Arquivo da categoria: Fotografias

Textos, fotos e endereços de vídeos

CAPADÓCIA E CIDADES SUBTERRÂNEAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

   Capadocia    Capadocia equil.

Capadócia é uma das mais conhecidas e belas regiões do mundo. Trata-se de um ponto histórico que se situa na Anatólia central, na Turquia, país euro-asiático. Acredita-se que o nome Capadócia tenha surgido do vocábulo hitita Katpaduky, que significa terra de cavalos de raça.

A Capadócia é uma região de aproximadamente 15 000 km², embora muitos pensem que ela se limita apenas a um local triangular de aproximadamente 20 km de lado, mais conhecido em função do turismo. Na Antiguidade, a palavra Capadócia nomeava uma região bem maior. Toda a região da Capadócia situa-se num planalto com aproximadamente 1000 metros de altitude, com verões quentes e secos e invernos frios com neve. A precipitação é esparsa e a maior parte da região é semiárida ou árida.

A região é famosa por suas formações geológicas inigualáveis, frequentemente chamadas de lunares, resultantes de fenômenos vulcânicos e erosivos, pelo seu rico acervo histórico e cultural, com suas cidades subterrâneas, com igrejas e habitações cavadas na rocha, encontrando-se em muitas delas antiquíssimos afrescos. Em 1985, o Parque Nacional de Göreme foi declarado Patrimônio da Humanidade, pela UNESCO. A Capadócia já foi palco de antigas civilizações, como a dos Hititas e outras originárias da Europa e da Ásia Menor, todas elas deixaram um sinal de sua passagem.

As rochas, que constituem a Capadócia, vêm sofrendo erosão há milhões de anos, adquirindo as mais inusitadas formas, pois são tão macias, a ponto de permitirem que o homem escave-as e nelas construa cavernas artificiais, que se ajuntam às naturais, sendo algumas delas habitadas. A paisagem única da região é o resultado da ação de forças naturais ao longo de milhões de anos.

As cidades subterrâneas serviam de abrigo contra as invasões e saques dos inimigos. Elas possuem vários níveis, como Kaymakli com nove, mas apenas os quatro primeiros estão abertos à visitação, Derinkuyu, Özkonak e Mazi. Nem todas as cidades subterrâneas podem ser visitadas, pois algumas estão destinadas às pesquisas arqueológica e antropológica. Os visitantes claustrofóbicos não precisam ter medo, pois elas possuem ventilação, cocheiras, padarias, poços de água e toda uma infraestrutura necessária ao visitante. Antigamente, o número de pessoas dentro de cada uma delas podia chegar a 20.000, podendo ali permanecer por vários meses, sem serem descobertos pelos invasores.

As cidades subterrâneas também serviam de esconderijo para os cristãos, antes que o cristianismo fosse aceito. Dentro delas havia uma vasta rede de armadilhas, dispostas ao longo de seus níveis, incluindo grandes pedras arredondadas para obstruir portas e buracos no teto, dificultando a entrada dos invasores, e permitindo que os defensores jogassem suas lanças, sistema de defesa utilizado principalmente contra os romanos. O sistema de túneis apertados também tinha como objetivo a defesa das pessoas que nela estivessem. No período bizantino, algumas dessas construções foram transformadas em igrejas, sendo as suas paredes e tetos adornados com afrescos. Acima, um afresco da Igreja Escura em Göreme.

Chaminés das fadas, também chamadas de pirâmides de terra, são grandes colunas naturais, em forma cônica, que sustêm no topo um bloco de rocha maior, que funciona como protetor da erosão, mas com o continuar do processo erosivo, elas acabam se desmoronando. As chaminés de fada da Capadócia estão entre as mais conhecidas do mundo, ao lado das de Utah, nos Estados Unidos da América.

Fonte de pesquisa:
National Geographic
Wikipédia

MarQo Rocha – O CLIQUE DO ARTISTA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O artista plástico e fotógrafo carioca MarQo Rocha é mais um desses talentosos artistas, que vemos surgir em nosso país, mostrando que a criatividade não tem limites. Ele cursou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage e o Ateliê da Imagem, na cidade do Rio de Janeiro/RJ.

Às bases conceituais e teóricas da formação de MarQo em arte, com ênfase na pintura, somam-se a experimentação e a apropriação de técnicas e procedimentos próprios da fotografia e da gravura, como a manipulação de perspectiva, efeitos impressivos e sobreposição de imagens, produzindo, a um só tempo, estranhamento e identificação com a experiência urbana cotidiana.

A fotografia de MarQo tende a um cromatismo e a um enquadramento marcadamente pictóricos, como nos dois exemplos acima, que retratam manifestações culturais do sudeste brasileiro, como capoeira e jongo, em que o observador poderá captar a beleza dos movimentos clicados pela máquina do artista assim como a difusão exuberante das cores.

