Arquivo da categoria: Historiando Canções

Histórias que remetem à obra musical de vários compositores brasileiros (MPB)

Historiando T. Jobim e V. de Moraes – SONETO DA SEPARAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

TOM

O poeta ficou ensimesmado com a brevidade da paixão. Suas chamas, que queimam como uma fornalha em brasa, apagam-se na mesma celeridade.  E “De repente do riso faz-se o pranto/ Silencioso e branco como a bruma”.  Nada há que de pé fique. Vai-se todo o encantamento e poesia: “E das bocas unidas faz-se a espuma/ E das mãos espalmadas fez-se o espanto”. Por que o encantamento findou tão breve como nasceu?

Por que se deixar tomar por tão estranho sentimento, se “De repente da calma fez-se o vento/ Que dos olhos desfez a última chama”? Por que se embrenhar em mares tão bravios, sabendo-se que o navio há de soçobrar na tempestade “E da paixão fez-se o pressentimento/ E do momento imóvel fez-se o drama”? Foi-se do farol a chama, deixando o navio em águas paradas.

E o apaixonado “De repente não mais que de repente/ Fez-se de triste o que se fez amante/ E de sozinho o que se fez contente”, sem lhe sobrar absolutamente nada da paixão antes tão enraizada em seu corpo e mente. Foi-se como um balão vazio, tão somente. Que fogo é esse que em cinza se arvora, e num piscar de olhos reduz à calmaria o queimor?

E, passada a torrente de ardor tão exaltado, pode-se dizer que “Fez-se do amigo próximo, distante/ Fez-se da vida uma aventura errante/ De repente, não mais que de repente”. Terá valido a pena tanto arrebatamento emanado numa paixão que, qual alma extinta, jaz na sepultura do esquecimento, em cinzas transformado? Sei lá, não sei!

E o poeta disse para si mesmo: “A paixão só existe nos versos poéticos, pois todo o resto é devaneio e quimera. É um fazer de conta por um pequeno espaço de tempo. É ilusão e fantasia, ainda que se tenha a impressão de que existiu um dia.”. Ele estava certo!

Obs.: ouça SONETO DA SEPARAÇÃO

Nota: obra do pintor russo Leonid Afremov

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Historiando C. Buarque e E. Lobo – ODE AOS RATOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

rato

O homem assentou-se no banquinho da praça, buscando calor, naquela manhã fria de inverno. Encostou a cabeça no espaldar do banco, voltando o rosto para cima, em busca dos raios solares. Não demorou muito para que sentisse algo macio roçando seus pés. Imaginou que fosse algum cãozinho de madama. Mas a tentativa de subir-lhe pelas pernas, passando pela boca da calça, alertou-o para que descobrisse qual seria aquele ser tão audacioso. Era um “Rato de rua/ Irrequieta criatura/ Tribo em frenética/ Proliferação/ Lúbrico, libidinoso/ Transeunte/ Boca de estômago/ Atrás do seu quinhão”. Tomado pelo asco, ele sacudiu as pernas longas, botando o atrevido invasor em fuga.

Voltando à posição de antes, o homem lembrou-se dos artigos, que lera na internet naquela manhã, sobre os “ratos do erário público”. E pôs-se a fazer comparação entre os ratos humanos e os ratos bichos. Todos eles – pensou – “Vão aos magotes/ A dar com um pau/ Levando terror/ Do parking ao living/ Do shopping center ao léu/ Do cano de esgoto/ Pro topo do arranha-céu”. Os segundos são guiados pelo instinto com que os dotou a natureza. Os primeiros, no entanto, são pérfidos, cruéis, pois maquinam e pactuam com seus iguais. Estão em todos os lugares, onde possam surrupiar aquilo que jamais lhes pertenceu. Vivem no esgoto da velhacaria, embora habitem luxuosas mansões ou belos arranha-céus, indiferentes ao destino da nação.

O “Rato de rua/ Aborígene do lodo/ Fuça gelada/ Couraça de sabão/ Quase risonho/ Profanador de tumba/ Sobrevivente/ À chacina e à lei do cão”. O rato do erário, sempre risonho, é um aborígene da cobiça, profanador da legalidade, fruto da falta de justiça, que submete seu país à lei do cão. Cada um deles é “Saqueador/ Da metrópole/ Tenaz roedor/ De toda esperança/ Estuporador da ilusão/ Ó meu semelhante/ Filho de Deus, meu irmão”.

