Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Kandinsky – IMPROVISAÇÃO III

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Improvisação III é uma obra expressionista do artista russo Wassily Kandinsky em que ele mostra grande liberdade no uso de cores intensas, contornos arrojados e sombras fortes. Suas inflamadas e amplas pinceladas diagonais, feitas de cores vivas, refletem a influência adquirida do Fauvismo. O cavaleiro em seu cavalo azul, sob a forma de São Jorge que derrotou o dragão, remete a uma figura de adoração nos ícones da Igreja Ortodoxa russa que teria influenciado o artista em sua infância.

As áreas de cor recebem contornos escuros, dando à pintura uma firmeza especial. É possível notar que à medida que o artista encaminha-se para a abstração, vai modificando a maneira de empregar o contorno, transformando-o num modo de desenhar formas abstratas dentro de uma área de cor.

As duas figuras verdes que se mostram conversando, à esquerda, continuam sendo um segredo do artista, mas elas, com certeza, dizem respeito a algumas particularidades do mundo dos homens, pois é comum encontrar em muitas das “Improvisações” de Kandinsky a separação entre o lado esquerdo e o direito da pintura, sendo que o primeiro remete ao mundo material e o segundo ao mundo espiritual.

Kandinsky em várias obras relativas à série “Improvisações” deixa o tema em segundo plano, a fim de que a cor alcance o ápice de seu potencial expressivo. Nesta obra ele apresenta um cavalo e um cavaleiro (figuras comuns à sua obra), sendo que o cavaleiro azul transforma-se num símbolo da procura do artista pelo renovamento espiritual, quer diga respeito à arte, quer diga respeito à sociedade.

Entre os anos de 1009 e 1914 Kandinsky criou 35 “Improvisações” numeradas e mais outras tantas que não receberam numeração. Para muitas delas ele criou desenhos e variações preparatórios. Assim, ele as definiu: “Especialmente inconscientes, na maior parte despertando, de repente, expressões de eventos de um caráter interior e, portanto, impressões da natureza interna”.

Para o pintor todas as cores traziam um significado espiritual, pois, a cor, assim como os sons da música, explicava ele, é o acesso para a alma. O vermelho, por exemplo, de acordo com a sua nuança, poderia remeter a uma chama ou a pensamentos de uma flauta e, quando escuro, aludia ao de um violoncelo.

Ficha técnica
Ano: 1909
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 94 cm x 130 cm
Localização: Museu Nacional de Arte Moderna, Centro Pompidou, Paris, França

Fonte de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante

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Munch – A DANÇA DA VIDA

Autoria de Lu Dias Carvalho

O norueguês Edvard Munch (1863–1944) era o segundo filho do casal Christian Munch e Laura Catherine. Seu pai era um médico tradicional, muito devoto,  moralista e castrador. O artista perdeu sua mãe aos 30 anos de idade, vitimada pela tuberculose, assumindo a tia Karen Bjolstad, irmã dela, o controle da família. Aos 16 anos de idade, Munch matriculou-se para estudar engenharia, mas um mês depois deixou o curso para estudar pintura. Aos 26 anos de idade o pintor fez sua a primeira viagem a Paris, ocasião em que perdeu o pai. Foi influenciado pelo trabalho de Vincent van Gogh e Paul Gauguin.

A composição intitulada A Dança da Vida faz parte de uma série de pinturas e gravuras do artista sobre a condição humana. Munch era capaz de desenvolver sua iconografia sem que para isso houvesse qualquer perda de inteligibilidade.  Trata-se, portanto, de uma obra simbolista em que ele usa ao máximo os recursos expressivos da linha, da cor e do ritmo, ampliando sua relação com o tema.  É uma composição em friso (banda ou tira pintada em parede), levemente simétrica, com a finalidade de levar o observador a fazer uma série de comparações.

