Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Botero – AS COSTUREIRAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição As Costureiras é um desses encantamentos produzidos por Fernando Botero. Aqui estão quatro roliças mulheres costurando. Com tanto tecido à vista, certamente elas estão a costurar para uma fábrica.

Uma delas, a de vestido verde, está de costas para o observador, com os braços levantados, escolhendo a peça de tecido a ser usada. Traz um pequeno relógio num braço e uma pulseira vermelha no outro, que combina com os brincos. É a de pele mais escura do grupo. Seus cabelos crespos caem-lhe pelas costas.

A mulher de azul é a única a olhar para fora da tela, como se pedisse orientação a alguém. Ela se encontra diante de uma mesa, onde se estende um tecido amarelo com finas listras vermelhas. A tesoura aberta em sua mão direita significa que está prestes a cortar o tecido. Seus cabelos cacheados descem-lhe pelas costas.

A mulher de vestido cor-de-rosa, de perfil, assentada numa cadeira, costura um tecido vermelho. Seus olhos estão focados atentamente no seu trabalho. Seus cabelos escorridos também caem-lhe pelas costas.

A mulher de vestido marrom, costurando numa antiquada máquina, parece ser a mais importante do grupo. Possui a pele mais clara dentre as quatro. Suas unhas estão pitadas de vermelho, tem os cabelos cacheados, brincos vermelhos e traz as pernas cruzadas debaixo do gabinete da máquina.

Um gato gorducho, deitado num tapete da cor de seus olhos, está de olho no observador. Ele tem o pelo rajado e as partes inferiores brancas.

Ficha técnica
Ano: 2000
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 205 x 143 cm
Localização: Coleção particular

Fonte de pesquisa
Botero/ Taschen

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Botero – OS AMANTES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Na composição Os Amantes do artista colombiano Fernando Botero, a mulher prepara-se para dormir. O homem, diminuto, já se encontra debaixo do cobertor, aparentemente dormindo, pois traz os olhos fechados. Ela se encontra sentada na cama de casal, com parte do rosto encoberto pela camisola que veste. Seus cabelos compridos caem-lhe pelas costas.

Botero usa o nu feminino para expressar com intensidade as formas volumosas. São mulheres roliças, sem vestígio de cintura, com maciças coxas e traseiros protuberantes. Apesar disso, elas possuem boca pequena, seios minguados, diminutos órgãos genitais externos reduzidos a um ínfimo triângulo de pelos escassos. Não carregam qualquer compromisso com a elegância, mas ainda assim são figuras fascinantes, sem angústias, embora haja quem as rejeite. Eu as acho muito fofinhas.

As mulheres de Botero, ainda que se apresentem nuas, não carregam qualquer tipo de erotismo, paixão ou gozo. Ao contrário, mostram-se como mulheres acanhadas, recatadas e, em muitos quadros, respeitáveis, protetoras e maternais. Seus companheiros são quase sempre bem menores. Por isso, o escritor italiano Alberto Moravia assim define os homens e as mulheres da obra de Fernando Botero:

Elas não podem manter uma relação com os seus companheiros, nem se entregarem ou se unirem a eles. E os companheiros, não mais perfeitos que elas, estão expostos às mesmas limitações. É como um destino que ambos estão obrigados a cumprir. Os homens e as mulheres do mundo amórfico de Botero podem, na melhor das hipóteses, gostar uns dos outros e manter uma amizade fraca, mútua e idealizada que não conhece a paixão.

Ficha técnica
Ano: 1969
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 190 x 155 cm
Localização: Galerie Brusberg, Berlim, Alemanha

Fonte de pesquisa
Botero/ Taschen

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Botero – OS APAIXONADOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Em Os Apaixonados, Fernando Botero apresenta um rechonchudo casal, debaixo de uma macieira, sobre uma toalha vermelha, aberta sobre o relvado verde com maçãs vermelhas espalhadas. O homem, vestindo um terno azul, camisa branca, chapéu preto e gravata, parece-se com um sério senhor, que com o braço esquerdo apoiado na toalha, na pose de pensador, ajeita os óculos.

Embora o espaço seja público, e bem próximo à cidade ao fundo, onde se vê a torre de uma igreja, a mulher encontra-se nua, com a saia de baixo sobre a perna direita, enquanto o vestido azul encontra-se jogado a seus pés. No cabelo ela traz um laço e na mão direita uma maçã. Ele está deitado de perfil e ela sentada sobre ele. Ambos encaram o observador sem demonstrar timidez ou lascívia.

