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O mundo da arte é incomum e fascinante. Pode-se viajar através dele em todas as épocas da história da humanidade — desde o alvorecer dos povos pré-históricos até os nossos dias —, pois a arte é incessante.

O MUNDO DA ARTE (Aula nº 1)

Autoria de Lu Dias Carvalho

O mundo da arte é incomum e fascinante. Podemos viajar através dele por todas as épocas da história da humanidade — desde o alvorecer dos povos pré-históricos até os nossos dias —, pois ele está em permanente movimento. Para que possamos melhor entendê-lo, os estudiosos do assunto dividiram-no em períodos e estilos, pois, assim, será possível compreendermos como cada obra está correlacionada ao que aconteceu antes, porque há sempre uma diferença, por menor que seja, entre os artistas de um tempo e aqueles que vieram antes ou depois deles, pois a maneira como um estilo de arte origina-se, tem a ver com os fatos históricos de seu tempo.

Na Antiguidade a palavra “arte” estava ligada à habilidade e à perícia que certas pessoas possuíam para criar um objeto ou exercer certa atividade (pedreiro, carpinteiro, barbeiro, ourives, pintor, poeta, etc.), mas no século XV, durante o Renascimento italiano (assunto que ainda iremos aprender), a arte voltada para a produção de coisas necessárias passou a ser chamada de “ofício” e a palavra “arte”, durante muitos séculos, passou a indicar apenas as chamadas belas-artes, cuja finalidade era meramente estética. A pintura, a escultura e a arquitetura eram as formas de arte que mais se destacavam no campo das artes visuais e figurativas.

É sempre importante contextualizarmos um estilo de arte, uma obra e seu criador, ou seja, verificarmos a época em que  surgiram. Ao analisarmos o contexto histórico, obtemos uma melhor compreensão dos propósitos do artista no que diz respeito à sua criação, ou seja, o porquê de ele a ter criado assim e não de outro jeito. Será também possível percebermos que as mudanças ocorridas na arte ao longo dos tempos possuem pontos positivos, mas sem nos esquecermos de que cada avanço numa direção supõe também uma perda em outra, o que é natural, sendo por isso que vemos a retomada de certas características de um estilo em outro.

A arte não deve ser algo que se coloca além de nossas possibilidades, dizendo respeito apenas a um pequeno número de privilegiados. Ela é feita por homens e mulheres das mais diferentes classes sociais e origens e, portanto, deve ser direcionada a toda a humanidade. Ao nela nos inserirmos, estaremos conhecendo e descobrindo coisas novas. Ao aguçarmos a nossa observação, estaremos ampliando os nossos horizontes, criando uma comunhão entre a obra do artista e nós que a observamos. O conhecimento artístico também muda a nossa própria vida, ensina-nos a olhar o mundo de uma forma diferente, a ser menos arrogante e mais humilde diante da vida.

Sabe-se que nos países menos desenvolvidos — como o Brasil — a arte fica restrita a uma pequena elite, bem distante das massas. Por sua vez, os livros relativos ao tema possuem preços exorbitantes, sendo que a maioria deles carrega uma linguagem técnica inacessível às pessoas comuns, assim como são caros os outros meios responsáveis por difundirem a arte (cinema, museus, exposições, etc.). Isto, porém, não pode ser uma justificativa para vivermos alienados, como se não fôssemos uma peça desta engrenagem chamada vida. Daí o meu convite a todos os interessados para participarem deste nosso curso. Chamem mais pessoas. Vamos dividir conhecimento!

É por conhecer os entraves que impedem que indivíduos com menor poder aquisitivo (a imensa maioria da população mundial) adentrem neste mundo arrebatante e quase sobrenatural da arte é que me propus repartir com vocês um pouco das informações que possuo sobre o assunto, usando uma linguagem bem simples, desprovida de tecnicismos, até mesmo porque sou apenas uma mera pesquisadora, apaixonada pelo mundo encantado da arte. Seria arrogância minha querer impressionar os meus leitores, quando o meu único objetivo é informá-los, ou seja, dividir com eles o que venho aprendendo através de minhas pesquisas.

Segundo o Prof. E. H. Gombrich em um dos livros mais famosos e populares publicados sobre arte — A História da Arte — e no qual me basearei para fazer os artigos inerentes às nossas aulas, “Nada existe realmente que se possa dar o nome de arte. Existem somente artistas”, ou seja, a arte pode significar coisas diferentes em tempos e lugares distintos. O que pode parecer artístico para uns, pode não representar absolutamente nada para outros, isto porque existe uma infinidade de fatores que influenciam o nosso deleite ou desagrado diante de algo, o que veremos no desenrolar de nossas aulas.

Sejam todos bem-vindos à nossa primeira aula!

Atenção:

  • Não deixe de criar uma pasta em seu celular ou notebook ou mesmo uma pastinha física para guardar suas aulas impressas. Para fixar o assunto, serão deixadas questões ao final de cada texto, algumas vezes acompanhadas de links (obras ou biografia dos artistas estudados) que deverão ser acessados.
  • As respostas não são para ser enviadas, mas para maior compreensão do assunto.
  • Caso haja dúvidas deixe a sua pergunta em “comentários”.
  • Qualquer comentário deverá ser deixado na página do texto/aula.
  • Clique sempre nas gravuras ilustrativas para ampliá-las.

Exercício

1. Por que você acha importante o estudo da “História da Arte”?
2. O que significa “contextualizar uma obra de arte”?
2. A que se referia a palavra “arte” na Antiguidade?

Ilustração: Interior com Mulher Descascando Maças, 1663/ obra de Pieter Hooch.

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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