O artista toma como temática de sua obra as três idades da mulher, mostrando também estágios diferenciados do amor, numa cena que se desenrola como uma dança numa praia. Não existe uma localização específica, ou seja, um cenário determinado, parecendo encontrar-se fora do tempo e do espaço, assim como não há uma passagem lúcida ou verossímil do primeiro plano para o fundo da composição. Ali se misturam a areia, o prado e o horizonte.

O ritmo da pintura está ligado à disposição das figuras que se mostram em dois terrenos narrativos. Em primeiro plano estão as três figuras femininas, uma delas com seu par de olhos fechados, ambos distantes do mundo em derredor e unidos, através de linhas onduladas, numa única figura. Ao fundo outras figuras são vistas a dançar agitadamente. A composição está centrada a partir do casal em primeiro plano. O sol (ou lua) é formado por um ponto brilhante no horizonte, evidenciando-se no fundo do quadro, refletindo sobre a água, o que leva a uma forte conotação sexual. Dele desce uma coluna de luz pálida e misteriosa que se projeta na água.

O artista pintou a natureza com formas simples, linhas onduladas e cheias de força, deixando à vista o movimento do pincel, enquanto os personagens são retratados com pinceladas verticais, assim como o reflexo da luz do sol (ou da lua) e o pequeno arbusto inclinado que mostra flores simbolizando o amor. Esta obra simbolista de Munch, além de repassar ideias e sentimentos, vai bem além da descrição comum do viver cotidiano.

O artista não se preocupou em colocar imagens específicas a fim de guiar o observador na interpretação da cena. O que caracteriza as figuras é a postura, a expressão e a cor dos vestidos de cada uma:

  • o branco simbolizando a virgindade e o gesto de colher uma flor indicando que está apaixonada, ou seja, a inocência com traços platônicos;
  • o vermelho simbolizando a idade do amor, da sedução e da maturidade;
  • o preto simbolizando a viuvez e a resignação diante da solidão.

A obra mostra uma progressão da esquerda para a direita e da claridade para a escuridão, o que cria uma faixa que se põe além da realidade temporal, representada pelo artista com a arrebatada dança na praia. O sol (ou lua) é visto no céu. Mais tarde Munch reconheceu que a inspiração para este quadro foi um verão em Asgardstrand (paisagem da costa norueguesa), onde dançou com o seu primeiro amor. Esta obra, portanto, reflete sua vida interior, transcendendo o simples terreno pessoal — o que era tão comum aos artistas simbólicos. Esta composição, portanto, pode ser vista como um exemplo da propagação internacional das influências, técnicas e ideias simbolistas.

Ficha técnica
Ano: 1889/1900
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 1,25m x 1,9m
Localização: Galiria Nacional, Oslo, Noruega

Fonte de pesquisa
Edvard Munch / Coleção Folha
História da arte/ Folio

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Mestres da Pintura – JEAN-FRANÇOIS MILLET

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor realista francês Jean-François Millet (1814 – 1875) era filho de uma próspera família rural da Normandia. Teve suas primeiras aulas sobre pintura em 1834, ainda adolescente, no estúdio dos pintores Paul Dumouchel, Jérome Langlois e Chevreville em Cherbourg. Através de uma bolsa de estudos foi estudar em Paris a orientação do pintor Paul Delaroche. Permaneceu dois anos na Escola de Belas-Artes daquela cidade, estudando os grandes nomes presentes no Louvre. No início de sua carreira o artista fez retratos e pinturas históricas e mitológicas, vindo a trabalhar posteriormente com o tema camponês, retratando a vida diária das pessoas que trabalhavam no campo, para onde se mudou sob a influência dos pintores Théodore Rousseau e Constant Troyon.

Millet foi um dos fundadores da Escola de Barbizon (movimento artístico, acontecido entre os anos de 1830 e 1870, sendo integrado por um grupo de pintores realistas que se fixaram junto ao povoado de Barbizon, numa atitude de oposição ao sistema que vigorava em Paris). O grupo pintava em estilo realístico e criava principalmente paisagens. Através de temas simples e aguçada atenção aos detalhes, os artistas imprimiam realismo às suas obras. Millet, ao lado de Courbet, é tido como um dos principais representantes do realismo europeu, surgido em meados do século XIX em razão de suas pinturas representativas dos trabalhadores rurais. Jean-Baptiste Camille Corot e Charles-François Daubgny também faziam parte do grupo. Juntos compartilharam muitos de seus ideais.