Nota: As fotos acima fazem parte de um ensaio feito no evento Jongabadá, que reuniu jongueiros e capoeiristas no sítio de Mestre Camisa, em Cachoeiras de Macacu, RJ, em 2014.

O FAMOSO ESTREITO DE BÓSFORO

Autoria de Lu Dias Carvalho

estreito de Bósforo
Segundo o dicionário Aurélio, um estreito é um braço de mar que liga dois mares ou duas partes do mesmo mar, sendo também conhecido como canal.

O Estreito de Bósforo divide Istambul em duas partes: europeia e asiática e também liga o Mar Negro ao Mar de Mármara, marcando o limite entre os continentes asiático e europeu, na Turquia. Seu comprimento é de aproximadamente 30 km e sua largura varia entre 550 a 3000 m. Sua profundidade vai de 36 a 124 metros no meio do estreito.

As margens do Estreito de Bósforo são densamente povoadas. Duas pontes ligam as duas margens do canal: a Ponte de Bósforo, com 1.074 metros, e a Ponte Fatih Sultão Mehmet, com 1.090 metros. Um túnel ferroviário, Marmaray, com 1400 metros, aproximadamente, a uma profundidade de 55 metros, já em construção, está previsto para entrar em uso em 2013. Em cada lado do estreito existe uma fortificação, Anadoluhisari e Rumelihisari, que tinham por objetivo defender Istambul, tendo sido construídas pelos sultões otomanos, em 1451. A importância estratégica do estreito ainda é muito grande, de modo que diversos tratados internacionais mantêm navios na área.

Alguns historiadores lançaram a hipótese de que uma imensa enchente, ocorrida na região do Estreito de Bósforo, por volta do ano de 5 600 a.C., teria sido a base histórica para o tão conhecido dilúvio bíblico e da Epopeia de Gilgamesh (antigo poema épico da Mesopotâmia, atual Iraque, que contém a mais antiga referência, até então conhecida, sobre o dilúvio, que é recorrente em várias culturas e que está presente na Bíblia), que é também uma das primeiras obras conhecidas da literatura mundial. No Estreito de Bósforo foram travadas muitas batalhas navais entre cristãos e mulçumanos, gregos e otomanos, etc.

Ao longo do Estreito de Bósforo fica grande parte da vida cultural de Istambul, inclusive a Universidade de Bósforo, que é a mais importante do país. Pelo estreito trafegam navios e barcos, transportando milhares de pessoas, de ambos os lados da cidade, diariamente. Uma das maravilhas vistas no estreito é o Palácio de Dolmabahce, construído no final do Império Otomano. O forte de Rumeli Hisar é outra edificação otomana presente no local. O Palácio de Beylerbeyi é outro ponto turístico que fica nas margens do Estreito de Bósforo.

Fonte de pesquisa:
Roteiro Turístico
Wikipédia

TRABALHO INTERROMPIDO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O fotógrafo Steve McCurry (1950) é responsável por esta maravilha de fotografia. Estava ele no Rajastão, Índia, quando foi surpreendido por uma tempestade de areia. Foi obrigado a parar seu carro, e ainda clicou esta cena surreal, em que um grupo de operárias também paralisa seu trabalho. Elas se protegem, unidas em círculo, tapando os olhos, esperando que a tempestade passe. O colorido de seus mantos vermelhos e saias rodadas, esvoaçando ao vento, aliam-se aos aros brancos dos braços, às pulseiras coloridas dos antebraços e ao prateado das argolas nas pernas, fazendo uma linda composição.

Em primeiro plano, dois potes de barro resistem impávidos à tempestade de areia, enquanto ao fundo, árvores esparsas  são contorcidas pela força do vento e da areia.

Steve McCurry é um fotojornalista estadunidense que viaja pelos mais diferentes lugares do mundo. Recebeu o Prêmio Roberto Capa de fotografia, em 1980, quando cobriu a invasão do Afeganistão pela Rússia. É dele a famosa capa da National Geographic, em que mostra a refugiada afegã, Sharbat Gula, reconhecida em todo o mundo. Passados 17 anos, ele voltou a retratar a mesma mulher (ver artigo aqui no blog).