O calor do sol foi se tornando mais intenso à medida que a manhã ia sendo deixada para trás. Ratos quadrúpedes corriam ligeiros pela praça, enquanto os bípedes tramavam em ambientes atapetados. E o homem, de volta para casa, seguiu murmurando estupefato acerca de seu parentesco com o rato, qualquer que fosse ele: “Ó meu semelhante/ Filho de Deus, meu irmão”.

Obs.: ouça a música ODE AOS RATOS

Nota: imagem copiada de ratomfelix.blogspot.com

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Historiando Chico Buarque – PARTIDO ALTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

paralt

Diz que deu, diz que dá/ Diz que Deus dará/ Não vou duvidar, ô nega/ Diz que Deus diz que dá/ E seu Deus negar, ô nega/ Eu vou me indignar e chega/ Deus dará/ Deus dará. (Chico Buarque)

 O sambista desceu o morro indignado com as notícias que há meses vinha lendo na tela de seu antiquado notebook. E ficou matutando sobre o caráter da imensa maioria dos políticos que dirigiam seu país. E pior, as últimas manchetes davam conta de que até a Justiça estava servil à quadrilha de corruptores e corrompidos. Em quem seu povo poderia buscar exemplo? Quando seu moleque de seis anos perguntou-lhe para que servia um juiz, ele fez que não entendeu, e levou o assunto para o juiz de futebol. Não que houvesse, nos dias de hoje, muita diferença entre um e outro vistos por aí, totalmente distanciados da conduta de um julgador decente. Estava quase tudo dominado pela velhacaria. Ele se lembrou do pai, o velho Antenor, dizer que Deus era brasileiro. Se o foi um dia, com certeza havia mudado de nacionalidade.

 Pensando nas palavras de seu velho e honrado pai, o sambista sentiu vontade de dar na cara de toda aquela gente desonesta, mas dela jamais conseguiria se aproximar. Tomou Deus como desabafo para soltar toda a indignação que o corroía por dentro, questionando o porquê de ter nascido no seu Brasil: “Deus é um cara gozador, adora brincadeira/ Pois pra me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro/ Mas achou muito engraçado me botar cabreiro/ Na barriga da miséria, eu nasci batuqueiro*/ Eu sou do Rio de Janeiro.”.

 O homem, apesar da vida difícil que levava, jamais subtraíra qualquer coisa de alguém. Ao contrário, no morro dividia-se tudo: alimento, música, alegria e sofrimento. Ele não podia compreender como, além do exorbitante salário e de ajuda de custo até para moradia, aquela gente pudesse roubar seu povo tão necessitado de tudo. Irado, continuou seu diálogo com Deus, agora se dirigindo a seu filho: “Jesus Cristo inda me paga, um dia inda me explica/ Como é que pôs no mundo essa pobre coisica**.”. Desgostoso, achava que o melhor a fazer era dar o fora do país: “Vou correr o mundo afora, dar uma canjica/ Que é pra ver se alguém se embala ao ronco da cuíca/ E aquele abraço pra quem fica.”.

 O sambista assentou-se no meio-fio e pôs-se a analisar seu tipo físico, resultado da penúria em que a família vivera anos a fio: “Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio/ Pele e osso simplesmente, quase sem recheio.”. Mas, por outro lado, lembrou-se que sempre tivera coragem pra defender os seus: “Mas se alguém me desafia e bota a mãe no meio/ Dou pernada a três por quatro e nem me despenteio.”. E arrematou: “Que eu já tô de saco cheio.”. E estava mesmo. Não aguentava mais ver tanta vileza e impunidade, estando os pobres sempre a pagar o pato.

 O moço também sabia que tinha lá suas qualidades: “Deus me deu mão de veludo pra fazer carícia/ Deus me deu muitas saudades e muita preguiça/ Deus me deu perna comprida e muita malícia/ Pra correr atrás da bola e fugir da polícia.”. E até vaticinou: “Um dia ainda sou notícia.”.

 Obs.: Esta letra foi censurada pela ditadura militar. Os asteriscos representavam:
*brasileiro
** pouca titica

 Obs.: Ouça a música de Chico Buarque – PARTIDO ALTO

Nota: Favela, obra de Heitor dos Prazeres

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Historiando C. Buarque e V. de Moraes – VALSINHA

Autoria de Lu Dias Carvalho

valsi

A mulher sentia que seu homem dela se afastava. Lembrou-se com saudade dos anos em que eram tão felizes juntos e nada faziam sem compartilhar, numa afinada sintonia. Muitos casais invejavam-nos, tamanha era a adoração que dos olhos deles brotava. Mas ele mudara tanto. Sua indiferença aquebrantava seu coração delicado. Não mais a olhava com ardor e reclamava de tudo. Relegada, a desditosa só fazia chorar, sozinha num canto escondido da casa. Até que “Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar/ Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar/ E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar/ E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar”.

