Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Kandinsky – INTERIOR

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Por anos e anos procurei fazer com que os espectadores passeassem nos meus quadros. Queria forçá-los a esquecer, e desaparecer ali dentro. (Kandinsky)

A composição Interior, também conhecida como Minha Sala de Jantar, retrata o estudo da sala de almoço do apartamento de Kandinsky e de sua companheira Gabriele Münter, em Munique, na Alemanha.

Um aparador e um aquecedor delimitam a área de passagem na sala. Sobre ele se encontram um prato, o que parece ser um abajur e outros pequenos objetos. Duas enormes portas conduzem a outros aposentos. Uma delas leva a um segundo ambiente, sendo possível enxergar parte dele.

Em primeiro plano encontram-se uma mesinha de canto com uma fruteira, uma mesa posta e uma cadeira. O que mais chama a atenção do observador é o contraste entre as cores que se fundem e se complementam.

Ficha técnica
Ano: 1909-1910
Técnica: óleo sobre cartão
Dimensões: 50 x 65 cm
Localização: Städtische Galerie im Lenbachhaus, Munique, Alemanha

Fonte de pesquisa
Kandinsky/ Abril Coleções

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Kandinsky – SUA VIDA AMOROSA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor abstracionista Wassily Kandinsky casou-se aos 26 anos de idade, com sua prima Anna Chemyakina, uma das primeiras mulheres a estudar na Universidade de Moscou, portanto, tratava-se de uma mulher incomum para a sua época. Quando ele resolveu abandonar a jurisprudência para se dedicar à arte, ela relutou em acompanhá-lo, pois havia se casado com um advogado e não com um artista. Acabou seguindo-o, indo morar em Munique, na Alemanha. Durante muitos anos Anna fingiu não notar que o marido traia-a com uma jovem artista de nome Gabriele Münter. Após sete anos de casada, ela o abandonou, vindo a dar-lhe o divórcio anos depois.

Gabriele Münter, pintora impressionista, foi a segunda mulher a fazer parte da vida do pintor, tornando-se sua companheira e amante. A princípio, ela era tida apenas como sua aluna e amiga íntima, mas com a separação do pintor, eles passaram a viver juntos, quando ele ainda se encontrava casado, fato inaceitável para a época. Os dois viajaram por vários países, fixando residência na Alemanha, mas o artista continuava se recusando a casar-se com ela, mesmo após ter obtido o divórcio. Com a chegada da Primeira Guerra Mundial, Kandinsky e Gabriele mudaram-se para a Suíça, pois ele se convertera em “inimigo” após a Alemanha declarar guerra à Rússia. Como a relação entre o casal não estava indo bem e também certos de que a guerra duraria muito tempo, Kandinky retornou a Moscou, enquanto Gabriele voltou para a Alemanha. Alguns críticos acham que o rompimento deveu-se à independência de Gabriele em relação a seu estilo de pintura, recusando-se a seguir a linha de Kandinsky.

Em Moscou Kandinsky ficou conhecendo Nina von Andreeusky que nutria pelo artista grande admiração. Quando se casaram, ele tinha 51 anos e ela 28. A notícia do casamento do pintor deixou Gabriele em grande depressão, ficando um ano sem pintar. Com Nina, ele teve Vsevolod, seu único filho, que morreu aos três anos de idade, deixando o artista inconformado. Abalado, ele retornou à Alemanha. Contudo, para fugir do governo xenofóbico de Adolf Hitler, Kandinsky e Nina foram para a França, onde obtiveram nacionalidade francesa. Mesmo com a ocupação de Paris por Adolf Hitler, o pintor recusou a oferta de mudar-se para os Estados Unidos.

Nina Kandinsky foi a única herdeira do pintor, tendo fundado o Fundo Kandinsky para expor, estudar e preservar as obras do marido. Embora nunca mais tenha se casado, vivia rodeada de jovens, tidos como gigolôs. Era também fanática por joias, tendo uma grande coleção delas. Faleceu 35 anos após a morte do marido, no início dos anos 70, num chalé na Suíça. Foi assassinada por ladrões que invadiram seu chalé para roubar, levando todas as suas obras, mas que não tocaram nas obras de seu marido. Suas joias podem ter sido a causa do crime que nunca foi solucionado. Não se conhece a história verdadeira de Nina. Tudo o que se sabe é o que ela falava sobre si, sendo tida por alguns como muito fantasiosa.

Fontes de pesquisa:
Kandinsky/Coleção Folha
Kandinsky/Abril Coleções
Pintores mais influentes…/Editora Girassol
http://viola.bz/wassily-kandinsky-and-his-women
http://beautifulrus.com/vasiliy-kandinsky-and/

Nota: autorretrato de Gabriele Münter

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Mestres da Pintura – WASSILY KANDINSKY

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Kandinsky, como muitos de seus amigos pintores alemães, era realmente um místico, detestava os valores do progresso e da ciência, e anelava por uma regeneração do mundo através de uma nova arte de puro intimismo. (E.H. Gombrich)

A história da pintura moderna começa com Wassily Kandinsky. Em sua exploração da cor pura e sua aspiração de elevar a pintura à condição de música, ele expandiu as possibilidades da arte para sempre (David Gariff).

