhor do Céu e da Terra, glorificamos tua bondade de conceder-nos este lugar, para vivermos em dignidade.”. E o Senhor do Céu e da Terra, comovido com a gratidão, espalhou, por todo canto, as bênçãos da criação.”.

E assim, por onde se via, cresciam as coisas do chão; a água, pura e cristalina, brotava em efusão; sementes de mil plantas, eclodiam em profusão; lagoas, banhados e rios, cumpriam sua missão, irrigando a terra bendita e proporcionando condição para que a vida se desenvolvesse, intensa e sem coação.

E logo, logo, o que se viu, foram o Céu e a Terra, juntos, em comunhão. Mas o Senhor do Céu e da Terra, em sua imensa paixão, não percebeu que uma espécie, destoava na equação: o Homo, dito sapiens, que a sua imagem herdou, mas que, por infeliz destino, seu caráter renegou.

O homem, quando aqui chegou, não viu beleza, não viu valor e não se conformou. Decidiu que esta terra a outro fim prestava. Tantos bichos, tantas plantas, que desperdício ostentava, tinha de ser alterada – pensava ele. E um novo marco nascia: a Natureza saindo, pensava ele que a prosperidade crescia.

E assim foi feito então, e, para as centenas de espécies que ali viviam, foi dada a solução: foram trocadas por uma espécie padrão – o boi, que foi introduzido, para nossa alimentação.

– Macaco, paca, tatu, tucano e jaguatirica, caiam fora daqui, só assim a população fica rica.

Foi dessa forma que o gado herdou a terra que Deus não lhe destinou. Para que pastasse, as árvores foram derrubadas, sobrando uns poucos indivíduos de uma família desafortunada – castanheiras – pois continuam vivendo, mas sua terra foi desfigurada, seus companheiros abatidos por uma mão amaldiçoada.

Mas a mão humana que hoje ceifa, certamente amanhã será ceifada!

Notas do autor: A Serra dos Carajás, famosa pela ação da Vale do rio Doce, fica em um município do estado do Pará, que contém riquíssimas jazidas minerais. É uma linda região, que já foi de mata primária, hoje devastada para a pecuária. Milhares de hectares de floresta transformados em pasto. Aqui e ali, encontramos Castanheiras, espécie ameaçada de extinção, e, que tem sua derrubada proibida, por isso são poupadas. Vemos imensas áreas desmatadas, com alguns poucos indivíduos de Castanheira espalhados. É uma árvore imensa, chegando facilmente aos 40 metros de altura. São gigantes solitários, que parecem sentir a ausência da antiga floresta, de seus companheiros vegetais, dizimados pela sanha humana. É como uma (casta) família destinada ao isolamento. Fiquei muito impressionado com elas, com seu tamanho, com sua beleza, com sua solidão e com sua dor.

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O DEFENSOR DAS BELEZAS DO BRASIL

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O homem destrói os mananciais e vai ter, em breve, que guerrear por água. A luta agora é pelo petróleo, mas daqui a apouco será pela água, pelo oxigênio. (Araquém Alcântara)

De onde só se tira e não se põe, um dia tudo mais tem que se acabar. (Frase de um vaqueiro)

O brasileiro Araquém Alcântara tornou-se conhecido em todo o mundo pela beleza de suas fotografias tiradas em solo brasileiro. Já possui mais de 21 livros publicados, dentre eles se encontra a famosa obra Terra Brasil.

Assim como todo fotógrafo comprometido com a natureza, o objetivo do trabalho de Araquém Alcântara é abrir os olhos da humanidade para o fato de que, se o nosso planeta continuar sendo explorado, como vem acontecendo nas últimas décadas, chegará um tempo em que suas belezas não passarão de lembranças vistas apenas em fotografias. Infelizmente, algumas de suas fotos já não passam mais de um pedaço de papel ou de uma imagem virtual. Para ele, a fotografia pode modificar posturas e impedir que os desastres ecológicos continuem acontecendo. E, quanto mais pessoas falarem da beleza do Brasil, celebrando a natureza com seus bichos, sua flora, assim como suas raízes e culturas, mais o brasileiro se conscientizará de suas responsabilidades para com o país, pois o Brasil precisa conhecer o Brasil. E não existe ecologia sem o homem, sem sua interação com o meio ambiente. O fotógrafo está coberto de razão.

Cinema é fotografia, explica Araquém Alcântara e, segundo ele, foi o filme japonês, A Ilha Nua, de Kaneto Shindo, com suas imagens inesquecíveis, que o despertou para a força e para o poder que possui a imagem, pois ela sempre passa uma mensagem, interfere, mexe com a emoção. Conta que a sua primeira máquina foi adquirida em 1979, com o dinheiro recebido pela “foto de uma onça nadando num igarapé de Manaus”. E que há mais de 30 anos vem documentando o Brasil e se sente revoltado com o processo visível de desertificação do patrimônio nacional. Lamenta o crime de lesa-humanidade perpetrado pelos governantes do passado e do presente, que nunca se preocuparam em implantar uma política ambiental em nosso país. Lamenta que tudo esteja sendo destruído: cerrado, Mata Atlântica, Floresta Amazônica, num ritmo alucinante.

