Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Van Gogh – LES ALYSCAMPS

Autoria de Lu Dias Carvalho

Les Alisc I   Les Alisc II

O pintor holandês Vincent van Gogh, que em vida conseguiu vender somente um quadro, tendo passado as piores privações, a ponto de pensar em parar de pintar, teve recentemente uma de suas obras leiloadas, em Nova York, por nada menos do que a cifra de US$ 66,3 milhões. Em 1990, o quadro Retrato de Dr. Gachet foi arrematado por US$ 82,5 milhões. Observe o leitor que eu me refiro a dólares. Mesmo tendo pintado 879 quadros, em menos de uma década, Van Gogh só conseguiu vender A Vinha Vermelha, por um valor insignificante. Atualmente, seus quadros estão entre os mais caros do mercado das grandes obras de arte. Quanta ironia o tempo provoca!

A tela Les Alyscamps (primeira gravura), que mostra uma cena outonal com suas árvores flamejantes e chão dourado, foi pintada no sul da França, em 1888, tendo sido inspirada pela arte do pintor francês Paul Gaugain, após sua chegada a Arles, ocasião em que o artista holandês convidou o amigo para conhecer os lugares onde gostava de pintar. E juntos, no antigo cemitério conhecido como “Les Alyscamps”, necrópole edificada pelos romanos, fora dos muros da cidade, os dois puseram-se a pintar, comportamento comum entre eles, cada um fazendo a sua versão. Na ocasião, também foi pintado por Van Gogh outro par de telas, denominado Queda das Folhas de Outono, num total de quatro telas, enquanto Paul Gauguin pintou duas, em razão da rapidez das pinceladas do artista holandês, o que não agradava muito a seu colega, que pintava com calma.

A composição Les Alyscamps é na verdade um par de quadros, tendo o primeiro sido vendido em 2003 por US$ 11,76 milhões (segunda gravura).

Fichas técnicas
Ano: 1888
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 92 x 74 cm
Gênero: Pintura de paisagem
Localização: coleção particular

Ano: 1888
Técnica: tinta a óleo
Dimensões: 92 x 73,5 cm
Gênero: Pintura de paisagem
Localização: Coleção Basil P. E Elise Goulandris, Laussane, Suiçã

Fontes de pesquisa
http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2015/05/06/quadro-de-van-gogh
http://en.wikipedia.org/wiki/Les_Alyscamps

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Picasso – AS MULHERES DE ARGEL

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Mais uma obra do mercado da arte surpreende pelo preço alcançado em leilão. Desta vez trata-se de As Mulheres de Argel, obra do pintor espanhol Pablo Picasso, pintada em 1955, que foi arrematada por nada mais e nada menos do que 179, 3 milhões de dólares, em Nova York. Que loucura! Ou a imensa maioria das pessoas possui dinheiro de menos, ou os ricaços perderam totalmente a noção do valor de suas fortunas. Será que alguém aqui tem a noção do que é possível fazer com uma quantia tão exorbitante? Confesso que não tenho. Chega a ser um escândalo, diante da vida miserável que tantas pessoas levam neste nosso velho mundo, onde a saúde e a educação andam sempre em decadência, na maioria dos países.

Esta obra de Picasso representa uma cena passada num harém, sem dúvida alguma inspirada nas Mulheres de Argel em seu Apartamento, de Eugéne Delacroux. O valor conseguido foi o mais alto já atingido num leilão, pago por uma obra de arte. E a disputa entre os interessados só durou 11 minutos, como se estivessem a comprar vinhos. A obra mais cara, vendida em leilão foi Três Estudos de Lucian Freud, de Francis Bacon, vendida por US$ 142 milhões, em 2013.

Que mundo louco, meu Deus!

Fontes de pesquisa:
Jornal do Brasil
Correio do Povo

Ficha técnica
Não encontrei dados para compor a ficha técnica. Quem conseguir, peço repassar para mim.

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Botero – O KAMA SUTRA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Eu estava trabalhando numa escultura de uma mulher reclinada e não conseguia encontrar a solução da composição como queria. De repente, ocorreu-me que se colocasse uma figura masculina acima, como se fizessem amor, poderia conseguir uma melhor composição. Eu nunca tinha feito nada parecido com isso. Pensei ter encontrado uma adição muito importante para determinada solução ousada da plástica. Terminei esta escultura, fiz uma segunda, depois uma terceira e eu estava entrando no assunto de forma gradual. Então comecei a desenhar e ler o Kama Sutra, curioso. Pensei que fosse um tratado que mostrasse muitas posições amorosas, mas a verdade é que há muito pouco sobre isso, pois é um tratado de amor. (Fernando Botero /2013)

Há um grande potencial em dois corpos que se entrelaçam em diferentes posições. Posso explorar elementos do corpo humano de forma livre, em composições inesperadas. (Fernando Botero)

Botero conseguiu tratar do assunto com elegância e sensualidade. (Fernando Padilha, diretor da Galeria El Museio, em Bogotá)

Depois da explicação acima, dada por Fernando Botero, ele passou a criar o seu “Boterosutra”, tomando como inspiração o antiquíssimo texto indiano “Kama Sutra”, que descreve certo número de posições sexuais. Em 2013, o artista já contava com 70 imagens e tencionava fazer mais. E, como não poderia deixar de ser, trata-se do trabalho mais sensual de Botero, que em hipótese alguma tem algo a ver com pornografia. Tanto é que as figuras retratadas não mostram o sexo, mas apenas as posições, o que  torna sua obra incomparavelmente menos erótica do que a original. O próprio Botero explica: “As imagens têm um tratamento muito leve, inocente, potencializam mais o lado poético do que o significado.”.

