Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Renoir – BANHISTA ARRUMANDO OS CABELOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

A belíssima composição intitulada Banhista Arrumando os Cabelos é uma obra do pintor impressionista francês Pierre Auguste Renoir que pintou inúmeros retratos. Nos últimos anos de sua vida, ele desenvolveu uma predileção pelos nus, tornando-os o centro de seu interesse. Os cenários tornaram-se reduzidos e a forma feminina ganhou suntuosidade em suas telas, sempre banhadas por grande luminosidade, normalmente controlada e disseminada. À medida que a figura feminina ia dominando o espaço de seus trabalhos, esse ia se tornando cada vez mais abstrato.

A pintura apresenta uma sensual e jovem mulher ao ar livre, no que parece ser a margem de um rio. Ela se encontra nua, de pé com a cabeça baixa. Tem faces rosadas e boca vermelha. Seus seios são rijos. A púbis não apresenta pelos. Um tecido branco está a escorrer-lhe pelas pernas. Sua atenção está voltada para seus cabelos acobreados, pois traz ambas as mãos a ajeitá-los, o que nos leva a crer que tenha acabado de tomar seu banho. Ela está envolta por tecidos de diferentes cores, além do verde exuberante da natureza que acrescenta uma coloração especial à obra magnífica do pintor.

Ficha técnica
Ano: c. 1876
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 92 x 74 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Cézanne – O CASTELO PRETO

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada O Castelo Preto é uma obra do pintor pós-impressionista francês Paul Cézanne. Seu trabalho foi muito importante para a transição da pintura do século XIX para a do século XX. Este tipo de pintura foi motivo de vários outros trabalhos do artista, através dos quais ele fazia experiências, trabalhando com várias possibilidades. Muitas vezes se colocava perto da cena, enquanto noutras se distanciava. Trata-se de um dos mais dramáticos e densos trabalhos do pintor.

Em sua composição, o artista mostra vários episódios que, embora diferenciados, articulam-se num espaço que se dilata e encolhe. A paisagem apresenta uma luxuriante e magnífica floresta que cobre o chão e toma conta do céu azulado com sua complexa folhagem. No canto inferior esquerdo, em primeiro plano, avista-se uma antiga cisterna de pedra. Neste mesmo lado, um pouco mais adiante, divisa-se uma estrada de terra que segue cortando por entre árvores e galhos.

Os densos ramos da folhagem direcionam o olhar do observador para a parte baixa da pintura, à direita, e ligam o primeiro plano com o rochedo, onde se ergue o castelo. Para equilibrar a parte direita da composição, Cézanne criou linhas (galhos) destacadas que encobrem parte do céu. Em sua obra predominam os tons azuis fortes e os pálidos, esverdeados e alaranjados.

O leitor deve estar se perguntando o porquê de esta obra ser chamada de “O Castelo Preto”, quando não se vê um castelo de tal cor. Acontece que o artista, durante grande parte de sua carreira, usava as paisagens em torno do lendário Château-Noir (Castelo Preto – em francês), uma mansão edificada, no século XVIII, por um industrial fabricante de tintas que a decorou com tal produto. Os habitantes locais passaram a associar o castelo com a magia negra, recebendo a mansão o nome de “Black Castle” (Castelo Preto – em inglês), título este dado à pintura.

Ficha técnica
Ano: c.1904
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 74 x 97 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://artmuseum.princeton.edu/cezanne-modern/cézanne/cistern-park-château-noir

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Monet – MULHER SENTADA SOB OS SALGUEIROS

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Mulher Sentada sob os Salgueiros é uma obra do pintor impressionista francês Claude-Monet. Ao criar este quadro, seu estilo já se encontrava totalmente amadurecido, como mostram os efeitos alcançados em sua obra. O artista não se preocupa com as formas, mas tão somente em capturar o ressoar passageiro da luz sobre a mulher e tudo em volta, mostrando a transitoriedade de um mundo em que tudo não passa de instantes.

A cena apresenta uma mulher sentada na relva, debaixo de dois grandes salgueiros, que parecem se arredar para dar espaço, ao fundo, a algumas edificações. Ela veste um vestido branco comprido que lhe cobre os pés. Traz na cabeça um chapéu e no colo um livro que parece ler atentamente. Não é possível observá-la direito, pois a luz que cai sobre ela torna seus traços diluídos. O mesmo acontece com a natureza e as edificações.