Muitas das árvores da Floresta Amazônica possuem até 300 anos, revela o fotógrafo, e estão sendo retiradas para darem lugar ao pasto e ao plantio de soja, deixando um solo pobre, que não tardará em virar deserto, enquanto em outras regiões do país, as árvores estão sendo retiradas para darem lugar ao plantio de eucalipto. As madeireiras agem inescrupulosamente, na calada da noite, quando não há fiscalização da polícia federal. Os caminhões saem abarrotados de toras, também à noite, ou levam guias falsas. O mogno é a madeira mais cobiçada. Até madeireiras do exterior existem por aqui.

O trabalho de Araquém Alcântara merece todo o nosso aplauso. Aguardemos seus novos trabalhos, pois, segundo ele, possui material para trabalhar durante “muitas vidas”.

Fonte de pesquisa:
Pancron News

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A MÃE IMIGRANTE

Autoria de Lu Dias Carvalho giov123

A Mãe Imigrante é uma fotografia de Dorothea Lange, feita em 1936, que mostra a miséria estampada no rosto de uma mãe, Florence Thompson, uma camponesa da Califórnia, num acampamento de colhedores de ervilhas. Ela está rodeada por seus dois filhos, que escondem o rosto diante da máquina da fotógrafa, e traz mais um bebê no colo. Esta é uma das fotos mais conhecidas da década de 1930, um ícone da Grande Depressão que abalou o mundo. À época, Florence tinha 32 anos de idade e sete filhos. Ela foi fotografada quando se encontrava em Nipono, na Califórnia, EUA, à procura de um emprego ou de ajuda social para que seus filhos não morressem de fome.

A década de 30 refere-se ao período da Grande Depressão, tido como o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX, muito penoso para a humanidade, pois trouxe um alto índice de desemprego, queda na produção de todos os tipos de bens, queda das ações nas bolsas de valores, entre outras mazelas. Em suma, revirou a economia de muitos países de cabeça para baixo. Como nas crises, quem mais sofre são os pobres, pois não possuem nada que lhes garanta a manutenção de suas famílias, após perderem seus empregos.

Os Estados Unidos foram um dos países que mais sentiram os efeitos da Grande Depressão, ao lado do Canadá, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, etc. Florence e muitas outras famílias viviam na miséria extrema. Foi um período de muitos suicídios, tanto do lado dos grandes empresários e fazendeiros, como por parte dos desempregados. A Grande Depressão foi responsável pela ascensão de Adolf Hitler na Alemanha e de outros regimes totalitários, em outros países.

Dorothea Lange fazia parte do grupo de fotógrafos, empregados pelo governo de Franklin D. Roosevelt para registrar a vida dos trabalhadores migrantes. Ela encontrou, num acampamento, abrigadas por uma tenda provisória, Florence e suas crianças, que há muitos dias não comiam, a não ser vegetais congelados, retirados dos campos. A família já havia vendido até os pneus do carro para comprar comida.

Florence, nos seus 32 anos, mostra-se envelhecida pelo sofrimento, pelo desespero e pela incerteza do que viria. Os sulcos em sua testa e ao redor dos olhos são profundos. O olhar parece perdido ao longe, enquanto a mão direita segura o queixo. Florence morreu em 1983, 47 anos depois de ser fotografada, sendo enterrada ao lado do marido George. Em seu túmulo lê-se:

FLORENÇA LEONA THOMPSON Mãe Migrante – A Lenda da Força da Maternidade americana

A fotógrafa Dorothea Lange (1895-1965) era norte-americana, filha de imigrantes alemães. Foi pioneira entre as mulheres na fotografia, assim como uma das mais brilhantes de todos os tempos.

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UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Meus caros leitores

Há muito venho pesquisando, tentando encontrar a origem desta foto. Sei apenas, segundo informações encontradas, que se se trata de uma foto da BN Design Ambiental, que mostra uma mulher indiana amamentando sua criança e um filhotinho de macaco. Nada mais do que isso. Pelo que podemos observar em derredor da mulher, trata-se de uma “intocável” (dalit) que, apesar de sua extrema pobreza, divide com o animalzinho, que provavelmente ficou órfão de mãe, aquilo que o seu corpo produz de mais precioso: o leite que dá vida.

Todos nós temos conhecimento da velha máxima, atribuída ao sábio chinês Confúcio, que nasceu em meados do século VI a.C., que diz: Uma imagem vale mais que mil palavras. Eu diria que esta vale setenta e sete vezes mil, pois é muito comum encontrarmos lendas e histórias sobre animais que amamentaram bebês humanos impedindo-os de morrerem. A lenda sobre a fundação da cidade de Roma é uma delas, que conta que os irmãos gêmeos Rômulo e Remo, colocados num cesto, foram jogados no Rio Tibre, sendo encontrados depois, nas margens do rio, por uma loba que os amamentou como se fossem seus filhotes, impedindo que perecessem. Mas é incomum encontrarmos histórias em que se dê o contrário: a fêmea humana amamentando um filhote de um bicho qualquer, para impedi-lo de morrer.

Bendita seja a comunhão entre todas as formas de vida!

Nota: Imagem  copiada de biaviagemambiental.blogspot.com
Vejam o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=qFeXx2d3Mjs

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