O contato com o campo foi a principal inspiração do artista para as suas inúmeras pinturas rurais. Morando no vilarejo de Barbizon, próximo a Fontainebleau, e após a Revolução de 1848, a sua pintura passou a ter um sentido social e político — aquilo que tanto admirava na obra de Daumier, um exímio desenhista, cujas pinturas foram pouco conhecidas durante sua vida. No ano de 1840, Millet teve um dos seus trabalhos aceito pelos críticos do Salão de Paris. Em 1948 teve sua tela “As Respigadeiras” (ou Os Catadores) também exposta, sendo sua primeira cena camponesa.

Millet casou-se em 1841 com sua primeira mulher Pauline-Virginie Ono, que faleceu poucos anos depois. Em razão da grande família que tinha para sustentar, passou grande parte de sua carreira lutando financeiramente. No final de sua vida, porém, seu talento foi reconhecido, recebendo muitas honras, inclusive foi nomeado membro da Legião de Honra de 1868. Morreu muito jovem, aos 61 anos de idade. Sua pintura alcançou grande popularidade após a sua morte, hoje reconhecido como o precursor do realismo pelas suas representações de trabalhadores rurais.

O artista compôs pinturas memoráveis sobre camponeses em seus trabalhos diários, dentre elas estão: “O Semeador”, “Os Catadores” e “Angelus”. Destacou-se, portanto, por suas imagens realistas nas quais inseria o trabalho rural. Suas obras foram admiradas pelos artistas realistas e pelo ainda jovem Vincent van Gogh, como mostram as primeiras pinturas desse que viria a ser um dos grandes nomes da pintura.

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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Canaletto – VISTA DE VENEZA NA…

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor e gravador italiano Canaletto (1697 – 1768), cujo nome de batismo era Giovanni Antonio Canal, era filho do pintor e cenógrafo Bernardo Canal – seu primeiro mestre – e de Artemisia Barbieri. Era também tio do pintor Bernardo Belloto. O seu interesse inicial foi a cenografia, trabalhando como pintor de cena teatral, tendo feito uma viagem de estudo a Roma. Foi influenciado pelos artistas Giovanni Paolo Panini e Luca Carlevarijs – esse último especializado em pinturas de vedute (vistas) – pintando o cotidiano da cidade e de sua gente.

A composição intitulada Vista de Veneza com a Praça de São Marcos é uma obra-prima do artista que mostra a sua grande habilidade em relação aos detalhes topográficos e seu extremo talento para a composição. Ele costumava pintar suas “vedutes” (vistas) sob diferentes perspectivas, o que também fez com a praça de São Marcos, centro oficial da cidade de Veneza.

Uma das características da pintura de Canaletto é a utilização que faz da luz. Nesta composição ele oferece uma visão precisa da Basílica de São Marcos e do Palácio Ducal. Usa traços graciosos da arquitetura e faz uso da luz para dar leveza à obra. E deixa claro que a cena acontece num final de tarde, em razão das sombras compridas que se espalham pelo local.

A parte esquerda da praça é dominada pelo conteúdo arquitetônico ali presente. Em primeiro plano localiza-se a catedral bizantina de Veneza e, ao seu lado, está o palácio ducal com seu magnífico mármore branco e rosa-claro. Ao longe, depois da laguna, situa-se a ilha de San Giorgio Maggiore, onde se vê sua igreja, projetada pelo arquiteto Andrea Palladino.

A Basílica de São Marcos é conhecida como a Igreja Dourada (Chiesa d’Ouro). A sua parte externa contém cinco portais com arcos arredondados, embora o artista tenha pintado apenas três. Acima do arco central foram pintados mosaicos dourados. Sobre o arco encontram-se os quatro cavalos de São Marcos, roubados do Hipódromo de Constantinopla em 1204.

