Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

El Greco – COROAÇÃO DA VIRGEM

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Coroação da Virgem é uma das muitas versões deste tema, feitas pelo artista El Greco.

A Virgem encontra-se em seu trono, feito de nuvens, tendo aos pés a lua crescente, sustentada por três anjinhos. Ela está sendo coroada pela Santíssima Trindade: o Pai, à sua esquerda; O Filho, à direita e o Espírito Santo, em forma de pomba, acima da majestosa coroa, tendo atrás de si um foco de luz dourada.

Anjos e querubins observam a cena da coroação da Virgem.

Ficha técnica
Ano: 1590-1591
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 90 x 100 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fonte de pesquisa
El Greco/ Editora Girassol

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El Greco – ANUNCIAÇÃO OU ENCARNAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Anunciação, também conhecida como Encarnação, foi pintada para ornamentar o Colégio de Maria de Aragão, onde os alunos preparavam-se para o seminário. A observância da castidade da Virgem deveria exortar os seminaristas a permanecerem castos na aceitação de seus votos e deveres.

Maria, ainda bem jovenzinha, encontra-se em seu genuflexório, em oração, quando recebe a visita do anjo Gabriel. Ela veste uma túnica avermelhada, coberta por um manto cinza-azulado, que desce de sua cabeça ao chão.

O anjo mensageiro, à frente de Maria, encontra-se numa nuvem, com um manto verde, asas abertas e mãos cruzadas sobre o peito. A Virgem encara-o com submissão. O Espírito Santo, em forma de pomba, emergindo de um foco de luz dourada, paira sobre eles, enquanto no céu, na parte superior da tela, um grupo de anjos músicos, sentados sobre aos nuvens, tocando seus instrumentos e cantando, regozijam-se com o mistério da encarnação.

Entre os pés de Maria e do anjo encontra-se um cesto com panos brancos, que contém uma planta de folhas verdes, como se as flores fossem velas em chamas, aludindo à sarça ardente, a mesma vista por Moisés, ao receber as Tábuas da Lei, provavelmente simbolizando que, embora ardesse pelo fogo, a sarça não era consumida, assim como a Virgem, que continuava pura, mesmo após receber a boa nova de que seria mãe do filho de Deus.

Esta obra de El Greco é uma junção de luz e cores, onde a Virgem é iluminada pela luz que emana do Espírito Santo.

Ficha técnica
Ano: 1597-1600
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 315 x 174 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fonte de pesquisa
El Greco/ Editora Girassol

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El Greco – SÃO JOSÉ COM O MENINO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição São José com o Menino faz parte do retábulo (construção de madeira, de mármore, ou de outro material, com lavores, que fica por trás e/ou acima do altar e que, normalmente, encerra um ou mais painéis pintados ou em baixo-relevo) principal que ornamenta a Capela de São José. Ele é o santo patrono.

Ao contrário de outras obras, que sempre mostram o santo como carpinteiro e, aparentemente distante da vida de Jesus, El Greco foge a esse convencionalismo, mostrando-o como protetor do Menino, que se segura firmemente a ele, envolvendo-o com seus dois bracinhos e encostando sua cabeça com cachos dourados em seu corpo, quando caminham de volta a Nazaré.

O Menino Jesus usa uma túnica de cor rosada, que contrasta com a túnica esverdeada e o manto amarelo do santo. Ele se encontra de perfil, mas traz a cabecinha virada para o observador. São José, com os olhos voltados para baixo, fita a criança, num misto de amor e vigilância. Enquanto segura seu cajado com a mão direta, protege a criança com a esquerda. A mão da criança parece muito grande para o seu tamanho. Ambos se encontram descalços.

São José e o Menino Jesus caminham, enquanto três anjos, em posições difíceis de serem imaginadas, descem do céu e lançam flores e coroas de louro à passagem dos dois. O anjo mais velho, no centro, usa uma túnica vermelha, mas os menores estão nus, com suas asinhas visíveis.

A cabeça de São José situa-se abaixo dos três anjos, centralizada na composição. Seu rosto é alongado e a barba pontuda, típico das figuras de El Greco.