A mulher correu para o quarto para se enfeitar e perfumar para seu amante. “Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar/ Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar/ Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar/ E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar/ E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou.”.

“E foi tanta felicidade que toda a cidade se iluminou/ E foram tantos beijos loucos/ Tantos gritos roucos como não se ouvia mais/ Que o mundo compreendeu/ E o dia amanheceu em paz”. O homem percebeu então que bastava uma fagulha de amor para despertar todos os desejos, que se apagaram, em razão do seu enfado com seu costumeiro e enfadonho trabalho. E a mulher percebeu que o ardor que os unia reacendera, tomara forma, ganhara vida para não se arrefecer jamais, pelo menos era isso que queria. E seu coração acordou em paz.

Obs.: Clique no link para ouvir VALSINHA

Nota: Arte da Dança, obra de Leonid Afremov

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Historiando T. Jobim e C. Buarque – SABIÁ

Autoria de Lu Dias Carvalho

sabia

O jovem detém-se silencioso no convés do navio. Sua terra afasta-se numa elevação esverdeada. Seus olhos abraçam o azulado celeste do céu. O navio singra em direção à nova morada. O vento mistura seus pensamentos confusos, qual bando de mariposas no luzir do lampião. Nuvens ágeis fazem sombreados no oceano, e lágrimas banham-lhe o rosto… Em vão. O jovem, entre lágrimas, para si murmura: “Vou voltar/ Sei que ainda vou voltar/ Para o meu lugar/ Foi lá e é ainda lá/ Que eu hei de ouvir cantar/ Uma sabiá/ Cantar uma sabiá.”.

O mar empina-se e entope-se de força bruta. Lança nos rochedos sua colcha de espumas que se refaz, altera-se e volta a tomar forma, tal como a vida que não para, apenas singra. As lembranças de seu país rodopiam em sua mente. A voz do jovem continua a ressoar: “Vou voltar/ Sei que ainda vou voltar/ Vou deitar à sombra de uma palmeira/ Que já não há/ Colher a flor/ Que já não dá/ E algum amor possa espantar/ As noites que eu não queria/ E anunciar o dia.”.

A luz do sol há muito se dissipou no horizonte. O jovem agora é banhado pelos finos raios da lua. O timoneiro segue guiando a nave pra longe. As lembranças do expatriado não mais navegam… Flutuam. Ele repete, agora em voz alta: “Vou voltar/ Sei que ainda vou voltar/ Não vai ser em vão/ Que fiz tantos planos/ De me enganar/ Como fiz enganos de me encontrar/ Como fiz estradas/ De me perder/ Fiz de tudo e nada/ De te esquecer.”. Eu te amo, meu Brasil!

Estrelas enviam ao moço exilado abraços em código Morse. Dizem-lhe que tudo na vida é impermanente, e aquilo que ora o atormenta e machuca, um dia, com certeza, não se fará mais presente. O alumiado do navio expele reflexos tênues, deixando nas águas do oceano marcas sutis. O pranto doído do jovem esvai-se pelos ares, cheio de saudades de seu povo e de seu país que tristemente ele vai deixando para trás.

Uma brisa marinha traz de volta o murmulho do expatriado, transformando-o em notas musicais. Nas praias de seu país, os que ali se encontram, ouvem, em forma de canção, o juramento do moço infeliz: “Vou voltar/ Sei que ainda vou voltar/ Para o meu lugar/ Foi lá e é ainda lá/ Que eu hei de ouvir cantar/ Uma sabiá/ Cantar uma sabiá.”.

E todos tiveram a certeza de que ele cumpriria sua palavra.

Obs.: Clique no link para ouvir a música: SABIÁ

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Historiando Chico Buarque – GENI E O ZEPELIN

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Joga pedra na Geni/ Joga pedra na Geni/ Ela é feita pra apanhar/ Ela é boa de cuspir/ Ela dá pra qualquer um/ Maldita Geni. (Chico Buarque)

