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A HORA DOS RUMINANTES (1) – SEU AUTOR

Postado por Lu Dias Carvalho

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José Jacinto Pereira Veiga, conhecido na literatura como José J. Veiga, nasceu em Corumbá/ Goiás, lá pelos idos de 1915 e morreu no Rio de Janeiro em 1999. A sua estréia na literatura foi por volta dos 44 anos de idade com o livro, Os Cavalinhos Platiplanto, um conjunto de 12 contos, com o qual ganhou o prêmio Fábio Prado em 1959.

Além da obra referida acima, José J. Veiga escreveu A Hora dos Ruminantes, A Estranha Máquina Extraviada, Sombras de Reis Barbudos, Os Pecados da Tribo, O Professor Burim e as Quatro Calamidades, De Jogos e Festas, Aquele Mundo Vasabarros, Torvelinho Dia e Noite, A Casca da Serpente, Os Melhores Contos de J. J. Veiga, O Cavalo do Príncipe, O Relógio Belizário, Tajá e Sua Gente e Objetos Turbulentos.

Os livros de J.J. Veiga foram publicados nos Estados Unidos, Inglaterra, México, Espanha, Dinamarca, Suécia, Noruega e Portugal. Ganhou, pelo conjunto de sua obra, a versão 1997 do Prêmio Machado de Assis, em 1997, outorgado pela Academia Brasileira de Letras.

A obra de J.J. Veiga foi chamada de “literatura fantástica” apesar de o próprio autor não aceitar tal rótulo. A grande consagração do escritor deu-se com as duas mais importantes obras de seu acervo: A Hora dos Ruminantes (1966) e Sombras de Reis Barbudos (1972).

Dentre os livros de José J. Veiga, nenhum foi mais lido de que A Hora dos Ruminantes que, sem dúvida, é um livro extraordinário, com sua gente de falar simples e pitoresco, fácil de convívio e praticamente sem ambições.

A história, considerada como uma fábula moderna, passa-se num lugarejo pacato, Manarairema, que de uma hora para outra se vê submetido à vontade de homens desconhecidos e misteriosos que, sem nenhum aviso, acabam por se instalar no lugar. Ninguém sabe de onde eles vêm, se ficarão ali ou o que querem. Os habitantes, gente ingênua e simples pega de surpresa, agem como podem, cada um deles guiado por sua psicologia particular.

Os otimistas pensam que os forasteiros chegaram trazendo toucinho, que anda em falta nas redondezas. Uns ficam com a pulga na orelha. Outros se fecham em seus pensamentos. Uns falam em não curvar a cabeça. Outros dizem que vão enfrentar o perigo, se for preciso. Os amedrontados só fazem chorar ante o desconhecido. Tudo é indagação e curiosidade. O que é? O que não é? O que querem? Por que estão ali?

Os homens misteriosos com seus cães e bois mudam completamente a pacatez da vida de Manarairema, interferindo na vida dos cidadãos, para o bem ou para o mal. Isso é o que iremos ver nesta série de artigos que ora se inicia.

Nota:
Fã que sou de A Hora dos Ruminantes, vou tentar contar o livro, em alguns capítulos, como fiz com o livro de Marc Boulet sobre os dalits. Espero que gostem.

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A CIENTOLOGIA DE TOM CRUISE

Autoria de Lu Dias Carvalho

   Tom Cruise  Autor Tom Cruise

Essa obra (Dianética) provavelmente contém mais premissas e menos evidências por página do que qualquer publicação desde a invenção da imprensa. (Isaac Rabi – prêmio Nobel da Física)

As doenças mentais são condições médicas reais que afetam milhões de americanos. (….) É no mínimo irresponsável que o senhor Cruise utilize suas viagens de divulgação do filme (Guerra dos Mundos), para promover sua visão ideológica particular e dissuadir as pessoas com doenças mentais a buscarem o tratamento de que precisam. (Comunicado: Associação Americana de Psiquiatria/ Aliança Nacional para os Doentes Mentais e Associação de Nacional de Saúde Mental)

Dentre as minhas leituras prediletas estão as biografias, mas, sempre que possível, opto pelas “não autorizadas”, pois me passam a sensação de que são as mais verdadeiras, uma vez que o escritor não se sente refém do sujeito em destaque, tendo que bajulá-lo e contar meias verdades. Foi com base em tais pontos de vista que escolhi a biografia não autorizada de Tom Cruise, escrita por Andrew Morton, escritor britânico, vencedor de inúmeros prêmios.

A escolha de tal livro não se deveu à vida do multimilionário astro norte-americano, com seus inúmeros casamentos, ou à posição de mandachuva que ostenta no seu país, tampouco pelo seu pula-pula no sofá da famosa apresentadora Oprah Winfrey. Deu-se pela ligação umbilical que o ator de Top Gun, Rain Man, Dias de Trovão, Guerra dos Mundos, entre outros filmes, tem com a seita denominada Cientologia. Sempre tive muita curiosidade em conhecer os meandros de tal culto, que comanda os menores passos de tão famoso ator e o porquê de ter amealhado tantas celebridades. E por que é idolatrada por uns e causa asco a outros.