Ficha técnica
Ano: 1597-1599
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 289 x 147 cm
Localização: Capela de São José, Toledo Espanha

Fonte de pesquisa
El Greco/ Editora Girassol

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El Greco – ESPÓLIO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O quadro O Espólio, também conhecido como Desnudamento de Cristo, adorna a sacristia da Catedral de Toledo e, chama a atenção, sobretudo, pela visível mancha vermelha na túnica de Jesus, além de mostrar lembranças do estilo bizantino na arte de El Greco. É uma das obras-primas do artista, onde existem elementos reais e abstratos. Nele se encontra um grande ajuntamento de pessoas em volta de Jesus, sendo visíveis apenas a cabeça de algumas delas.

Na composição, Cristo ocupa a parte central da cena, sendo o centro real da obra,  impactando-a com sua figura majestosa, vestida até os pés com uma túnica de cor vermelha vibrante, em meio a um amontoado de figuras, atraindo para si o olhar do espectador. É a única figura mostrada frontalmente em toda a composição. Ele será despojado de suas vestes, pois fora condenado. Seus olhos marejados dirigem-se aos céus, pedindo ao Pai forças para aguentar tamanho sofrimento. Traz na mão direita, que se apoia no peito, uma corda que é puxada por um dos verdugos. Seus pés jazem em meio a pedras espalhadas.

À esquerda de Jesus, um personagem abaixado, vestindo um colete amarelo,  prepara a cruz de madeira, fazendo um furo, para a crucificação. Ele se encontra alheio ao barulho da turba, absorto em seu trabalho. E Cristo, mesmo em meio ao alarido, permanece calmo diante das agruras que o aguardam. Maria, abaixo e à direita de Jesus, observa o homem que trabalha a cruz. Ela está coberta por um manto roxo, tendo atrás de si Maria Madalena e, à frente, a outra Maria, com um manto amarelo, de costas para o observador. São as chamadas Três Marias, que se encontram num plano imaginário, bem mais baixo do que o fundo do quadro.

Esta composição traz vários aspectos inusitados, como o homem, à direita de Cristo, usando uma armadura brilhante, que traz refletidas as cores do manto de Jesus e o das mulheres; um homem que aponta seu dedo para Cristo e a presença das Três Marias. Tais aspectos indicam que El Greco ajuntou vários episódios da Paixão de Cristo num único momento. O que leva a crer que o homem de armadura seja Pilatos ou Herodes e, que a figura que aponta o dedo para Jesus seja um dos sacerdotes que o acusaram, e as Três Marias são aquelas mencionadas nos evangelhos de João e Lucas.

Ficha técnica
Ano: 1577-1579
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 285 x 173 cm
Localização: Catedral, Toledo, Espanha

Fontes de pesquisa
El Greco/ Editora Girassol
Pintura na Espanha/ Jonathan Brown

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El Greco – ENTERRO DO CONDE DE ORGAZ

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Enterro do Conde de Orgaz é considerada a principal obra de El Greco em que ele, pela última vez, põe em cena todos os seus recursos pictóricos, pois a partir daí passou a eliminar de seu trabalho tudo aquilo que considerava desnecessário. A obra é tida como um marco da pintura maneirista, sendo de extrema originalidade. O pintor – tido hoje como um um dos mais importantes pintores do Maneirismo europeu – dividiu a composição horizontalmente em duas partes: o corpo do conde sendo enterrado embaixo e sua alma chegando aos céus, na parte de cima cima.

Esta obra foi pintada 250 anos depois da morte do conde de Orgaz. Sua inspiração nasceu da lenda de que, ao ser sepultado, dois santos desceram do céu – Santo Agostinho e Santo Estêvão – e tomaram seu corpo nos braços e o depuseram na túmulo. Portanto, estão representadas a morte a ressurreição do conde.

O conde Gonzalo Ruiz de Toledo era famoso como benfeitor de instituições religiosas, principalmente da igreja de Santo Estêvão e dos agostinianos de modo que, antes de morrer, deixou para a Igreja de São Tomé, onde queria ser sepultado, as rendas de sua vila. Este quadro foi encomendado pela referida igreja ao pintor El Greco em sua homenagem. A iconografia foi aceita pela Igreja que viu na obra do artista o ensinamento de que as boas obras, com a ajuda dos santos, conduzem à salvação.