A perspectiva da obra direciona o olhar do observador para a Coluna de São Marcos que se ergue ao fundo, ladeada por inúmeras pessoas. Sobre ela repousa um leão – simbologia do santo evangelista. Uma segunda coluna é vista à direita, sobre a qual se encontra a estátua de São Teodoro de Amasea.

As figuras que se encontram na praça de São Marcos não são pintadas detalhadamente, ainda assim dão movimento à cena. Algumas se direcionam para a entrada da basílica, enquanto outras mostram-se paradas, conversando ou admirando o lugar.

Ficha técnica
Ano:  c.1735
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 46 cm x 63 cm
Localização: The Huntington, San Marino, Califórnia, EUA

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte / Editora Sextante
A história da arte / E.H. Gombrich

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Caravaggio – A CONVERSÃO DE SÃO PAULO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571 – 1610) nasceu no calmo povoado de Caravaggio, próximo à cidade de Milão, e cujo nome acabou por incorporar-se a seu nome. Também existe a hipótese de que o pintor tenha nascido em Milão. Era filho de Fermo Meresi, arquiteto e decorador de Francisco Sforza, duque de Milão e marquês da pequena Caravaggio, e de Lucia Aratori. Aos cinco anos de idade vivia em Milão com seus pais, cidade ocupada pela Espanha. Além das tensões geradas pela ocupação estrangeira, a fome e a peste também se faziam presentes. Em razão da peste, a família do futuro pintor retornou ao povoado de Caravaggio, que também acabou sendo alcançado pela doença que ceifou a vida do pai, do avô e do tio do garoto. Lucia, a mãe, optou por permanecer ali com os filhos, distanciando-se do fanatismo religioso e da violência política que se espalhavam por Milão.

A composição intitulada a Conversão de são Paulo é uma obra do artista barroco. Foi criada quando ele se encontrava no ápice de sua carreira. Apresenta o momento dramático da conversão de Paulo ao cristianismo, ou seja, quando ele é derrubado do seu cavalo por uma luz divina, ao fazer uma viagem a Damasco. Esta pintura foi encomendada por Tibério Cezari, tesoureiro do papa Clemente VII, para ornar a capela da Igreja de Santa Maria del Popolo, em Roma, onde permanece até os dias de hoje.

Esta obra, a exemplo de outras do artista, despertou polêmica quando apresentada. Os críticos do trabalho alegaram que o realismo do tema pareceu grosseiro e inadequado para o fim a que se destinava. Sabiam, no entanto, que Caravaggio tinha predileção pelo suspense e por um alto grau de realismo em sua pintura, condizendo com a dramaticidade da arte barroca, o que o levou a exercer influência sobre a obra de muitos artistas, sobretudo pelo uso dramático da iluminação.

Na obra em evidência, Caravaggio faz uso do claro-escuro (tradução literal da palavra italiana chiaroscuro) o que reforça os volumes e as formas que ganham destaque com o emprego da luz e da sombra. O uso denso da luz também é responsável por adicionar solidez à composição, o que ajuda na compreensão da temática.

Em sua obra Caravaggio não se atém ao elemento divino, mas ao humano, como comprova o cavalariço, mostrando-se mais preocupado com o cavalo assustado do que com os gestos grandiosos de Paulo, ante sua conversão sobrenatural, ou seja, não chama a sua atenção para a luz que derruba o cavaleiro.

O cavalo, de costas para o observador, ocupa a maior parte da tela. A luz divinal incide sobre a parte de seu corpo, o que ajuda a definir seus contornos. A posição do casco de sua pata direita suspenso no ar, como se fosse descer sobre o corpo de Paulo, amplia ainda mais a dramaticidade da cena ao causar suspense no observador. O artista usou a iluminação nesta parte para reforçar a dramaticidade. Além de parte do corpo do animal, também se encontra iluminado o aperto nas rédeas, ocasionado pela mão firme do cavalariço, a fim de evitar um acontecimento nefasto.