A BELEZA DE MACHU PICCHU

Autoria de LuDiasBH

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Acreditará alguém no que eu encontrei? (Hiram Bingham)

Machu Picchu significa “velha montanha” na língua quíchua, ainda falada por grupos étnicos que vivem ao longo da Cordilheira dos Andes. Trata-se de uma cidade pré-colombiana, também conhecida como a “cidade perdida dos Incas”, sendo considerada como um dos monumentos arquitetônicos e arqueológicos mais importantes do mundo. Essa cidade maravilhosa obedeceu a um plano muito rigoroso de construção, sendo por isso uma das criações mais fantásticas do Império Inca. E graças à sua altitude e às montanhas que a rodeiam, permaneceu oculta durante centenas de anos, até ser descoberta. Alguns estudiosos acham que ela foi construída com fins religiosos, pois o povo inca adorava vários elementos da natureza tais como o sol, a lua, o raio e a terra.

Machu Picchu situa-se no topo de uma montanha, no meio de uma floresta tropical, no Peru, a cerca de 2430 metros de altitude e a 112 quilômetros de Cuzco, possuindo a seu redor abismos gigantescos de até 400 metros de profundidade. No século século XV, Pachacuti, nono governante do Império Inca, ordenou a sua construção. Apesar dos desgastes ocasionados pelo tempo, a cidade ainda possui 30% de sua construção original, mostrando pedras unidas milimetricamente e sem nada que pudesse fazer tal ligação, enquanto 70% dela foram reconstruídas. Através do encaixe das pedras, é possível distinguir a parte nova da velha. A cidade foi construída numa região muito alta, para que os incas assim pudessem ficar perto dos deuses, conforme acreditavam.

O historiador norte-americano Hiram Bingham, à frente de uma expedição da Universidade de Yale, anunciou a descoberta da cidadela de Machu Picchu em 1911. Com sua arquitetura genial, a cidade passou a ser considerada, em 2007, como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo. Machu Picchu foi elevada à categoria de Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela UNESCO, sendo um dos pontos mais visitados do país, o que também não deixa de ser preocupante em relação à sua integridade física. O fluxo de turistas tem sido cada vez maior, vindos das mais diferentes partes do mundo, sendo visível a degradação do lugar. Por isso, o governo peruano tem tentado limitar o número de pessoas no local. Quem vai àquele lugar através de agências, já tem a reserva de ingressos feita pela própria agência, mas quem viaja por conta própria, terá que procurar as autoridades para obter o ingresso.

Pode se chegar até Machu Picchu, partindo da cidade de Cusco, numa viagem de trem que dura entre três a quatro horas até o povoado de Águas Calientes, local só acessível através da ferrovia, onde se pode pegar um micro-ônibus, que gasta 30 minutos para chegar até a cidade inca. A ausência de uma rodovia, que ligue diretamente a cidade histórica a Cusco, tem como objetivo proteger Machu Picchu do turismo desordenado e predador. No entanto, Águas Calientes vem crescendo desordenadamente, uma vez que vive do turismo, sem nenhuma preocupação por parte das autoridades. Outro meio de chegar a Machu Picchu é seguir pelo caminho Inca, numa longa caminhada de quatro dias, chegando ao local pela “porta do sol”. Inicia-se a caminhada no km 82 da ferrovia Cusco-Águas Calientes. E, para quem quer mais comodidade e menos contato com o povo e a natureza, pode-se ir de helicóptero, partindo de Cusco, em um voo que dura trinta minutos.

Fontes de pesquisa:
Portal São Francisco
http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=11863

GORDON – COSTAS FERIDAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Para muitos estudiosos, foi ao tomar conhecimento do suplício de Gordon, cuja foto foi mostrada pela revista “Harper`s Weekly”, e que causou consternação em várias partes do mundo, especialmente entre os abolicionistas parisienses, que Cézanne pintou a sua obra denominada O Negro Cipião (foto menor). A composição era, portanto, um manifesto contra a escravidão. O artista pintou sua obra três anos depois de a foto ter sido publicada.

A história de Gordon não foge às muitas outras de negros escravos, que fugiam dos Estados sulistas norte-americanos, escravocratas, para se unirem àqueles que lutavam pelo fim da escravidão, no norte do país. Era o auge da Guerra Civil Americana.

Gordon conseguiu fugir, através dos campos pantanosos da Louisiana e Mississipi, friccionando cebola no corpo cansado, para despistar os cães farejadores, que se encontravam em seu encalço, seguidos de seus capatazes. O seu objetivo era se unir aos soldados do norte do país, que lutavam contra os Estados escravocratas.

Os fotógrafos McPherson e Oliver clicaram o escravo com as costas dilaceradas pela covardia de seus senhores. A foto saiu na revista “Haper’s Weekly”, recebendo o nome de Costas Feridas. Elas mais se parecem com um bordado executado no próprio corpo, que horroriza quem vê, até mesmo nos dias de hoje. Quanta maldade pode conter o coração humano!

Fontes de pesquisa
Cézanne/ Coleção Folha
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/07/1660211