Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Mantegna – A AGONIA NO HORTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Agonia no Horto é uma obra do pintor italiano Andrea Mantegna, que traz em si inúmeros significados, repassados através de seu estilo narrativo. Seu cunhado, Giovanni Bellini, fez uma obra semelhante. É provável que as duas pinturas derivem de um desenho feito por Jacopo Bellini, pai de Giovanni Bellini e sogro de Andrea Mantegna.

Cristo encontra-se ajoelhado, em oração, no Horto, numa paisagem rochosa. Num plano inferior ao dele, três de seus discípulos, Pedro, Tiago e João, dormem profundamente. Dois deles chegam a mostrar a boca aberta. Num plano superior ao do Mestre, sobre uma espessa nuvem, cinco anjos, todos nus, carregam os instrumentos de sua Paixão: a cruz na qual foi crucificado; a coluna onde foi amarrado durante sua flagelação; a esponja espetada numa vara para que bebesse bile e vinagre; e a lança com que foi transpassado. O Mestre observa os anjos que prenunciam seu sofrimento.

Numa cena ao fundo, à direita, Judas Iscariotes, o discípulo traidor, chega com os soldados para prender Jesus. Em primeiro plano, à esquerda, está uma árvore morta, com um abutre sobre um de seus galhos, observando a cena. Podem ser indicativos da morte de Cristo. Mas o galho verde que dela brota, assim como os dois pelicanos abaixo, podem simbolizar sinais de esperança para o futuro. Ao fundo encontra-se a cidade de Jerusalém, toda murada. É possível observar uma estátua equestre sobre uma coluna e um teatro parecido com o Coliseu. Mais ao longe estão montes, árvores e caminhos.

Ficha técnica
Ano: c. 1455
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 80  x 63 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.travelingintuscany.com/art/andreamantegna/agony.htm

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Veronese – CRISTO NO HORTO AMPARADO POR UM ANJO

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Cristo no Horto Amparado por um Anjo é uma obra religiosa do pintor italiano Paolo Veronese. O artista esmerou-se na confecção desta pintura, que chama a atenção pelo seu refinamento, além de repassar grande emoção. Ornamentava a Igreja de Santa Maria Maggiore, em Veneza, indo depois para o Museu de Brera, em 1808.

A passagem bíblica conta que Jesus passava por um intenso sofrimento no Horto das Oliveiras. Os discípulos, que o acompanhavam, dormiram. Ele então foi fortalecido por um anjo. E foi esta passagem que Varonese retratou tão maravilhosamente em sua obra.

Os apóstolos dormem profundamente, debaixo das oliveiras, à direita, em segundo plano, próximos a colunas clássicas, enquanto um anjo ampara Jesus Cristo, aparentemente desfalecido, em seus braços, em primeiro plano à esquerda. Uma intensa luz dourada atinge as costas do anjo, que olha piedosamente para o céu, como se pedisse ajuda ao Pai.

Ficha técnica
Ano: c. 1580
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 108 x 80 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Gainsborough – A FLORESTA DE GAINSBOROUGH

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Floresta de Gainsborough é obra do pintor inglês Thomas Gainsborough, que no início de sua carreira artística pintou cenas e paisagens idílicas. Trata-se de uma de suas primeiras pinturas, feita quando ele se encontrava com 21 anos de idade. Apesar de ainda muito novo, a obra é minunciosamente trabalhada, revelando a influência dos mestres holandeses do século anterior ao do artista.

 Apesar do realismo com que pinta as pequenas figuras humanas, o artista deixa patente o seu fascínio pela paisagem. A natureza é exuberante, monumental e lírica. Frondosas árvores tomam grande parte da tela. Suas sombras refletem delicadamente sobre o regato, à direita. As nuvens, de uma cor azul esverdeada, mostram um colorido sonhador.

 Algumas cenas são vistas abaixo das árvores: à esquerda, em primeiro plano, um homem de chapéu amarra um feixe de lenha, enquanto seu cachorro dorme atrás dele; mais adiante, um homem de camisa branca descansa sua pá num pequeno morro, tendo ao lado uma jovem, sentada, com o que parece ser um falcão ou águia no colo; pela estrada, com marcas profundas de rodas, um caçador segue em direção à cidade, com seu cachorro a acompanhá-lo; um homem de chapéu, em seu cavalo branco, segue mais à frente, na estrada; dois burros descansam debaixo de uma árvore, à direita, etc. Ao fundo, junto ao horizonte, algumas edificações são vistas, dentre elas a torre majestosa de uma igreja.