Não conheço nada de mais real que a pintura de Kandinsky. E nada de mais verdadeiro e belo. Uma pintura dele não dá uma imagem de vida terrestre. É a própria vida. (Galka Scheyer)

Se arte de Kandinsky conquista um público sempre maior, isso se deve ao fato de que ela não é somente experiência ou uma conquista no campo formal, mas também uma experiência poética e uma aventura humana. (Charles Estienne).

Em geral, a cor é um meio para exercer uma influência direta na alma. (Kandinsky)

O pintor russo, gravurista e teórico de arte e um dos fundadores do abstracionismo, Wassaly Kandinsky (1866 – 1944), nasceu em Moscou, em meio a uma próspera família de burgueses, sendo seu pai um rico comerciante de chá. Sua avó era de origem alemã, tendo lhe ensinado o alemão como primeiro idioma. Quando tinha cinco anos de idade, ele teve que lidar com a separação dos pais, ficando sob os cuidados de sua tia Elizaveta Ticheeva, responsável por sua educação. Ela não apenas propiciou o contato do futuro artista com a espiritualidade como lhe transmitiu conhecimentos musicais e o fez conhecer os contos russos, que possibilitaram sua relação com as lendas e tradições do povo russo. Inicialmente, Kandinsky foi direcionado para a música, embora também tenha recebido aulas de desenho. Estudou no Instituto Humanista de Odessa. Após a conclusão do ensino médio, optou pelas faculdades de Direito e Economia Política.

Quando se encontrava em São Petersburgo, Kandinsky visitou o museu Hermitage, onde se encantou com a força e a beleza de um quadro de Rembrandt. Ao visitar, em Moscou, uma exposição de pintura impressionista francesa, ficou profundamente impressionado com as telas de montes de feno do pintor Claude Monet. Também o impressionou a ópera de Richard Wagner, Lohengrin. Foi nesse momento que percebeu que a força da cor era suficiente para atingir seu efeito, sem necessitar do objeto, e que era possível expressar os sons através das cores e das formas. Apaixonado pela arte, abriu mão de ser professor de Economia Nacional, na Universidade de Dorpat, para se dedicar a ela.

Kandinsky mudou-se para Munique com o objetivo de estudar arte. Ali, foi aluno de Anton Azbé e de Franz Von Stuk e foi colega de Paul Klee. Também foi amigo de Franz Marc, pintor alemão expressionista. Tornou-se o líder de um grupo de artista em Munique, autodenominado Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), levando o expressionismo alemão à sua segunda fase. Para esse grupo, a atividade artística morava na necessidade interior, sem nenhuma preocupação com os objetos externos, daí a necessidade de uma contemplação profunda e do uso da sensibilidade criativa. A arte desse grupo buscava o metafísico, o transcendental, a pura espiritualidade. Contudo, os criadores do Der Blaue Reiter eram artistas pensadores, cuja inspiração se submetia ao controle racional. Assim como a França anteriormente, a Alemanha passou a ocupar um lugar de honra em relação à arte. Mas a subida do nazismo ao poder pôs um fim abrupto ao trabalho dos pintores.

Kandinsky era profundamente ligado à espiritualidade. Para ele, a arte estava estreitamente ligada à religião e, portanto, tinha como objetivo fazer vibrar as cordas mais profundas da alma. A volúpia, o amor e a ansiedade não passavam de “coisas materiais”, emoções vulgares que não deveriam estar presentes na arte. Para isso, era preciso que a pintura se libertasse dos objetos materiais, mas ele não foi inicialmente um pintor abstrato, caminho que foi preparado ao longo de muitos anos de trabalho, só ganhando vida quando o artista já tinha 45 anos de idade. Anteriormente à sua mudança, seus quadros traziam personagens, muitos deles evocavam as lendas russas e o romantismo da Idade Média.

Para muitos críticos, a revolução que Kandinsky provocou na pintura foi a mais radical desde a Renascença. Para ele, a música e a pintura eram basicamente a mesma coisa. Acreditava que o artista poderia expressar a sua subjetividade usando apenas a cor e a forma, sem se preocupar com o objeto e a perspectiva, pois o exterior não importa, é na espiritualidade que se firma a obra, portanto, a pintura deveria servir a uma necessidade interior. Kandinsky explicava que as cores possuíam vida própria: podiam ser frias ou quentes, lisas ou rugosas, duras ou macias, escuras ou claras. Explicava, por exemplo, que a tensão entre o azul e o amarelo significava os extremos da espiritualidade e da paixão que eram relaxados com a mistura entre as duas cores, resultando no verde, a cor da calma. As formas também possuíam caráter e tom intrínsecos. O círculo, por exemplo, representava a perfeição ou a totalidade e um triângulo de pé representava a energia. O mesmo acontecia com as linhas, de acordo com a sua representação: se horizontais representavam calma, se dirigidas para cima, representavam alegria e, se dirigidas para baixo, significavam tristeza.