Esta pintura remete-nos à musica de Lulu Santos, intitulada “Como uma Onda”:

Nada do que foi será/ De novo do jeito que já foi um dia/ Tudo passa/ Tudo sempre passará… Tudo que se vê não é/ Igual ao que a gente/ Viu há um segundo/ Tudo muda o tempo todo/ No mundo…

Ficha técnica
Ano: 1880
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 81 x 60 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Chardin – MOÇA DESCASCANDO NABOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

O francês Jean-Baptiste-Siméon Chardin (1699-1799) é tido como um dos mais importantes pintores de naturezas-mortas da arte europeia, sendo suas obras muito estudadas pelos artistas do gênero posteriores a ele. As suas naturezas-mortas, assim como sua pintura de gênero, são elementos importantes da arte francesa. Seu estilo era próprio, simples e elegante. Continua a ser um dos grandes mestres do século 18 e um dos melhores pintores de cotidiano de todos os tempos.

A composição intitulada Moça Descascando Nabos e também conhecida como A Criada é uma obra do artista. Uma jovem mulher encontra-se na cozinha, sentada sobre uma cadeira de madeira torneada. Ela tanto pode ser a dona da casa como uma criada. Cumpre a obrigação diária de descascar vegetais. Usa uma saia vermelha longa, um casaco de frio e um xale. Ao colo traz um avental esbranquiçado e na cabeça uma touca da mesma cor. Na mão direita segura uma faca e na esquerda um nabo, ambos descansando em seu colo.

No chão da cozinha, à  esquerda da jovem, veem-se uma abóbora, duas batatas e quatro nabos. Numa vasilha de barro com água, à sua frente, ela joga os vegetais descascados. Num cepo, usado para cortar alimentos duros, está fincada uma machadinha, podendo ser visto uma mancha de sangue. Encostado nele está uma frigideira e, logo atrás, um caldeirão.

O ambiente é rústico e descuidado, sem nenhum tipo de ostentação, com uma parede escura ao fundo e o chão de cor parecida, destacando ainda mais a moça em sua vida doméstica. Ela se mostra pensativa ou cansada, com o olhar fugidio, aparentando não levar uma vida fácil, sem contudo demonstrar alegria ou tristeza. Os tons da pintura são combinados e abrandados, sendo a personagem mais clara, porém cheia de matizes.

Ficha técnica
Ano: c. 1740
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 46 x 37 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Gauguin – FATATA TE MITI

Autoria de Lu Dias Carvalho

Sua arte estava no limiar da Art Nouveau (Marchiori)

Minhas ocupações eram muito simples: sonhar acordado, banho, banheiro, especialmente. (Gauguin)

Não há exagero na arte. E eu até acredito que há salvação somente em extremos. (Gauguin)

A composição intitulada Fatata Te Miti (À Beira do Mar) é uma obra do pintor francês do pós-impressionismo Eugène-Henri-Paul Gauguin, pioneiro do simbolismo. Foi feita na ilha do Taiti, pertencente à França, durante sua primeira viagem ao lugar. Ele viveu ali durante muitos anos, passando por momentos dramáticos e também apaixonantes. Dentre as obras-primas produzidas no local, chamadas de “arte selvagem”, encontra-se esta com título na língua nativa da ilha. Trata-se de uma cena de gênero taitiana. E, como outros de seus trabalhos, esta pintura ilustra as tendências do artista para a arte decorativa.

A cena retratada por Gauguin mostra duas mulheres taitianas, nuas, vistas de costas. Uma delas está pulando na água do mar, enquanto a outra se encontra retirando seu pareô. Mais adiante, em segundo plano, aparece a figura de um pescador que traz na mão direita uma lança. Não há qualquer constrangimento entre as mulheres e o homem.

Para retratar o ambiente tropical, o artista usa cores fortes e alegres, a fim de aludir aos prazeres sensuais. Ele usa, por exemplo, o rosa púrpura para as areias, em primeiro plano, e amarelo e alaranjado para as flores. Para dar mais luminosidade à pintura, Gauguin sobrepôs uma fina camada de cera transparente na sua superfície.

Ficha técnica
Ano: 1892
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 140,5 x 129 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.wga.hu/html_m/g/gauguin/04/tahiti23.html

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Rousseau – A SELVA EQUATORIAL

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição A Selva Equatorial, também conhecida como Paisagem Exótica II, é uma obra do pintor francês Henri Rousseau, que traz como tema a selva. O artista criou um total de vinte e seis telas com temas relativos a florestas exóticas. É  interessante notar que, de um quadro para outro, a sua criatividade foi ficando cada vez mais aguçada. Este é um dos últimos trabalhos do pintor inspirados em tal temática.

Em sua pintura, Rousseau apresenta uma selva exótica, repleta de densa folhagem, cheia de bichos sempre à espreita de suas caças. Não é possível identificá-los, pois são produtos da imaginação criativa do pintor que, durante toda sua vida na cidade de Paris, conservou a ingenuidade de sua criação. Chama a atenção a sua maravilhosa assinatura na base inferior, à direita desta composição.

O artista que foi escarnecido, ridicularizado e servido de motivo de chacota no século XIX, passou a causar um grande sentimento de admiração na vanguarda artística, no início do século XX.

Ficha técnica
Ano: 1909
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 68 x 91,5 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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