 Ficha técnica
Ano: 1748
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 120 x 150 cm
Localização: National Gallery, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Thomas Gainsborough / Abril Cultural
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Gainsborough – A SENHORA GRAHAM

  Autoria de Lu Dias Carvalho
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A composição A Senhora Graham, também conhecida por A Honorável Senhora Graham, é uma obra-prima do pintor inglês Thomas Gainsborough, em que fica patente o virtuosismo técnico alcançado por ele em sua arte. É, sem dúvida, uma de suas obras mais conhecidas.

Embora não fosse afeito à ostentação das classes abastadas, de onde provinham seus clientes, Gainsborough não deixava de mostrar o exibicionismo, a pompa, a vaidade e o orgulho de alguns deles, adornando-os com enfeites que indicavam o quanto eram ricos e o quanto gostavam de assim serem vistos. Em tais retratos, o pintor deixava de expressar sinceridade e fantasia, ou seja, a beleza e o lirismo de que tanto gostava.

Este retrato foi criado quando a Sra. Graham tinha 19 anos de idade. Ela se mostra ricamente vestida, encostada em uma majestosa coluna clássica. Além do vestido suntuoso, está adornada de joias, com a prevalência de pérolas, enfeitando seu chapéu, vestido e sapatos. Traz na mão direita uma pena, enquanto a esquerda encontra-se sobre a base da coluna, que representa a extravagância de sua casa.  Ao fundo vê-se uma paisagem escura.

Mary Cathcart, a senhora Graham, foi casada com Thomas Graham, 1º barão Lynedoch, um escocês aristocrata, político e oficial do exército britânico. Ela morreu muito jovem.

Ficha técnica
Ano: 1775/77
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 235 x 153 cm
Localização: Galeria Nacional da Escócia, Edimburgo, Reino Unido

Fontes de pesquisa
Thomas Gainsborough / Abril Cultural
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Gainsborough – RETRATO DO CASAL ANDREWS

Autoria de Lu Dias Carvalho

Estou farto de retratos e gostaria muito de pegar minha viola de gamba e ir para algum bom povoado onde pudesse pintar paisagens… (Thomas Gainsborogough)

A composição Retrato do Casal Andrews, também conhecida por Robert Andrews e a sua Mulher Frances, ou ainda Senhor e Senhora Andrews, é uma das obras mais famosas do pintor inglês Thomas Gainsborough, produzida no início de sua carreira, quando ele contava com 22 anos de idade. Nesta tela, o artista diminuiu os apuros estéticos, para compor uma obra mais simplificada, num cenário idílico pastoril, que reúne um retrato duplo de um casal e uma vista aberta, horizontal, tendo início em primeiro plano.

Um jovem casal aristocrático, formado por Robert Andrews e sua esposa Frances Mary, posam orgulhosamente em suas terras, possivelmente para celebrar o casamento. Presume-se que à época Robert teria 22 anos e Frances 16, sendo a paisagem retratada propriedade deles. Para alguns críticos, a presença dos retratados é supérflua, diante da majestade da natureza. Alguns dizem que, embora fosse o predileto da aristocracia, o pintor não gostava de conviver com ela, preferindo a gente simples.

O casal encontra-se debaixo de um carvalho com um espesso tronco, em meio a uma paisagem rural, próximo a um campo de trigo. Frances Mary está sentada à esquerda, num banco verde de ferro batido, de estilo rococó. Está sentada ereta e bem composta, tomando quase todo o banco com seu vestido volumoso de cetim azul que a luz modela com extrema beleza. Trata-se de um traje informal, à época. Traz na cabeça um grande chapéu amarelo, feito de palha. Tem as mãos no colo. Seus pés pequenos estão dentro de um par de mules pontudas, feitas de seda, em sintonia com os pés do banco e do marido. Sua fisionomia é a de uma boneca. A pintura de seu colo está inacabada, ou seja, não se encontra pintada com a cor azul de sua roupa. Não se sabe o que seria colocado no colo da dama, ou se deixá-la assim era o desejo do pintor. Marido e mulher trazem os olhos fixos no observador.