Na parte terrena, a tela apresenta uma enorme procissão liderada pelo sacerdote e pelos clérigos que estão realizando o ofício do sepultamento do conde. Os dois personagens de amarelo, ricamente vestidos, representam Santo Agostinho e Santo Estêvão segurando o corpo do conde. O primeiro segura-lhe a cabeça e o segundo os pés, para postá-lo na sepultura, enquanto são observados por um grande número de pessoas trajadas com as roupas sóbrias da época. Também encontram-se presentes importantes figuras da cidade de Toledo, incluindo o próprio pintor (acima de Santo Estêvão, fitando o observador). Esta é, sem dúvida, uma das características mais notáveis da composição, ao usar os retratados para fazer o limite entre o céu e a terra.

O pároco da igreja de São Tomé é o responsável pela oficialização da cerimônia fúnebre. Ele se encontra na extrema direita da tela, de costas para o observador, com as mãos abertas, olhando para o céu. Outro oficiante encontra-se a seu lado, de perfil, fazendo a leitura da Bíblia. Ao lado direito deste, um homem segura a cruz do cortejo, responsável por fazer a ligação entre a cena da terra com a do céu.

O pintor apresenta com pormenores a aparência das pessoas e dos objetos, a exemplo da armadura do conde; a palidez do defunto; a meticulosa representação dos paramentos eclesiásticos e a transparência da veste branca, sobrepeliz, usada sobre a batina preta do sacerdote que oficia a cerimônia fúnebre e olha absorto para o céu.

O garotinho que aparece abaixo, à esquerda da composição, apontando para o conde e os dois santos com a mão esquerda, e segurando na direita um círio funerário, é Jorge Manuel, o único filho do pintor, quando tinha oito anos. No lenço que aparece no seu bolso está a data de seu nascimento. Ele e seu pai são as duas únicas figuras a olhar para o observador. Atrás dele se  encontra São Francisco. O gesto de apontar era usado na pintura sacra como indicativo de que uma lição estava sendo ensinada e, no caso, significa que “as boas ações são responsáveis para garantir a absolvição e a salvação da alma”.

Na parte superior, um céu cheio de glória paira sobre a cena. Um anjo com um manto amarelo no colo e cabelos dourados leva a alma do conde Ruiz ao julgamento, como se ela fosse o fantasma de uma criança. Mais acima, a Virgem Maria abaixa-se para receber a alma do conde, enquanto São João Batista, quase nu, intercede a Jesus Cristo pela alma do morto, cercado por anjos e santos. Atrás da Virgem está São Pedro, com as chaves do Reino dos Céus, responsável por abri-lo para receber a alma do conde.

A parte superior da tela que representa a cena celestial é intensa, movimentada, vibrante e abstrata, ao contrário da inferior – que representa o mundo terreno – que é solene e hirta. Embora aparentemente frágeis, as nuvens sustentam inúmeras e pesadas criaturas. Além das figuras de Jesus e da Virgem, todo o céu está tomado pelos apóstolos, santos, anjos músicos e querubins.

Ficha técnica
Ano: 1586-1588
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 480 x 360 cm
Localização: Igreja de Santo Tomé, Toledo, Espanha

Fontes de pesquisa
El Greco/ Editora Girassol
Renascimento/ Editora Taschen
Pintura na Espanha/ Jonathan Brown
Arte em Detalhes/ Publifolha

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El Greco – PURIFICACAÇÃO DO TEMPLO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Purificação do Templo, também conhecida como Expulsão dos Mercadores do Templo, é baseada na passagem dos Evangelhos que narra a presença de Jesus no Templo, inconformado com os vendilhões que ali se encontravam.

El Greco, que fez desta obra duas versões anteriores, demonstra o seu grande conhecimento no desenho de arquitetura e perspectivas geométricas, embora o emprego dos contrastes cromáticos ainda deixem a desejar. É a primeira obra que adota totalmente o estilo veneziano.

É possível observar no Templo, um grande número de vendilhões, composto por homens e mulheres com os seios à vista. As pessoas encontram-se assustadas e agitadas em volta de Cristo, muitas delas tentando se proteger das chicotadas. Espalhados pelo chão estão gaiolas e cestos com animais.

Ficha técnica
Ano: 1570-1572
Técnica: têmpera sobre painel
Dimensões: 65 x 83 cm
Localização: Galeria Nacional, Washington, EUA

Fonte de pesquisa
El Greco/ Editora Girassol
Pintura na Espanha/ Jonathan Brown

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