Geni nasceu rebento de mãe-menina e estrangeiro. Mal sentira as cruezas da vida, o pai fez-se ausente, indo seduzir em outras plagas. Cresceu carente, em meio ao desamor e ao desamparo. Adolescente, viu a mãe partir nos braços da tísica galopante, ficando só, num mundo sem deleites. E a frágil flor, que do fruto inepto brotara, teve que decidir: definhar ou resistir. E é por isso que “De tudo que é nego torto/ Do mangue e do cais do porto/ Ela já foi namorada”. Sua figura mirrada é a única arma de sobrevida, portanto, “O seu corpo é dos errantes/ Dos cegos, dos retirantes/ É de quem não tem mais nada”. E a flor machucada “Dá-se assim desde menina/ Na garagem, na cantina/ Atrás do tanque, no mato”. E consigo nem se importa, “É a rainha dos detentos/ Das loucas, dos lazarentos/ Dos moleques do internato/ E também vai amiúde/ Co’os velhinhos sem saúde/ E as viúvas sem porvir/ Ela é um poço de bondade”. Todos os becos e ruas sabem que “(E) é por isso que a cidade vive sempre a repetir/ Joga pedra na Geni/ Joga pedra na Geni/ Ela é feita pra apanhar/ Ela é boa de cuspir/ Ela dá pra qualquer um/ Maldita Geni.”!

Como a vida tem seus tempos e contratempos “Um dia surgiu, brilhante/ Entre as nuvens, flutuante/ Um enorme zepelim/ Pairou sobre os edifícios/ Abriu dois mil orifícios/ Com dois mil canhões assim”. Nem é preciso dizer que “A cidade apavorada/ Se quedou paralisada/ Pronta pra virar geleia”. Exasperadas, as pessoas clamavam aos céus, sem saber o que estava por vir, “Mas do zepelim gigante/ Desceu o seu comandante/ Dizendo: – Mudei de ideia”. E calmamente ele se explicou: “-Quando vi nesta cidade/ Tanto horror e iniquidade/ Resolvi tudo explodir/ Mas posso evitar o drama/ Se aquela formosa dama/ Esta noite me servir”. Quem seria tal dama a atrair tão desconhecido e exótico viajante? – perguntaram-se todos. “Essa dama era Geni.”. Perplexas, as gentes, em coro, responderam: “Mas não pode ser Geni/ Ela é feita pra apanhar/ Ela é boa de cuspir/ Ela dá pra qualquer um/ Maldita Geni.”.

Ainda que o perigo fosse iminente, as damas da cidade invejaram a escolha feita pelo dito visitante: “Mas, de fato, logo ela/ Tão coitada e tão singela/ Cativara o forasteiro/ O guerreiro tão vistoso/ Tão temido e poderoso/ Era dela prisioneiro”. Mas Geni rejeitou a preferência, pois “Acontece que a donzela/ – e isso era segredo dela –/ Também tinha seus caprichos/ E a deitar com homem tão nobre/ Tão cheirando a brilho e a cobre/ Preferia amar com os bichos”. Atemorizaram-se os citadinos com a negação, pois viam em Geni a única salvação. E foi assim que “Ao ouvir tal heresia/ A cidade em romaria/ Foi beijar a sua mão/ O prefeito de joelhos/ O bispo de olhos vermelhos/ E o banqueiro com um milhão”, em uníssono imploraram: “Vai com ele, vai, Geni/ Vai com ele, vai, Geni/ Você pode nos salvar/ Você vai nos redimir/ Você dá pra qualquer um/ Bendita Geni”! E “Foram tantos os pedidos/ Tão sinceros, tão sentidos/ Que ela dominou seu asco”.

Geni, o poço de bondade, “Nessa noite lancinante/ Entregou-se a tal amante/ Como quem dá-se ao carrasco/ Ele fez tanta sujeira/ Lambuzou-se a noite inteira/ Até ficar saciado”. No virar da noite para o dia, quando “(E) nem bem amanhecia/ Partiu numa nuvem fria/ Com seu zepelim prateado”. E Geni “Num suspiro aliviado/ Ela se virou de lado/ E tentou até sorrir” por ter cumprido um favor tão sofrido e desmedido, pra salvar aquela gente. “Mas logo raiou o dia/ E a cidade em cantoria/ Não deixou ela dormir”. Com banda e escárnio, a cidade pôs-se inteira a bramir: “Joga pedra na Geni/ Joga bosta na Geni/ Ela é feita pra apanhar/ Ela é boa de cuspir/ Ela dá pra qualquer um/ Maldita Geni”.

Mortificada com tamanha ingratidão, Geni, o poço de bondade, pôs-se a rezar para que o comandante do zepelim gigante voltasse pra buscá-la. E foi assim que, ao cair da noite, todo o céu da cidade iluminou-se, e as gentes em aflição viram que o navegante das estrelas voltara. A espaçonave pousou na praça, e o brilhante visitante tomou nos braços sua amante. A nave alçou os céus e Geni virou princesa encantada na boca dos viventes. Bendita Geni!

Obs.: Clique no link para ouvir GENI E O ZEPELIM

Nota: Nude, obra de Leonid Afremov

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