Muito se tem discutido se foi Kandinsky o criador da pintura abstrata que dominou o cenário artístico por meio século, mas não é possível ignorar que os demais artistas, tidos como criadores do abstracionismo, ficaram apenas no estágio experimental, ou ficaram no aspecto meramente ornamental, sem se valerem de uma teoria lógica, ao contrário do artista russo. Além de seu interesse pela pintura, a ponto de se encontrar entre os pintores mais importantes no desenvolvimento da abstração no século XX, ele também transitou pela música, economia, etnologia e ciência naturais. Kandinsky morreu aos 78 anos de idade, vitimado por um derrame cerebral.

Dentre as várias influências sofridas pelo pintor estão: a arte russa, o compositor e pintor Arnold Choenberg, a Teosofia, a Música, a Bauhaus (escola de arte alemã), etc.

Fontes de pesquisa:
Kandinsky/Coleção Folha
Kandinsky/Abril Coleções
Pintores mais influentes…/Editora Girassol
Arte do século XX/ Taschen

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Picasso – MULHER COM VIOLÃO

Autoria de Lu Dias Carvalhopic

A pintura Mulher com Violão, também conhecida como Ma Jolie (Minha Linda), apelido carinhoso dado à amante Marcelle Humbert, foi criada durante a fase “analítica” do Cubismo, quando o estilo quase atingiu a abstração total.

As obras de Picasso, produzidas neste estilo, receberam o nome de “cubistas” porque as formas naturais eram traduzidas em pequenos blocos ou cubos. Mais para frente, o pintor substituiu os cubos por planos geométricos ou facetas, como vemos neste quadro, mas o nome de “Cubismo” permaneceu.

Picasso e Braque foram os responsáveis pela criação do estilo cubista, buscando e experimentando novas ideias sobre forma e espaço. Os dois artistas faziam estudos juntos, influenciando-se mutuamente. Chegaram a criar quadros monocromáticos, ou com tons bem sombrios, como é o caso desta pintura.

São poucas as pistas que conduzem à figura da composição. Neste quadro podemos notar algumas frações de um instrumento de cordas e alguns dedos. Pela referência ao apelido Ma Jolie, também podemos supor que a modelo em cena é Marcelle Humbert.

Ficha técnica
Ano: 1911-1912
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões:
Localização: Museum of Modern Art, Nova York, EUA

Fonte de pesquisa
Os pintores mais influentes do mundo/ Editora Girassol

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Picasso – A DANÇA

Autoria de Lu Dias Carvalhopicasso123456790

A composição A Dança, também conhecida como As Três Dançarinas, é uma das famosas pinturas surrealistas do pintor espanhol Pablo Picasso. Possivelmente a mais famosa. À época, o pintor passava por uma série crise conjugal com a sua esposa russa Olga Koklova. Nesta composição e em algumas outras, ele parece se vingar das mulheres, deformando-lhes a anatomia.

A longilínea figura rosa central, com seus longos braços abertos, lembra a crucificação de Cristo. Ao fundo, à direita, observa-se o perfil de um homem, parecido com um ícone primitivo, próximo a uma silhueta marrom. O personagem da esquerda apresenta um rosto horrendo, com a cabeça quase tocando a parede.

Ficha técnica
Ano: 1925
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 215 x 142 cm
Localização: The Tate Gallery, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Picasso/ Coleção Folha
Picasso/ Abril Coleções

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Picasso – TRÊS MÚSICOS

Autoria de Lu Dias Carvalhopicasso12345679 (Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

Segundo o historiador da arte Theodore Reff, Picasso retrata a si mesmo e a dois de seus amigos na composição Três Músicos, que tem como base a técnica de colagem. O Pierrô tocando violão, no meio da composição, é seu amigo Apollinaire; o Arlequim, tocando flauta, à esquerda, é Picasso e o monge, tocando teclado, é Max Jacob.

Os três elementos, em formas abstratas e planas, encontram-se tão juntos que  se entrelaçam. Um cachorro de perfil, simbolizando a amizade, encontra-se debaixo da mesa, com as três patas e a cabeça de fora, fitando a parede à sua frente.

Ficha técnica
Ano: 1921
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 207 x 229 cm
Localização: The Museum of Modern Art, Nova York, EUA

Fontes de pesquisa
Picasso/ Coleção Folha
Picasso/ Abril Coleções

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