As técnicas usadas pelo artista são variadas, como carvão, aquarela, lápis, pastel e giz vermelho, etc.

Fonte de pesquisa:
Folha de São Paulo/ 18 novembro de 2013

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Botero – OS AMANTES / A MÃO DO ARTISTA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Minhas esculturas não transportam qualquer mensagem especial – nem social, nem qualquer outra. Não penso que a arte possa alterar a situação política. As minhas esculturas não têm qualquer significado simbólico. Só me interessa a forma – superfícies redondas, que dão ênfase à sensualidade do meu trabalho. (Fernando Botero)

Fernando Botero começou a trabalhar com a escultura entre 1963 e 1964, mas como bronze era muito caro e em razão de seus parcos recursos usava a resina acrílica e a serradura, mas o material não satisfazia o artista, pois era muito poroso e efêmero.

Já em Paris, e melhor financeiramente, em 1976 e 1977 Botero retornou à escultura, tendo no bronze o seu material predileto. Ele exige de suas esculturas a mesma linha de suas pinturas. Os tipos são roliços e o acabamento esmerado. As peças fundidas são perfeitas, brilhantes e lisas. Seus nus femininos parecem bastante com as deusas da fertilidade dos primórdios da arte pré-histórica.

O trabalho de esculpir de Botero é primeiro feito em barro. Depois é produzido um modelo em gesso e, a seguir,  a obra é feita no material escolhido. Muitas de suas esculturas são colossais, mas ainda assim já percorreram várias partes do mundo.

A segunda escultura acima, denominada a Mão do Artista, trata-se da mão gigantesca de Botero, que fica na entrada do Museu Botero, em Bogotá, Colômbia.

Ficha técnica de Os Amantes
Ano: 1982-1983
Técnica: bronze pintado
Dimensões: 92 x 55 x 56 cm
Localização: Coleção particular

Ficha técnica de Mão do Artista – não encontrada

Fonte de pesquisa
Botero/ Taschen

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Botero – ABU GHRAIB

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Fui apenas um artista, tentando modelar meus sentimentos numa tela. Não fui um profeta, mas um artista que tentava libertar essa raiva. Após terminar a série, a raiva desapareceu, porque eu já havia dito tudo que precisava dizer. (Fernando Botero)

A série produzida por Fernando Botero em 2005, com o título de Abu Ghraib, despertou a atenção mundial, ao colocar em foco a situação dos presos políticos da prisão Abu Ghraib, durante a Guerra do Iraque. A temática usada foi a tortura aplicada pelas forças norte-americanas aos prisioneiros de guerra.

Botero fez mais de 78 pinturas e 100 desenhos para a série, durante um período de um ano e dois meses. As figuras são volumosas e há o uso de cores fortes, o que dá um forte e chocante contraste.

O artista evidencia o sofrimento diante da crueza da guerra, onde o ser humano é despido de toda a sua humanidade. É terrível o que aconteceu na prisão de Abu Ghraib, construída por Sadam Hussein para supliciar os partidários contrários a seu regime. Contudo, com a guerra e a vitória dos Estados Unidos, ela se converteu em centro de tortura dos aliados contra Sadam, numa terrível ironia do destino. Na sua maioria, a série é feita sob a perspectiva da vítima. Elas são destacadas nuas, amarradas, encapuzadas, ameaçadas por cães, estupradas, etc.

Segundo o artista, a sua série tinha como motivo expressar a raiva que sentia dos EUA, por seu comportamento inaceitável. Botero condena toda e qualquer forma de violência, venha ela de onde vier. Ele também criou obras denunciando os abusos da guerrilha colombiana.

Nota: ficha técnica não encontrada.

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Botero – BAILARINA NA BARRA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Bailarina na Barra, de Fernando Botero, é uma das minhas preferidas.

A maior parte da tela é preenchida com a bailarina aplicada que faz seus exercícios na barra de sua escola de dança, como mostra o espelho ao fundo, onde se reflete sua rechonchuda figura e uma parede verde.

Apesar de ser muito volumosa, a garota não aparenta dificuldade ao executar o difícil exercício, mostrando-se muito flexível. Ao contrário das garotas que fazem balé, seu cabelo não está preso num coque, mas solto, caindo-lhe pelas costas, enfeitados com uma flor violácea que combina com as cores da sapatilha e dos brincos. Sua saia pregueada aumenta ainda mais o seu volume, e deixa à vista suas calçolas.

À esquerda da bailarina, uma porta com uma cortina vermelha conduz a outro ambiente.

Ficha técnica
Ano: 2001
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 164 x 116 cm
Localização: Coleção particular

Fonte de pesquisa
Botero/ Taschen

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