Ficha técnica
Ano: 1973
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 183 x 190 cm
Localização: Coleção particular

Fonte de pesquisa
Botero/ Taschen

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Botero – O CASAMENTO DE ARNOLFINI

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O Casamento de Arnolfini, obra (presente neste blog) do mestre van Eyck, é uma das pinturas mundialmente famosas. E, como tal, Fernando Botero não poderia deixá-la passar imune a seus pincéis. O artista colombiano criou uma maravilhosa paráfrase da obra, assim como o nosso Maurício de Souza (gravura menor).

Sobre a arte de parafrasear obras famosas, Fernando Botero explicou:

Estes temas são tão importantes para mim à medida que se tornam populares e mais ou menos pertencentes a todos. Só então posso fazer algo diferente com eles. Por vezes, desejo apenas compreender uma pintura de forma mais profunda e completa, a sua técnica e o espírito que a conduz.

Ficha técnica
Ano: 1978
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 135 x 118 cm
Localização: Coleção particular

Fonte de pesquisa
Botero/ Taschen

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Botero – A CASA DE MARIDUQUE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Na juventude de Fernando Botero, a cidade de Medellin era mais conhecida pelos alegres estabelecimentos situados na zona da prostituição. Dentre eles encontravam-se A Casa de Mariduque que serviu de inspiração para a obra acima e A Casa de Ana Molina.

Podemos observar que todas as figuras da composição são volumosas. Diante da pergunta feita a Fernando Botero, questionando-o sobre o porquê de pintar figuras gordas, ele respondeu: “Não, eu não pinto pessoas gordas.”. O que o artista quer dizer é que ele possui um estilo próprio, o de pintar todas as coisas volumosas, quer sejam pessoas, animais ou objetos.

Na pintura acima, tudo é volumoso: as pessoas, o gatinho (ou gatão), a vassoura, a banana jogada no chão, os cigarros espalhados, os pernilongos, etc. A arrumadeira assume um tamanho menor, talvez para mostrar que nada tem a ver com a cena que se desenrola, sendo apenas uma senhora (ou senhorita) de família a trabalhar no local.

Embora rechonchudas, com gigantescas ancas, as mulheres possuem os seios atrofiados. Há somente uma figura masculina na tela, possivelmente embriagada, deitada debaixo da cadeira da única mulher nua da composição, que traz uma manta florida nos joelhos.

Ficha técnica
Ano: 1970
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 180 x 186 cm
Localização: Coleção particular

Fonte de pesquisa
Botero/ Taschen

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Botero – MONA LISA COM 12 ANOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Minha Mona Lisa não é a de Leonardo Da Vinci. Pode-se usar um mesmo tema e criar um quadro totalmente diferente. Aí reside a verdadeira originalidade, tomar emprestados personagens que todos já tenham feito e fazê-los de maneira diferente. (Fernando Botero)

Depois de estudar arte em várias partes do mundo, Fernando Botero retornou a Bogotá, Colômbia, onde deu início à sua coleção de paráfrases de obras mundialmente famosas, encontradas nos museus europeus, sendo Mona Lisa com 12 Anos uma delas. Ao parafrasear tais obras, ele mostra que o estilo é mais importante do que o tema numa pintura.

A composição Mona Lisa com 12 Anos representou a Colômbia, em 1959, na Bienal de São Paulo, ao lado de duas obras de dois pintores colombianos, contudo, esta não é mais famosa. A segunda é a mais conhecida. Foi pintada em 1978 e encontra-se no Museu Botero, em Bogotá. Sobre a arte de parafrasear obras famosas, Fernando Botero explicou:

Estes temas são tão importantes para mim à medida que se tornam populares e mais ou menos pertencentes a todos. Só então posso fazer algo diferente com eles. Por vezes desejo apenas compreender uma pintura de forma mais profunda e completa, a sua técnica e o espírito que a conduz.

Ficha técnica
Ano: 1959
Técnica: óleo e têmpera sobre tela
Dimensões: 211,5 x 195,5 cm
Localização: The Museum of Modern Art, Nova Iorque, EUA

Fonte de pesquisa
Botero/ Taschen

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