O jovem marido mostra-se imponente e sério, sendo retratado de modo informal, como um cavalheiro rural. Encontra-se de pé, à direita da esposa, escorado no banco. Usa um casaco apropriado para a caça, com sacos para pólvora. Suas calças vão até os joelhos, onde começam a aparecer as meias brancas que também cobrem os pés. Seus sapatos pretos possuem fivelas prateadas. Os pés cruzados também estão em sintonia com as raízes da árvore.  Na mão esquerda segura uma luva, enquanto enfia a direita dentro do bolso. Debaixo do braço traz uma espingarda. Um cão de caça está ao seu lado, observando-o com extrema fidelidade.

 A composição assimétrica e descentraliza é uma característica do estilo rococó. O retrato de corpo inteiro alia-se a natureza, dando vida a um novo tipo de representação que viria marcar a tradição inglesa. O artista, portanto, acrescentou ao retrato uma boa dose de lirismo, romanticamente idealizado, prenunciando o Romantismo e a arte da imaginação. O retrato não foi pintado ao ar livre. A paisagem apresenta um campo amarelado de trigo que foi plantado em linha reta e se funde com a relva verde e as árvores.  Em primeiro plano estão os feixes de trigo, simbolizando a fertilidade, o que leva a crer que se trata realmente de um retrato de casamento.

O local mostra-se muito bem cuidado. À direita estão três árvores, praticamente do mesmo tamanho, que se equilibram com o grosso carvalho à esquerda, onde posa o casal. São também responsáveis por levarem o olhar do observador até às nuvens que perambulam pelo céu, como se fossem um pano de fundo. Ovelhas são vistas pastando num cercado, no centro do quadro. Atrás do senhor Andrews vê-se o gado próximo a um abrigo de madeira. Ao fundo são vistas muitas árvores, serras e duas edificações.  O artista fez da paisagem inglesa o verdadeiro protagonista da obra. A colocação do casal à esquerda, possibilitou ao pintor esmerar-se na paisagem, ampliando-a.

  Ficha técnica
Ano: 1750
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 70 x 118 cm
Localização: National Gallery, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Thomas Gainsborough / Abril Cultural
Arte em detalhes/ Robert Cumming
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.theartwolf.com/landscapes/gainsborough-mr-mrs-andrews.htm
http://www.wga.hu/html/g/gainsbor/02andrew.html

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Gainsborough – O PASSEIO MATINAL

 Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição O Passeio Matinal, também conhecida por William Hallett e sua Esposa Elizabeth Hallett, é uma obra do pintor inglês Thomas Gainsborough, que representa um casamento formal de um casal aristocrático. É tido como o seu mais louvado retrato, dentre os últimos feitos de corpo inteiro.

O retrato duplo de corpo inteiro do senhor e senhora Hallett está longe de ser um retrato tradicional, uma vez que o pintor não teve a intenção de descrevê-los, mas apenas apresentá-los, segundo uma visão poética, num parque de vegetação não arranjada. Além disso, marido e mulher são mostrados passeando, num momento de intimidade natural.

 O jovem e elegante casal caminha romanticamente pelo parque, de braços dados, sob uma suave luz matinal. Ambos olham à sua direita, como se algo lhes tivesse chamado a atenção. Atrás deles, como pano de fundo, árvores, relva e céu estão em perfeita sintonia com o romântico par que se mostra totalmente integrado à paisagem.

A pintura quase nada relata sobre a posição social de ambos, a não ser pelas vestes. Um cão, cujo pelo traz as mesmas cores do vestido vaporoso da mulher, como se fosse a continuidade dele, caminha ao lado dela, observando-a. O homem usa roupas escuras de veludo e seda, contrastando com as de sua mulher. Sua jaqueta, com grandes botões dourados, está aberta e sua mão esquerda segura um chapéu. Ela usa um vestido claro de seda marfim, sombreado pelo verde das árvores e traz na cintura uma faixa de seda preta. Seu volumoso chapéu, com três enormes plumas, parece bater na ramagem da árvore.

Ficha técnica
Ano: c. 1785
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 236 x 179 cm
Localização: National Gallery, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Thomas Gainsborough / Abril Cultural
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.wga.hu/html_m/g/gainsbor/10hallet.html

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