São Paulo, figura central da obra, situado em primeiro plano, deitado no chão com os braços estendidos para cima, mostra grande perplexidade com o que está lhe acontecendo. Segundo as escrituras, Cristo aparece na sua frente, quando ele é cegado por uma luz intensa — momento em que se dá a sua conversão. Contudo, o artista demonstra o caráter divino de tal passagem bíblica através dos olhos cegos e fechados do santo, assim como por seu gesto expressivo em meio a uma luz dourada.

São Paulo usa um manto vermelho e sobre ela está sua espada, ambos representando a sua vida até então como soldado romano, carrasco dos cristãos. O manto estendido no chão também leva ao Jesus bebê, e a pose desprotegida de Paulo, com os braços levantados, enfatiza também a ideia de seu renascimento espiritual.

Ficha técnica
Ano:  1600/1601
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 2,30 m x 1,75 m
Localização: Capela de Santa Maria del Popolo, Roma, Itália

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte / Editora Sextante
A história da arte / E.H. Gombrich

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Mestres da Pintura – PONTORMO

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor e retratista italiano Jacopo Carucci (1494–1556), pertencente à escola florentina, nasceu na cidade de Pontormo, na Toscana, nome que usaria como apelido e que viria a dotar em sua arte. Seu pai, Bartolomeo di Jacopo de Martino Carucci, era pintor profissional e sua mãe, Alessandra di Pasquale di Zanobi, dona de casa. Segundo Giorgio Vasari, Pontormo ficou órfão em tenra idade. Não se sabe se ele recebeu alguma educação formal ou não. Teve como mestre Leonardo da Vinci e Piero di Cosimo, vindo depois a entrar para o ateliê de Andrea del Sarto, tendo desenvolvido um estilo maneirista distinto. Em Florença teve o patrocínio da família Médici.

Em 1522 foi morar no monastério da Ordem dos Cartuxos em razão da peste, onde pintou uma série de afrescos, cujo tema era a Paixão e a Ressurreição de Jesus Cristo. Foi professor de seu filho adotivo Agnolo Bronzino e também colaborador de Michelangelo. Suas últimas obras receberam a influência das gravuras de Albrecht Dürer, por quem nutria grande admiração, e seguiu o modelo de Michelangelo. Assim como Rosso Florentino, Pontormo tornou-se o expoente máximo do Maneirismo, com seus trabalhos dramáticos e expressivos. Ficou famoso pelo uso de poses entrelaçadas, e com perspectiva ambígua. Suas figuras muitas vezes parecem flutuar em um ambiente desconhecido, sem interferência de forças da gravidade.

Tornou-se famoso pelo uso de poses contorcidas, perspectiva distorcida cores marcadamente incomuns e peculiares, que pareciam espelhar seu temperamento neurótico e inquieto. A obra intitulada A Deposição da Cruz, também conhecida como A Lamentação, é tida como uma obra-prima de Pontormo e um dos melhores trabalho do estilo maneirista, levando em conta que se afasta audaciosamente das regras da Renascença, foi criada como um dramático altar-mor para a capela Barbadori, de Filippo Bruneleschi em Florença. Pontormo tornou-se conhecido sobretudo pela arte de retratar emoções mais agitadas em suas pinturas.

Muitas de suas obras foram perdidas ou danificadas, incluindo O Julgamento Final, um afresco do qual se ocupou na última década de sua vida, e que mantinha escondido de outras pessoas. Segundo relatos, sua visão do Juízo Final era um pântano de figuras contorcidas, que tinha um efeito quase alucinógeno. Diversas obras do artista ainda sobrevivem e encontram-se em diferentes museus e galerias da Itália e de partes da Europa. Nada se sabe sobre sua vida pessoal, se teve esposa e filhos ou não. Pontormo morreu aos 62 anos de idade em Florença.

 Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte / Editora Sextante
A história da arte / E.H. Gombrich

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