Segundo o escritor Andrew Morton, a Cientologia trata-se de um culto fundado pelo escritor de ficção científica Lafayette Ron Hubbard, em 1954, logo após publicar seu best-seller Dianética – a ciência moderna da saúde mental, a chamada bíblia da Cientologia. Hubbard já estarreceu os incrédulos, quando, em 1947, disse num conferência para escritores de ficção: “Se você deseja se tornar um milionário, a maneira mais rápida de isso acontecer é fundar sua própria religião.”.

A Dianética de Hubbard propunha-se a ocupar o lugar da psiquiatria e da psicoterapia na vida das pessoas. Em seus argumentos ele defendia, entre outras coisas, a cura de vários tipos de doença, tais como: asma, artrite, alcoolismo, úlcera, enxaqueca, doenças coronárias, etc. Outra importância apregoada por ele (e seus seguidores) era a de que a técnica revolucionária “aumentaria a inteligência e eliminaria emoções opressivas, além de curar condições de ateísmo e a homossexualidade.”.

Para o escritor Andrew Morton, “Hubbard fundou sua própria Igreja da Cientologia não apenas para explorar o sucesso financeiro de seu livro, mas também para superar as constantes críticas advindas de psiquiatras e outros cientistas, que afirmavam que suas teorias eram pouco mais do que uma pseudociência não comprovada, além de uma poção mágica intelectual para crédulos.”.

Ao contrário dos cientistas que viam no homem um corpo físico, Hubbard atestava que o homem era na verdade um espírito reencarnado. Assim sendo, ele era o seu próprio deus. E para obter a sua natureza imortal, libertando-se do corpo, bastaria seguir a filosofia religiosa aplicada ensinada por ele. Os críticos da seita argumentavam que a preocupação não era com a alma do indivíduo, mas no reforço de seu próprio ego, pois ele era instado a se tornar o seu próprio deus.

Hubbard dava o nome de “carne-fresca” aos novos membros de sua seita. Esses deviam passar por uma auditoria (parecida com a confissão católica), onde debulhavam a própria vida, mas, para isso, pagavam grandes quantias de dinheiro. Confissões essas que eram arquivadas e usadas como suborno, para caso um membro, ao deixar a seita, falasse mal da Cientologia. O escritor Andrew Morton complementa: “Aos poucos – e muitos milhares de dólares depois – os cientologistas chegariam ao que Hubbard chamava de ‘a ponte’ para alcançar um nível de iluminação.”. E, de ponte em ponte, eles chegariam a tantos níveis superiores de iluminação que controlariam a matéria, a energia, o espaço e o tempo.

A meta principal dos líderes da Cientologia foi sempre conseguir a adesão de celebridades à seita. E, para caçá-las, existe todo um esquema montado. Houve, inclusive, tentativas para atrair John e Yoko Lennon, Michael Jackson, Paul McCartney e sua esposa Linda, mas que não obtiveram resultado positivo. O livro mostra, passo a passo, toda a estratégia que foi usada para cooptar Tom Cruise para seus quadros. Embora tenham se espalhados boatos mundo afora de que Tom Cruise seja gay, Hubbard deixou escrito sobre os homossexuais em um de seus livros: que se a Cientologia não obtivesse sucesso na recuperação desses, a solução seria “desfazer-se deles de maneira silenciosa e sem nenhum pesar.”.

Andrew Morton também conta que os cientologistas aguardam a reencarnação de seu líder Lafayette Ron Hubbard, morto em 1986. E, quando a esposa de Tom Cruise, Katie Holmes, ficou grávida, alguns fanáticos da seita “cogitavam a possibilidade de a atriz ter engravidado por meio de espermatozoides congelados do mestre Hubbard, ficando frustrados com a chegada de uma menina. E ironicamente, Hubbard havia previsto que retornaria à Terra em alguma forma, vinte anos após ter se desprendido do corpo. O certo é que uma casa é mantida impecavelmente arrumada na espera do líder.

Segundo Andrew Morton, a Cientologia reflete a personalidade paranoica de seu fundador, e tem como objetivo dominar o mundo, desprezando as outras religiões. Além disso, faz acusação cerrada aos psiquiatras e outros profissionais da área de saúde, responsabilizando-os por todas as doenças da Terra. São chamados de os “mercadores do caos”.

Obrigada, Tom Cruise e Cientologia por seus conselhos especializados em saúde mental. (O filho esquizofrênico da cientologista Elli Perkins foi impedido por ela de tomar medicamentos prescritos por sua doença, pois isso era contra sua crença. Ele terminou esfaqueando sua mãe 77 vezes no dia do aniversário de L. Ron Fubbard-  cartaz.)

Nota: O livro em questão e seu autor, Andrew Morton.

Fonte de pesquisa:
Tom Cruise – Biografia não Autorizada/ Andrew Morton
Editora Manole/ Publicado em 2008

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